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Estamos preparados para curar?

Da edição de dezembro de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Por que tantas pessoas procuravam Jesus em busca de cura? Não seria em grande parte porque ele estava sempre preparado para curar? Sem dúvida, muitos o buscavam porque tinham ouvido falar de suas maravilhosas obras. Outros, aparentemente, o encontravam por mero acaso. Esses encontros, no entanto, não podem ter ocorrido apenas devido a sua fama como sanador ou por acaso. Foram resultado de sua sincera e consagrada oração.

Eis alguns dos casos citados na Bíblia: dizem as Escrituras que durante sua experiência no deserto, no início de sua carreira de sanador, Jesus jejuou “quarenta dias e quarenta noites”, o que indica haver devotado uma considerável quantidade de tempo à profunda comunhão com Deus; mais tarde, antes de escolher seus doze discípulos e proferir o Sermão do Monte, Jesus “passou a noite orando a Deus”; antes de atender ao chamado para auxiliar Lázaro, Jesus esperou dois dias, durante os quais deve ter orado profundamente; e na noite anterior ao seu julgamento e crucificação, Jesus orou intensamente no jardim de Getsêmani. Ver Mateus 4:2; Lucas 6:12; João 11:6; Mateus 26:36—44.

Devido a sua constante comunhão com Deus, Jesus não deixava nada ao acaso, mas em tudo que fazia mantinha uma atitude devotada. Porque sempre tratava de fazer a vontade do Pai, apoiava-se com confiança na manifestação do amor de Deus, que sempre o guiava, assegurando que estivesse sempre no lugar certo, na hora exata. Todos os dias, quando as pessoas viam suas vidas modificadas por ele, esses encontros não eram fruto do acaso, mas o resultado lógico de sua disposição de realizar as obras de que o Pai o incumbira. Quando surgiam oportunidades para curar, Jesus nem sempre precisava de tempo para orar mais. Sua oração já estava feita e, repetidas vezes, o resultado era a cura instantânea.

Um estudo do excepcional êxito de Jesus como sanador revela uma certa presciência de seu preparo para a realização da obra e sua execução. Ou seja, as orações preparatórias de Jesus eram a própria essência de suas obras. Daí haver realizado a ação de curar que lhe fora atribuída por seu Pai e que não está restrita pelo tempo, como se acha escrito no livro de Isaías: “Antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei.” Isaías 65:24. Certamente, para aqueles que necessitavam de ajuda, o ato da cura divina parecia exigir um relacionamento humano entre sanador e paciente. Pelo menos numa ocasião, porém, aquele que foi libertado da doença, não estava sequer presente, quando Jesus foi chamado a curá-lo. Ver Mateus 8:5—13. Na cura cristã, o estar preparado é de vital importância.

Como fiel seguidora do Mestre, a Sra. Eddy mostrou, com seu exemplo, a importância da disposição contínua, em espírito de oração, de praticar a cura. E sua oração em prol de seus seguidores em 1895 é, sem dúvida, oportuna ainda hoje: “Capacite Deus os meus alunos a tomarem a cruz como eu fiz e a atenderem a premente necessidade de um adequado preparo do coração para praticar, ensinar e viver a Ciência Cristã!” Miscellaneous Writings, p. 115.

Como pode a oração consagrada, e feita com regularidade, auxiliar-nos no preparo para a cura? Ilustremos da seguinte forma: suponhamos que alguém esteja estudando um assunto acadêmico e especule como esse trabalho poderá ser relevante para suas necessidades práticas futuras. Mais do que um mero exercício intelectual, o estudo empreendido por essa pessoa desenvolve-lhe indiretamente algumas qualidades de vital importância, como a disciplina, a dedicação, a paciência, para enumerar apenas algumas. E apesar da pessoa não se aperceber, o desdobramento de tais qualidades, muitas vezes, lhe amplia as capacidades morais e mentais para enfrentar os desafios da vida. O desenvolvimento dessas qualidades é, de fato, mais importante do que o acúmulo de conhecimentos acadêmicos, pois se bem o conhecimento material seja mutável, a estatura moral pode proporcionar poderoso e permanente fundamento para a vida do indivíduo como um todo.

De uma forma ainda mais profunda, a oração desenvolve qualidades essenciais à cura cristã. À medida que reconhecemos a presença orientadora e o terno amor de Deus, à medida que afirmamos a natureza inteiramente espiritual de Deus e de Sua criação, inclusive o homem, e nos imbuímos de qualidades divinas tais como obediência, integridade, paz e alegria, nossa vida transforma-se paulatinamente em uma oração viva que nos prepara para enfrentar e resolver problemas por meios espirituais apenas.

A oração diária consagrada, aliada ao domínio contínuo sobre o pecado e à sua superação, assegura nosso sólido crescimento em compreensão espiritual. O crescimento espiritual, por sua vez, proporciona-nos uma percepção mais clara da imutável perfeição do homem como a semelhança de Deus. O crescimento baseado na oração, porém, nunca é rotineiro. Uma espiritualidade crescente reflete-se em nossa experiência cotidiana. Nunca somos hoje o que fomos ontem. Cada dia apresenta novos desafios, oportunidades singulares para darmos provas do poder sanador de Deus. Cada desafio exige inspiração nova para enfrentá-lo. Somente por meio da oração, feita com regularidade, podemos vivenciar o crescimento espiritual que nos habilitará a estar à altura das oportunidades de cura que se nos oferecem diariamente.

Nosso crescimento espiritual cotidiano proporciona a certeza de que não cedemos à tentação de voltar ao erro. Nunca podemos retornar aos erros e atitudes que verdadeiramente foram superados. Deus conduz-nos numa só direção — para frente. Precisamos, portanto, continuar olhando para frente. E certamente que nosso crescimento diário e orações consagradas produzirão frutos. Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy afirma: “Quando caminhamos, somos guiados pela vista. Olhamos diante de nossos pés, e se somos prudentes, olhamos para além de cada um de nossos passos, na direção do progresso espiritual.” Ciência e Saúde, p. 429.

Esse avanço espiritual inclui inevitavelmente o desejo sincero e a capacidade crescente de auxiliar outros por meio da oração. Quando somos motivados pelo amor a Deus e à humanidade, aprendemos a encarar tudo o que fazemos como atividade sanadora, como preparação, baseada na oração, que atende as necessidades humanas.

O estudo diário da lição bíblica que consta no Livrete trimestral da Ciência Cristã inspira, eleva e espiritualiza o pensamento e proporciona uma valiosa fonte de idéias espirituais que o estudante pode acalentar e praticar. Longe de ser uma rotina intelectual, o estudo da lição bíblica feito com regularidade, auxilia a preparar-nos para a prática da cura, regenerando o pensamento e tornando-o dessa forma mais receptivo ao Cristo sanador.

Um jovem estudante de Ciência Cristã acalentava o profundo desejo de auxiliar outros por meio da oração. Como ninguém lhe pedira auxílio, sentia não estar cumprindo inteiramente sua obrigação de Cientista Cristão, ou seja, ser obediente à ordem de Jesus: “Curai enfermos.” Mateus 10:8. Certa manhã, enquanto estudava a lição bíblica, estas palavras de Ciência e Saúde chamaram-lhe a atenção: “Conhece-te a ti mesmo, e Deus te dará a sabedoria e a ocasião para conseguires a vitória sobre o mal.” Ciência e Saúde, p. 571. Durante todo o dia o estudante ponderou essas palavras. Apercebeu-se de que encontrar uma oportunidade para curar, não era sua responsabilidade pessoal. Tendo em vista que seu trabalho de oração reconhecera Deus como a verdadeira fonte de todo ser, podia apoiar-se em Deus para obter “a sabedoria e a ocasião” para conseguir “a vitória sobre o mal”. À noite, bateram em sua porta. Era alguém que pedia auxílio por meio da Ciência Cristã. Essa experiência inspirou o Cientista a continuar acalentando a idéia de ingressar na prática pública da Ciência Cristã, e constatou que outras oportunidades de curar apresentavam-se proporcionalmente à sua disposição de vencê-las e enfrentá-las. Como nossa compreensão teórica da verdade está geralmente bem mais avançada do que a demonstração propriamente dita, devemos crescer até chegar ao ideal-Cristo, demonstrado por Jesus, de curar instantaneamente. O honesto auto-exame e a purificação de nossos motivos e de nossa vida apressará nosso progresso. Nada pode deter nosso reconhecimento de que a Verdade pode ser demonstrada agora porque é verdadeira agora.

Para curar outrem é preciso um compromisso sincero, um estudo feito com regularidade, e muita paciência, compaixão e amor. O praticista sabe que o carisma pessoal e a eloqüência não curam. Sabe que a única forma de ser praticista da Ciência Cristã em tempo integral, é viver a Ciência Cristã o tempo todo. Num sentido básico, nossa vida é nossa prática. Curamos por meio do poder do Cristo que expressamos. A dedicação do praticista a esse ideal geralmente começa bem antes da primeira vez que recebe um pedido de tratamento, pois a disposição de curar é proporcional à libertação ao pecado.

Como podemos obter e reter a confiança em nossa capacidade de curar? Precisamos lembrar que nossa prática não depende de habilidade pessoal. O sanador cristão dedica-se aos negócios do Pai. A prática é de Deus. O Amor divino é supremo e nunca falha. A participação nos negócios do Pai exige preparação do coração, obediência ao Amor, em que se vê o Amor reinar supremo sobre todos os detalhes de nossa vida.

O mundo necessita deveras de cura, hoje em dia. Muitos estão em busca da Verdade e do Amor. Por meio da Ciência do Cristianismo temos os meios práticos — na verdade os únicos meios eficazes — de auxiliar a suprir essa necessidade. Temos muito a dar. E se nosso preparo é completo, podemos enfrentar cada desafio de cura com o espírito da compassiva resposta do Apóstolo Pedro ao homem que era coxo e se encontrava à porta do templo: “O que tenho, isso te dou.” Atos 3:6.

Estamos preparados?

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