Cristo Jesus acabara de entrar numa aldeia, quando encontrou dez leprosos que lhe pediram os curasse. Jesus não chamou a atenção deles aos seus corpos ou sofrimento, nem perguntou-lhes quanto tempo havia que estavam doentes. Simplesmente lhes disse: “Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes.” E a Bíblia declara que, “indo eles, foram purificados” Lucas 17:14..
Eis uma história rica em elementos de crescimento espiritual, tais como obediência, gratidão e confiante expectativa do bem. Estendermo-nos por todos os elementos da história exigiria inúmeros artigos; concentremo-nos, pois, em um só aspecto e vejamos como este se relaciona com a cura.
Aonde Jesus os enviou? Aos sacerdotes, para que suas curas fossem reconhecidas e para fazerem, no templo, ofertas de purificação.
Que importância teria isso para nós, hoje? Para o Cientista Cristão, o templo representa não só um edifício de igreja, mas a disposição de louvar e adorar a Deus. É-nos possível, a todos, obter cura e regeneração, dando glória incondicional a Deus por Sua bondade e poder. Glorificar a Deus é algo que pode ser feito a toda hora e não só nos momentos em que nos encontramos num edifício de igreja ou quando precisamos de cura.
Por que é essencial à cura que nos desviemos da matéria e louvemos a Deus de forma incondicional? Porque a cura na Ciência CristãChristian Science (kris'tiann sai'ennss) vem quando abandonamos, por irreal, a consciência material, e nos tornamos tão conscientes da realidade espiritual que o medo e as limitações materiais se desvanecem.
A cura pela Ciência Cristã não resulta de mero rearranjo mental, em que se troca uma crença humana por outra. A cura ocorre quando o Cristo está presente, resulta de compreensão espiritual: quando se percebe a verdadeira natureza de Deus perfeito e homem perfeito como Sua semelhança. Na verdade, não há saúde na matéria, pois esta não é inteligente. Assegura-se a saúde quando se nega a matéria e se reivindica de modo total o estado perfeito, espiritual, da criação de Deus. Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, escreve: “Separa os sentidos do corpo, ou matéria, que é apenas uma forma da crença humana, e poderás aprender o que significa Deus, o bem, e a natureza do imutável e imortal.” Ciência e Saúde, p. 261.
Eis um exemplo: certo Cientista Cristão teve sério problema de pele num pé, por vários anos. Ele orava para entender que não há sensação ou inteligência na matéria. Negava as condições materiais, declarando-as fictícias e falsas. Reconhecia que a saúde é condição da Mente, Deus, e não tem nada a ver com a matéria. Durante três anos, orava quase todos os dias, mas nada acontecia. Não havia sinais de melhora.
Aprofundando-se em sua oração, descobriu que declarava a verdade espiritual de Deus e homem perfeitos, mas mantinha em mente o pé. Estava sempre pensando no pé e no problema. E estava sempre esperando ver a mudança na matéria. Pensava: “Vê-se que minhas orações não dão resultado, pois não há alteração no problema de pele.”
Percebeu, então, que uma reviravolta completa se fazia necessária. Tinha de volver-se de todo ao Espírito e elevar o pensamento a Deus, o Princípio divino de todo ser. Estava na hora de louvar a Deus sem limitação, sem, mesmo, pedir nada. Deus cuidaria dele. Só tinha de deixar tudo nas mãos de Deus.
Em retrospecto, percebeu que, ao decidir volver-se da matéria para o Espírito e regozijar-se sem limites na compreensão espiritual de Deus, dera o primeiro passo para a cura. Em poucas semanas, estava fisicamente curado. Ficou grato por isso, mas o mais importante foi a liberdade que obteve, ao louvar alegre e continuamente a Deus, seu Criador.
É bom perguntar: Como pensarei em Deus, após a cura física? Voltarei ao mesmo nível de mentalidade materialista anterior à cura? Se for assim, a oração a Deus não estará sendo sincera e radical. A Ciência Cristã exige espiritualização de pensamento e mudança de atitude.
Os discípulos cristãos modernos podem avaliar a profundidade da agonia de Jesus no Jardim do Getsêmani e, ao mesmo tempo, sentir o impacto de sua dedicação total a Deus. Jesus disse: “Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e, sim, o que tu queres.” Marcos 14:36. Jesus não foi poupado à crucificação, mas por meio de sua confiança absoluta em Deus e sua dependência incondicional do Princípio divino, foi conduzido através da experiência até a vitória indiscutível.
Problemas físicos difíceis e duros desafios procuram captar-nos a atenção. Isso nada mais é do que magnetismo animal, a mentalidade mortal tentando concentrar-se no irreal e inverídico. Porém, à medida que acolhemos o Cristo, a idéia espiritual, perfeita, de Deus, na consciência humana, a fascinação hipnótica do magnetismo animal fica quebrada e nossa opressão e tristeza transformam-se em louvor. Louvar a Deus cura, pois reconhece a realidade, a totalidade de Deus e de Sua criação espiritual e perfeita. O pensamento humano não necessita de mais e mais concentração na matéria, mas de cada vez menos. Temos de conscientizar-nos, de tal modo, do bem espiritual, que a matéria se desvanece na distância, até sumir de vista.
Será que, ao volvermo-nos de todo a Deus, fugimos a importantes questões humanas que têm de ser resolvidas? Absolutamente, não. Volver-se a Deus com o coração cheio de louvor revela a irrealidade dos quadros humanos discordantes que enfrentamos. É ao focalizarmos a atenção na imagem humana mortal que fugimos à questão, a questão da cura. A discórdia tem de perecer por falta de atenção. Deus é a fonte e condição de toda existência, por isso quando reconhecemos que Deus é supremo e entendemos que Sua criação é essencialmente espiritual, enfrentamos a questão, a questão da realidade e da substância espirituais.
O sanador Cientista Cristão rejeita o quadro material errôneo, reconhecendo a nulidade da mentira e louvando, em Deus, o único poder que há.
Não podemos fazer tudo de uma vez, ou seja, não podemos resolver todos os problemas de uma só vez. Cada problema tem de ser encarado e resolvido em separado, até que a mesa fique limpa e a harmonia reine. Enfrentar um problema facilita a solução do seguinte. A cada vez, aprendemos a confiar mais em Deus e a negar totalmente a suposta substância e poder das condições materiais. Ciência e Saúde declara: “Quando chegarmos a ter mais fé na verdade do ser do que no erro, mais fé no Espírito do que na matéria, mais fé em viver do que em morrer, mais fé em Deus do que no homem, então nenhuma suposição material nos poderá impedir de curar os doentes e de destruir o erro.” Ciência e Saúde, p. 368.
Não há influência magnética da mente mortal suficientemente forte para resistir ao estímulo do Cristo, o de nos volvermos a Deus de todo o coração. Nada pode interferir em nossa capacidade individual de confiar em Deus, de amá-Lo e compreendê-Lo. O sentido espiritual é a capacidade que todos temos de compreender a realidade e conhecer Deus. Não há um suposto poder mortal que possa interferir em, ou negar, nossa habilidade de conhecer e demonstrar a Verdade divina.
A matéria não possui influência real para nos distrair, porque só o Espírito atrai. É a Mente divina que nos atrai para o bem. A matéria não pode afastar-nos do Amor divino, já que o Amor divino é o único poder real, a única atração verdadeira.
É natural volvermo-nos ao Espírito e louvar a Deus. O homem é a gloriosa expressão de Deus. A própria existência do homem glorifica a Deus e mostra Sua perfeição, bondade infinita e santidade.
A influência divina está sempre presente. Quando nos cansarmos da mentalidade materialista, quando o pensamento humano ansiar por um sentido mais elevado que o da matéria, volver-nos-emos a Deus de todo o coração e vivenciaremos a ação sanadora, inevitável e natural, inerente ao Cristo, a Verdade.
 
    
