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Protegendo os talentos que Deus nos outorga

Da edição de agosto de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


Que tipo de talentos Deus nos dá? Bons!

Quando os expressamos, temos de protegê-los? Sim!

Como os protegemos? Orando!

Se pudéssemos responder a questões tão amplas com uma única palavra, este artigo estaria terminado. Mas, não podemos; por isso, não está!

Em 1 Coríntios, capítulo 12, Paulo diz que “os dons são diversos” (versículo 4) e passa a especificar alguns, como sabedoria, conhecimento, fé, dons de curar, operações de milagres, e assim por diante. A Epístola aos Efésios, capítulo 4, continua a falar em dons, dizendo que todos os indivíduos receberam graça como dom de Cristo e também que os deveres de cada um variam. Alguns cristãos são apóstolos, outros profetas, outros evangelistas, alguns são pastores e mestres (ver versículo 11).

A Epístola de Tiago vai ainda mais longe, ao declarar: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação, ou sombra de mudança.” Tiago 1:17. Os dons de Deus têm de ser atributos espirituais, pois Deus é Espírito. O homem como semelhança de Deus reflete amplamente os atributos de Deus, sem impedimento ou penalidade. Deus, sendo supremo, infinito e todo-sábio, está no controle absoluto de Sua criação: o universo, inclusive o homem.

Reivindiquemos como nossa a verdadeira individualidade do homem espiritual, expressando-a mais. Atividades como esportes, música, negócios, invenções, marinhagem, erudição, ofícios, artes, por exemplo, podem dar vislumbres da expressão totalmente perfeita e espiritual da Mente divina e suas qualidades. Porém, logo aprendemos que temos de proteger de acidente, abuso, inveja, etc., nossa participação mesmo em atividades válidas. Por quê?

A resposta está em Gênesis 2:6, onde encontramos o início do pensar materialista e mundano representado nas palavras: “uma neblina subia da terra.” As crenças na realidade do mal ou erro originam-se na subseqüente noção falsa acerca da criação e opõem-se à verdadeira criação, ao universo do bem, universo criado e governado por Deus. Enquanto mentiras circularem, sob qualquer forma, convém-nos proteger-nos de seus efeitos pela compreensão da Verdade divina e da obediência a ela. Dessa maneira, protegemos nossos talentos outorgados por Deus, ao mesmo tempo em que melhoramos nossa habilidade de expressá-los.

Obter e manter a necessária proteção, nossa e das habilidades que estamos desenvolvendo, envolve o Consolador — “o Espírito da verdade” que Cristo Jesus disse Deus enviaria e que nos ensinaria “todas as cousas” (João 14:17, 26). Estudantes de Ciência Cristã compreendem, e já provaram, pelo menos em certo grau, que o Consolador está aqui sob a forma da Ciência do cristianismo e que, certamente, nos ensina “todas as cousas”. A afirmação de que esta Ciência é o Consolador prometido é apoiada por milhares de testemunhos, comprovados, de cura em nome de Cristo, publicados nos periódicos da Ciência Cristã.

A Ciência Cristã oferece a instrução e as ferramentas para emularmos as obras do Mestre dos cristãos, o qual disse que os que seguissem seus ensinamentos fariam obras maiores que as dele (ver João 14:12). Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy escreve: “As artes profiláticas e as terapêuticas (isto é, a de prevenir e a de curar) pertencem decisivamente à Ciência Cristã, como se veria com facilidade, se a psicologia, ou Ciência do Espírito, Deus, fosse compreendida.” Ciência e Saúde, p. 369. É claro que prevenir doenças ou discórdias de qualquer tipo é melhor do que ter de curá-las. Quando, porém, deixamos nossa armadura protetora enferrujar ou tornar-se ineficaz por falta de uso ou cuidado adequados, ainda temos as leis terapêuticas da Ciência à disposição.

A experiência que contarei a seguir, abriu meus olhos não só para a constante necessidade de proteger talentos, mas também para a contínua disponibilidade do Cristo, a Verdade, para nos despertar ao nosso estado real como membros saudáveis e harmoniosos da família de Deus.

Há uns quatro anos, machuquei as costas, jogando tênis. Pensando que não fosse nada sério, continuei a jogar, com certas limitações, durante a maior parte da tarde. Eu participara de muitos campeonatos de tênis e, agora, o orgulho pessoal impelia-me a continuar jogando. Naquela noite, foi-me impossível deitar; tive de dormir numa poltrona. Essa situação um tanto incômoda continuou por três semanas e, durante aquele tempo, minha mulher e eu fizemos um curso de verão na faculdade. Embora me fosse impossível abaixar para calçar meias e sapatos, consegui, ao apegar-me a um sentido do carinhoso cuidado de Deus, assistir a duas aulas por dia e aos cultos na igreja, caminhando devagar.

Aquela foi uma época de grande crescimento espiritual que me preparou para passos mais avançados no estudo e prática dessa grandiosa Ciência do cristianismo. Sou extremamente grato pela ajuda em oração que recebi de um praticista da Ciência Cristã, naquele período. Estudei diligentemente a Bíblia e as obras escritas pela Sra. Eddy, esforçando-me para alcançar a compreensão espiritual que eu sabia me libertaria. Sabia que a causa promotora do problema tinha de ser medo, ignorância ou pecado, como a Sra. Eddy o indica na página 411 de Ciência e Saúde.

O medo de que não conseguiria mais mover-me normalmente foi combatido com o reconhecimento, já demonstrado anteriormente, de que esperar em Deus era a fonte de força renovada com a qual eu poderia subir “com asas como águias”. (Isaías 40:31 já fazia parte do meu tesouro havia muito.)

Muita ignorância venci ao estudar hora após hora, a cada dia, e descobri pérolas de grande valor nas Escrituras, em Ciência e Saúde e nas outras obras em prosa da Sra. Eddy, bem como em seus poemas. Estudei vários temas como humildade, magnetismo animal, corpo, acidente e outros, anotando tudo que encontrava a respeito. Que experiência maravilhosa!

Continuei a estudar e a orar, mas a condição física não melhorava nada. Uma coisa que continuava a preocupar-me era a noção de que talvez fosse aquela uma cruz que eu tivesse de carregar. Sabia das dificuldades que a Sra. Eddy teve de enfrentar ao fundar a Igreja de Cristo, Cientista, ridicularizada que foi pelo púlpito e pela imprensa e, às vezes, até por alguns de seus alunos.

A caminho de casa, ao fim do curso de verão, li com atenção certo artigo na revista The Christian Science Journal. O artigo ajudou-me a ver que o pioneiro de toda descoberta nova e grandiosa é o que limpa a trilha e agüenta o impacto nos obstáculos que se lhe opõem e lhe encobrem o caminho à frente. Ainda que o seguidor precise percorrer obedientemente a trilha e enfrente desafios, não encontra os mesmos obstáculos que o pioneiro já removeu. Com essa percepção, senti-me aliviado do grande peso da falsa responsabilidade e, dentro de uma ou duas noites, voltei a dormir numa cama, pela primeira vez em vinte e um dias.

Ainda se passaram algumas semanas antes que tudo que eu aprendera passasse, da fé e compreensão, à plena fruição. Mas o progresso ficou evidente e logo voltei às quadras de tênis, jogando com aqueles que testemunharam ambos, o desafio e o triunfo.

As curas não têm de demorar, como a que descrevi. As lições aprendidas naquela luta, poderia tê-las aprendido enquanto eu gozava da saúde e harmonia normais, se eu houvesse buscado regeneração espiritual antes de ver-me forçado a procurá-la. Como minha cura o provou, acidentes não fazem parte do progresso espiritual. Participar de esportes não aumenta nossa suscetibilidade a ferimentos, mas ações e pensamentos errôneos, sim. Paulo refere-se a isso como a andarmos “obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus” Efésios 4:18..

Por exemplo, um falso conceito de competição aliena-nos da proteção sempre presente do amor de Deus. O desejo exacerbado de vencer não é fator importante de sucesso, nem transforma ninguém em melhor atleta. A verdadeira competição dá-se com nós mesmos: é o esforço constante de melhorar, de expressar com maior perfeição os talentos que Deus nos deu.

“Precisamos desenvolver os talentos que Ele nos dá” Ciência e Saúde, p. 6., escreve a Sra. Eddy. Ficar gratos por tais talentos é um modo excelente de realçá-los e protegê-los. Contínuo melhoramento virá através de estudo sério, oração humilde e de dedicarmo-nos a viver em consonância com nossas orações.

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