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Trabalhar na diretoria: uma atividade humilde

Da edição de agosto de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


Servir na diretoria de uma filial da Igreja de Cristo, Cientista, proporciona muitas oportunidades para exercitar a humildade.

Humildade não significa diminuir a si próprio ou ao cargo na diretoria. Em sua definição espiritual a humildade é o reconhecimento de que não temos identidade real em separado de Deus, e Deus está sempre presente. A consciência de que nossas aptidões têm origem divina, coloca em foco os recursos e as possibilidades infinitas à nossa disposição, uma vez que somos a imagem do Pai celestial.

A Sra. Eddy escreve: “A experiência demonstra que a humildade é o primeiro passo na Ciência Cristã, em que tudo é governado, não pelo homem nem por leis materiais, mas sim pela sabedoria, pela Verdade e pelo Amor.” Mis., p. 354.

Uma atitude humilde, quando esta inclui a determinação de conhecer-se a Deus, aos outros e a si mesmo corretamente, é uma forma eficaz de oração. Isto anima a um exame profundo para esclarecer tudo o que pretenderia impedir que o pensamento se alinhasse com o desígnio divino. Os versos de um hino salientam: “O trabalho a ser feito é nosso, / A força é toda do Pai.” Christian Science Hymnal, n° 354. Não dar enfoque ao ego faz parte essencial do trabalho. A proteção do Princípio e da Verdade invariáveis, a iluminação da Mente infinita, o calor do Amor universal estão ao nosso dispor à medida que percebemos ser o homem o reflexo de Deus. A humildade provém, em parte, da gratidão pela solicitude de Deus que a tudo abrange.

Ares de superioridade, ainda que tênues, indicam para o habitual falso conceito de que existem muitas mentes materiais separadas de Deus. Ao rejeitar este engano, apoiamo-nos na Mente única, não só para nossa própria orientação, mas também para orientação, sob a jurisdição divina, de nossos colegas. A pessoa humilde considera os colegas igualmente capazes de demonstrar a sabedoria outorgada por Deus.

Irradiamos humildade ao nos dispormos a aceitar sob nova luz os assuntos, quer as idéias surjam de nossa inspiração ou da inspiração de outros. Atribuir a criatividade a Deus, não ao homem, desperta-nos para considerar pensamentos que emanam de uma fonte inesgotável. A consideração paciente de pontos de vista contrários pode iluminar facetas que antes estavam ocultas.

E o que fazer se surgir um desentendimento na igreja, ou entre os membros da diretoria, quanto ao modo de promover o bem-estar da igreja? Temos a responsabilidade de distinguir entre o lampejo da mera opinião e o brilho da orientação divina. Ao renegarmos o egocentrismo, a humildade permite-nos avaliar a situação desde uma perspectiva espiritual, ponderando as alternativas que oferecem os mais duradouros benefícios para todos. A vontade humana pode clamar por uma rejeição imediata da oposição. Porém, na pressa dos mortais, na sensibilidade facilmente provocada e nas tendências despóticas estão os produtos de crer-se em muitas mentes separadas. Em contraste, a humildade inclui a paciência de procurar a solução ótima, mesmo que esta seja radicalmente diferente das posições iniciais. Até ocorrer o amadurecimento de uma decisão, pode ser necessária muita deliberação devotada.

Insistir em manter opiniões divergentes tende a piorar a situação. Também será preciso evitar a sutil tentação de obstinadamente delinear os resultados; tal atitude demonstra aquela falta de humildade que enfraquece a oração e limita a demonstração. Afirmando constantemente que há uma Mente só, encontraremos a certeza de que a solução adequada para qualquer assunto já existe, por causa da harmonia da lei imortal. A escuta que elimina a orientação pessoal permite ao infalível poder de Deus transparecer.

Apreciar o reflexo das qualidades divinas no homem contribui para um entendimento duradouro. O ímpeto sem malícia do altruísmo constrói uma base para a cooperação mútua e ampara as qualidades do amor fraternal, tais como gentileza, confiança, bom humor, afeição.

O Manual de A Igreja Mãe de autoria da Sra. Eddy pede que as igrejas filiais sejam democráticas na sua forma de governo. Ver Man., § 10 do art. 23. Isto dá a cada membro o direito de participar, direito imparcial fundamentado na compreensão de que é a Mente divina a fonte da inteligência. Nas assembléias, cada membro pode esforçar-se para deixar que a vigilância espiritual lhe guie os pensamentos e a palavra.

Que se haja restringido a autoridade da diretoria ao que lhe é delegado pelos membros, não deveria diminuir a importância das tarefas desta. Um trabalho eficiente na diretoria exige muito altruísmo, expressado em julgamento correto, amor expansivo e visão espiritual. Nesses predicados para o cargo reflete-se a bondade de Deus, desenvolvida em humilde receptividade e prática.

Cristo Jesus iluminou a humildade de modo ideal, quando declarou: “Eu nada posso fazer de mim mesmo.” João 5:30. Essa declaração do Mestre não implicava limitação, pois, em outra ocasião, ele proclamou: “Com Deus tudo é possível.” Mateus 19:26 (conforme a versão King James).

Atento e obediente à orientação divina, Jesus nos mostrou o Caminho. Enfatizou o valor de obras altruístas como evidência daquela excelência de pensamento que comunga com o Pai.

Aceitando o Cristo e apoiando-nos em Deus, em vez de na auto-suficiência do mortal, alinhamo-nos com o Espírito, a fonte da saúde, da paz, do suprimento e da segurança. Estamos prontos para testemunhar que todo o bem e as bênçãos procedem do único Ser Supremo. Tais demonstrações incluem um desempenho harmonioso e frutífero na diretoria. Quase todo mundo, alegando que o bem está, muitas vezes, fora de alcance, resigna-se a uma mediocridade amplamente difundida. A Ciência Cristã revela que é normal haver progresso harmonioso, uma vez que o homem é o reflexo do Deus perfeito.

Às vezes, distorções pretenderiam elevar o papel da diretoria a uma posição de superioridade com relação aos demais membros. Sentindo a necessidade de corrigir tal estimativa, os membros todos da diretoria de certa igreja filial estudaram o conceito de humildade. Perceberam que não é fácil adotar esse traço de caráter, mas decidiram investigar o assunto a fundo.

A pesquisa espiritual preparou-os para darem passos humanos construtivos. Alguns passos iniciados pela diretoria, resultantes do seu estudo de humildade, foram os de compartilhar mais livremente as informações com os demais membros, submeter-lhes certo tipo de decisões e solicitar deles sugestões.

Um membro achou uma frase da Sra. Eddy em Miscellaneous Writings especialmente útil para o trabalho na diretoria: “Disponhamo-nos a servir, em vez de comandar, a bater à porta dos corações humanos, em vez de empurrá-la, e a permitir a cada um e a todos os mesmos direitos e privilégios que reclamamos para nós mesmos.” Mis., p. 303.

À medida que se desvanece o mesmerismo da excessiva autoestima, a lição cristã de unidade com Deus se nos tornará mais preciosa. Em nosso trabalho de membros da diretoria e membros da igreja, começaremos a perceber nosso pleno potencial de servir.

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