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A Igreja em ação

Algumas perguntas e respostas sobre a Ciência Cristã

Da edição de outubro de 1986 dO Arauto da Ciência Cristã


Tão irreprimível quanto a chegada de uma nova estação é o anseio de nos compreendermos reciprocamente. Ansiamos por saber a respeito de nosso próximo mais do que simplesmente aquilo que aparece à vista — especialmente o que lhe vai no coração, lhe impele a vida e o supre de coragem, bem como de alegria. É animador ver diplomatas e chefes de governo conversando uns com os outros. Contudo, muitas vezes, achamos que as conversas de fundo de quintal são tão importantes quanto aquelas e, talvez, mais eficazes em ajudar na estabilidade tão necessária em nosso mundo atual.

Cremos na utilidade de partilhar algumas palestras desse tipo que se realizaram recentemente, mostrando como os Cientistas Cristãos encaram algumas das questões mais profundas da vida. Não há nada de secreto ou misterioso em nossa Igreja. Desde que suas portas se abriram pela primeira vez há mais de cem anos, o público sempre tem sido bem-vindo aos nossos cultos. Cada Igreja de Cristo, Cientista, mantém uma Sala de Leitura capaz de oferecer uma variedade de esclarecimentos. Não obstante, num mundo que dá maior ênfase à tecnologia do que ao espírito interior, tem havido consideráveis malentendidos a respeito da Ciência Cristã.

As perguntas seguintes foram realmente dirigidas a Cientistas Cristãos, num ou noutro contexto, e fizemos o possível para reproduzir as respostas tal como foram dadas. Parte do material integra a correspondência com o serviço de relações públicas de nossa Igreja, a Delegacia de Divulgação. Outras questões surgiram durante palestras dadas por Cientistas Cristãos a convite de igrejas vizinhas ou grupos educacionais. Não devem ser consideradas como declarações sobre as normas internas da Igreja, mas como uma apresentação das convicções religiosas dos Cientistas Cristãos e da natureza de nossa Igreja.

De uma palestra dada a um grupo de uma Igreja Batista

Pergunta: Alguém pode ser salvo sem aceitar pessoalmente Cristo?

Resposta: Empregar as palavras “Eu aceito Cristo” pode não significar tanto quanto realmente seguir o Cristo. Alguém pode ser tocado pelo Cristo sem se dar conta disso, enquanto que um devoto freqüentador de igreja pode ser rígido e pouco amável. Aquele que vive o que as palavras implicam pode estar mais adiantado no caminho da salvação do que aquele que as profere.

De uma palestra dada num seminário cristão conservador

Pergunta: O que a vida de Jesus significa para vocês?

Resposta: Acreditamos ser necessário responder à vida de Jesus tal como os discípulos responderam, quando largaram as redes — ser tão compelido por sua luz que não se pode fazer outra coisa senão abandonar a maneira anterior de viver. Essa maneira de amá-lo significa estar disposto a submeter-se constantemente à exigência espiritual de sua vida, exigência que batiza a pessoa e “queimará a palha em fogo inextinguível” Mateus 3:12.. Significa estar alguém disposto a seguir seus mandamentos e ensinamentos de maneira que se tornem estes o centro de sua vida. Jesus viveu nesta terra tal qual o relatam os Evangelhos. E o único meio de nos livrarmos das teias do materialismo é reconhecer os fatos da vida de Jesus e o que significam para a nossa vida.

De uma troca de correspondência com um ministro religioso

Pergunta: Ouvi dizer que os Cientistas Cristãos consideram a Sra. Eddy igual a Jesus. É verdade?

Resposta: Não é verdade. De fato, contraria o que está explícito nos ensinamentos dela. Os Cientistas Cristãos genuínos consideram Jesus Cristo, e não Mary Baker Eddy, o seu Senhor e Salvador. O papel individual dela como Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã não se apropria, por pouco que seja, da posição sagrada de Jesus. Os Cientistas Cristãos acham, no entanto, que o trabalho da Sra. Eddy deu a outros a oportunidade de seguir os mandamentos de Jesus com maior compreensão e mais ativamente — nas palavras de Paulo em Efésios, até que cheguemos à “estatura da plenitude de Cristo” Efésios 4:13..

De uma palestra dada numa faculdade, numa aula de “Religião na América”

Pergunta: Que há com a cura? Ocupa-se a Ciência Cristã apenas com a cura?

Resposta: A cura é um aspecto muito característico e importante da Ciência Cristã, assim como fez parte proeminente da religião do Novo Testamento. Mas a meta de vida de um Cientista Cristão não é o bem-estar físico. A Ciência Cristã é uma religião cristã, não é um sistema material de saúde. Vocês sabem que a Bíblia diz: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino [o reino de Deus] e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas”? Mateus 6:33. Ora, o Cientista Cristão busca esse reino e a cura lhe é acrescentada. A cura é a prova de que esse reino chegou à terra.

Incluído em material para a imprensa

Pergunta: A Ciência Cristã é igual aos grupos de cura-pela-fé, que têm ocupado o noticiário recentemente?

Resposta: A Ciência Cristã é definitivamente um ensinamento cristão. Mas sua prática de cura está a léguas dos grupos de cura-pela-fé que vêm despertando ultimamente a opinião pública.

Em primeiro lugar, os Cientistas Cristãos não se apóiam em meios espirituais para curar em virtude de pressões eclesiásticas ou da igreja, como acontece com alguns grupos de cura-pela-fé. Qualquer que seja a situação, os Cientistas Cristãos têm a liberdade de escolher o método de tratamento desejado. Estão profundamente interessados no bem-estar de seus filhos e têm um longo registro de cooperarem com os funcionários da saúde pública. De bom grado informam as autoridades quando há suspeitas de doenças transmissíveis. Nos casos de partos, são assistidos por um médico ou uma parteira licenciada.

Os Cientistas Cristãos recorrem a uma maneira espiritual de curar convencidos pela razão e, muitas vezes, devido a longa experiência. Para eles, a cura não é simplesmente uma questão de acreditar cegamente na possibilidade de “milagres” ou de esperar passivamente que alguém melhore. Nem acreditam que o sofrimento demonstre “falta de fé” ou que possa ser, de alguma maneira, atribuído à vontade de Deus.

Os Cientistas Cristãos vêm a cura como fazendo parte natural e integrante de todo um modo de viver. Seus esforços para compreender a cura dentro de um contexto racional e ponderado, têm levado a um renovado interesse pela cura cristã, em outras denominações religiosas.

De uma entrevista radiofônica

Pergunta: A Ciência Cristã não é realmente derivada da técnica de cura de Phineas P. Quimby?

Resposta: Essa acusação realmente foi feita, mas foi inteiramente desacreditada por estudiosos que investigaram o assunto profundamente. Um estudo cuidadoso dos fatos históricos sobre o assunto pode ser encontrado nos livros de dois autores altamente qualificados (Robert Peel, Mary Baker Eddy: The Years of Discovery; Mary Baker Eddy: The Years of Trial; Mary Baker Eddy: The Years of Authority [Nova Iorque: Holt, Rinehart and Winston, 1966, 1971, 1977] e Stephen Gottschalk, The Emergence of Christian Science in American Religious Life [Berkeley: University of California Press, 1973].)

Esses e outros estudos baseados em extensas e criteriosas pesquisas mostram que há uma diferença categórica entre o cristianismo no qual se baseiam os ensinamentos da Sra. Eddy e os pontos de vista de Quimby, oriundos do mesmerismo. Na Ciência Cristã a cura é uma fase da salvação cristã e é o resultado de nos volvermos completamente a Deus como a Mente única, divina e infinita. Quimby, por outro lado, via a cura como o resultado do que atualmente se denomina sugestão mental — como uma questão de manipulação psicológica, em vez de um renascimento espiritual.

De um grupo de debates numa Igreja Congregacional

Pergunta: O que é que você acha do tratamento médico — especialmente num caso grave?

Resposta: Em primeiro lugar, as pessoas deveriam estar livres para escolherem elas próprias o tipo de tratamento desejado. Permitam-me explicar-lhes algo sobre o contexto em que os Cientistas Cristãos tomam suas decisões. Eles vêm recorrendo a esse método de cura por muitos anos. Não tomam a decisão de confiar na Ciência Cristã num vácuo. Alguns deles se volveram à Ciência Cristã, em primeiro lugar, só porque enfrentaram condições diagnosticadas clinicamente como fatais ou não tratáveis. Por isso, a confiança deles na oração não é a fé cega de que, de alguma maneira, serão curados. É verdade que nem sempre há curas dramáticas; algumas vezes, as condições persistem apesar dos melhores esforços da pessoa. Mas os Cientistas Cristãos têm visto tantas curas em sua vida e na vida de outros membros da igreja que não consideram situação alguma como desesperadora. Muitas vezes, obtiveram a cura só depois de lutar contra o desânimo e vencê-lo, e após muito estudo e crescimento espiritual. Esse crescimento é, por eles, considerado sem preço.

De uma palestra a um grupo de médicos

Pergunta: Como é que vocês podem dizer que a matéria é irreal?

Resposta: Embora a Sra. Eddy chegasse à conclusão de que a matéria não têm realidade final — e nenhuma autoridade espiritual — nenhum Cientista Cristão pretende ter compreendido ou comprovado esse ponto completamente por si mesmo. O que nos vimos levados a fazer é dar provas disso por etapas, através do compromisso de curar — de curar males do corpo e todas as demais evidências de separação entre o homem e Deus. Jesus deve ter sabido algo sobre a matéria que as outras pessoas não sabiam, quando andou sobre a água, alimentou os cinco mil, acalmou a tempestade, curou multidões. Em nosso presente estágio limitado de desenvolvimento, quem estaria pronto a dizer que realmente estamos vendo a plenitude da criação de Deus?

É só através da cura que um Cientista Cristão sente que está começando a compreender mais a respeito da falta de substância da matéria e do que realmente constitui a criação de Deus. Em geral, é modesto em suas reivindicações. Mas procura continuamente entender mais sobre a vida, o bem, a realidade, o Espírito.

De uma palestra num seminário batista

Pergunta: Ser um Cientista Cristão o imuniza contra o pecado ou você continua tendo de lutar contra ele?

Resposta: Oh, e como tenho de lutar contra o pecado, momento a momento, dia a dia, como qualquer outro cristão! Mas sei que a vitória está do lado de Deus.

De uma declaração publicada pela Igreja

Pergunta: Como a sua Igreja encara o homossexualismo?

Resposta: Nossa Igreja sempre considerou o homossexualismo como algo que precisa da compaixão curativa mais do que da condenação de pessoas, ou de se aceitá-lo como uma maneira cristã de viver. Nossa religião tem como ponto central a Bíblia, e nossa posição sobre esse assunto não se baseia apenas no livro chamado Levítico, mas em toda a Bíblia, específica e especialmente no Novo Testamento.

Nosso ideal quanto a qualquer relação sexual fora do pacto matrimonial normal está expresso na combinação do perdão e do poder curativo, manifesta nas palavras de Cristo Jesus à mulher adúltera: “Nem eu tão pouco te condeno; vai, e não peques mais. João 8:11 (a grafia é nossa).

De uma palestra a um grupo de debates de uma igreja

Pergunta: Será que a Ciência Cristã cura uma pessoa cega?

Resposta: Tem havido casos bem documentados e muito comoventes de cegueira curada através de oração na Ciência Cristã. Mas um Cientista Cristão não corre simplesmente para uma pessoa cega ou doente e lhe promete a cura. A Ciência Cristã não é uma fórmula mágica, ou uma questão de força de vontade ou uma solução rápida e fácil para qualquer problema. Exige despirmo-nos do velho homem — que ponhamos Deus em primeiro lugar — e isso nem sempre é o que queremos fazer. A promessa da Ciência Cristã é grandiosa, e a alegria é grandiosa, mas as exigências são grandiosas, igualmente.

De uma palestra dada a uma turma de enfermeiras médicas

Pergunta: Como você cuidaria das crianças que estão morrendo de fome na África?

Resposta: Falando por mim mesma, suspeito que se estivesse lá, faria o mesmo que vocês decerto fariam — cuidaria de tantas quantas pudesse e as alimentaria com todo o alimento que encontrasse — e simultaneamente, espero que me lembraria de volver-me sincera e esperançosamente a Deus pedindo Sua orientação sobre como fazer mais — de modo inteligente — não apenas para atender às necessidades humanas imediatas da multidão, mas para dar passos práticos e inspirados para curar o medo, o ódio, os mal-entendidos e as crueldades com que vem o sofrimento à humanidade. Seria bem pouco cristão fazer menos do que isso! Mas eu estou aqui! E não creio que minha posição geográfica possa impedir-me de dar, nem silenciar minhas orações, nas quais se inclui a confiança em Deus para curar os erros básicos do pensamento humano que resultam em guerra, peste e fome.

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