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A disciplina e a arte de curar

Da edição de março de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Todos os dias, os dançarinos de balé praticam os chamados exercícios de barra. Disciplinadamente, praticam os mesmos passos e alongamentos durante toda a vida. Os bailarinos sabem que é a partir dos simples pliés e battements que pode emergir a grandiosidade de uma apresentação de O lago dos cisnes.

Como Cientistas Cristãos, nós também temos um programa de treinamento diário, composto de certos exercícios básicos. Sabemos que o exercitar-se neles desenvolve os elementos fundamentais que compõem o preparo metafísico.

A Oração do Senhor é fundamental à nossa preparação diária. Além disso, no Manual de A Igreja Mãe a Sra. Eddy indica vários pontos essenciais que exigem diariamente nossa atenção. Um deles é a “Oração diária”. É a seguinte: “ ‘Venha o Teu reino’; estabeleça-se em mim o reino da Verdade, da Vida e do Amor divinos, eliminando de mim todo pecado; e que a Tua Palavra enriqueça as afeições de toda a humanidade, e a governe!” Man., § 4° do art. 8°.

O compreender a mensagem espiritual contida na Oração do Senhor e na "Oração diária", bem como o viver cotidiano em conformidade com essa mensagem espiritual, ambos ajudam-nos a eliminar a rigidez e os sonhos do pensamento material. Despertam-nos para a presença protetora e a orientação da Mente divina. Estabelecemos nossa união com a ação harmoniosa do Espírito, cedendo ao seu governo e à sua direção em nosso viver diário. A oração consagrada nos dá o impulso para a ação divinamente dirigida. Temos a postura necessária à ação, porque a verdadeira oração dá o ímpeto para a demonstração prática, diária, de um cristianismo solícito e sanador. A oração produz em nós o aquecimento, despertando a compaixão e o amor por nossos semelhantes.

Um conceito verdadeiro de amor é indispensável à demonstração da Ciência Cristã. A Sra. Eddy enfatiza-o na “Regra para motivos e atos”. Afirma: “Nem a animosidade nem o afeto puramente pessoal devem ditar os motivos e os atos dos membros de A Igreja Mãe. Na Ciência, só o Amor divino governa o homem, e o Cientista Cristão os suaves encantos do Amor, pela repreensão do pecado, pela verdadeira fraternidade, caridade e perdão. Os membros desta Igreja devem vigiar e orar diariamente para se livrarem de todo o mal, para se livrarem de profetizar, julgar, condenar, aconselhar, influenciar ou serem influenciados erroneamente.” Ibid., § 1° do art. 8°

Como o Amor é a própria essência da cura e da prática, na Ciência Cristã, esse lembrete diário é crucial para o desenvolvimento metafísico. Se o conhecimento da lei estiver dissociado do Amor, resultará no farisaísmo hipócrita. O conhecimento, por si só, não é preparo suficiente para aqueles que desejam imitar as obras de nosso Mestre, Cristo Jesus.

Exercitamo-nos metafisicamente à medida que vivemos segundo o espírito da “Regra para motivos e atos”. Por meio do auto-exame diário e da humildade, desmascaramos as pretensões da mente mortal. Aprendemos a criticar menos a outros e a apoiar mais os passos metafísicos incipientes: os deles e os nossos. Tornamo-nos mais pacientes e compassivos. Conseguimos deter a justificação própria e dominar o temperamento. Paramos de falar e passamos a ouvir e perceber a necessidade de nosso irmão. E livramo-nos da vacilação que se submete aos modismos humanos. Em obediência ao Amor, purificamos nossos motivos, desejos e ações. O pensamento começa a se moldar ao divino, e crescemos em nossa demonstração do poder do Cristo.

Importante também, em nosso treinamento disciplinar, é a constante “Vigilância quanto ao dever”, como a Sra. Eddy denomina outra regra vital. Diz: “Será dever de todo membro desta Igreja defender-se diariamente contra sugestão mental agressiva, e não se deixar induzir ao esquecimento ou à negligência quanto ao seu dever para com Deus, para com sua Líder e para com a humanidade. Segundo as suas obras será julgado — e justificado ou condenado.” Ibid., § 6° do art. 8°.

A oração constitui um meio eficaz de autodefesa. Pela obediência e pela disciplina, desenvolvemos a perspicácia espiritual necessária para discernir a falta de poder do mal. A vigilância mental vara a neblina do dualismo, isto é, da crença em dois poderes, um bom e um mau. Distingue entre o genuíno poder curativo do Espírito e as metodologias estéreis da matéria e do pensamento material. Essa vigilância rejeita crenças prejudiciais ou pecaminosas, antes que lancem raízes em nossa consciência. A vigilância diária detecta e derrota as sugestões errôneas que levam ao pecado, à doença e à morte. E uma percepção espiritual mais elevada traz-nos maior liberdade, melhor saúde e mais produtividade. Vendo a fruição de nossa vigilância, a gratidão pelas bênçãos recebidas nos impele a prestar serviço mais elevado. Reconhecemos nossa dívida para com Deus e aceitamos alegremente a evidente obrigação de concretizar as promessas que a Verdade contém para toda a humanidade.

Os exercícios de centro, que os bailarinos fazem sem o auxílio da barra, além de ampliar seu vocabulário, dão amplitude aos movimentos. É aí que são aprendidos e assimilados novos passos. Por ensaio e erro, a prática se torna mais refinada. São feitas correções. O vigor e a resistência aumentam. O exemplo do instrutor é estudado e emulado.

Para os metafísicos, a lição-sermão delineada no Livrete trimestral da Ciência Cristã poderia ser considerada um exercício desse tipo. Essas lições proporcionam um plano de estudo da Bíblia, cuja forma dada pela Sra. Eddy visa propiciar o desenvolvimento espiritual. A reflexão diária, brunida pelo estudo regular da lição-sermão, elucida o poder de curar ensinado e demonstrado por Jesus. Como os Cientistas Cristãos de todo o mundo estudam essas mesmas lições, estabelece-se uma unidade de pensamento e de oração que cura e abençoa a humanidade.

Quando, em humildade, aprendemos, ouvimos e aplicamos as verdades colhidas do estudo, elas nos auxiliam na tarefa de nos despojarmos de falsos traços de caráter, tais como o egoísmo, o egoísmo, a inveja, a luxúria, a cobiça. Vemos a necessidade urgente de purificar e elevar nossos motivos e aspirações. Vislumbramos o modelo crístico e começamos a moldar por ele a nossa vida. Pela paciência e perseverança emerge o Amor, não mais como abstração nebulosa, mas como o Princípio divino único, ativo e prático. Compreendemos melhor como demonstrar harmonia e paz.

Quando os bailarinos completam seus exercícios iniciais, podem dedicar o tempo restante da aula à dança e à coreografia. Aí, é-lhes possível verificar alguns dos resultados de seu meticuloso exercício. Os movimentos já não são lentos, estudados e fragmentados, mas fluem linda e continuadamente. Os bailarinos pairam e deslizam com uma graça que aparentemente não requer esforço.

Qual é o resultado da preparação diária do Cientista Cristão? A cura. À medida que exercitamos com amor a inspiração, a fé e a compreensão que se desenvolveram pela oração e pelo estudo das Escrituras, passamos a despojar-nos do pecado. Nosso sentido espiritual mais aguçado capacita-nos a pairar acima dos desafios de cada dia. As verdades reveladas continuam a se expandir no pensamento, ao serem postas em prática. Dessa forma, nossa vida fica aos poucos transformada, e tomamos parte em expressar o poder do Espírito e sua graça curativa.

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