Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

O mundo, e o que realmente ajuda

Da edição de março de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Qualquer pessoa medianamente bem informada sabe que o mundo tem seus problemas; quem quer que saiba disso e tenha boa vontade, anseia por fazer algo para ajudar. Mas o quê? As questões mundiais e suas complexidades parecerão, às vezes, tão arrasadoras que talvez nos afundemos no desânimo. Mas, não é preciso desanimar, nem devemos desanimar.

Nunca se deveria subestimar o poder do raciocínio espiritual, ou oração. E a oração mais potente é aquela que começa da melhor forma: com Deus e Seu eterno universo, inclusive o homem espiritual, criado à Sua semelhança. “Para raciocinar corretamente”, esclarece a Sra. Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science (kris´tiann sai´ennss), “deve estar presente no pensamento um só fato, a saber, a existência espiritual. Na realidade, não há outra existência, porque a Vida não pode ser unida à sua dessemelhança, a mortalidade.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 492. Decidir-se a raciocinar corretamente, e a agir de acordo com tal oração, é a atitude mais sadia que alguém pode adotar.

Para o senso comum geral, querer diminuir as tensões internacionais através da oração poderia parecer uma empresa insignificante. Afinal, não seriam as necessidades mais prementes renegociar tratados, obter mais armamentos, procurar aliados? No entanto, a abordagem espiritual é eminentemente sensata. Deus, o Amor, é a única fonte real de todo poder e inteligência. Somente do Amor divino pode vir o espírito de fraternidade que reduzirá o sofrimento da humanidade. Quando oramos com compreensão, voltamo-nos à única fonte confiável de soluções definitivas. A redistribuição de poder e influência entre as nações, se baseada unicamente no raciocínio e no julgamento dos mortais, nunca poderá ser, por si mesma, o caminho da paz durável.

Implicitamente, a humanidade está pedindo orações que curam. O espírito da instrução de Cristo Jesus aos seus discípulos está a merecer nossa obediência agora: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.”  Marcos 16:15.

Temos, para com o mundo, uma responsabilidade tal qual a que os discípulos tiveram. Podemos dar contribuições significativas, quer tenhamos um alto posto no governo ou envolvimento local com um partido político; quer passemos no lar a maior parte de nosso tempo, quer residamos longe daquilo comumente considerado centros de poder. Nunca estamos distanciados do verdadeiro centro do poder: Deus. Responder, em oração, à consciência crística de Sua bondade, onipotência e governo inteiramente justo, é a luz do mundo.

Quer seja geralmente reconhecido quer não, continua válido o fato de que a oração é o que realmente resolve. Nossa singela oração pode desempenhar valioso papel em ajudar o mundo, porque, por detrás dela, o que estimula realmente a verdadeira oração é o dinamismo sem limite do Amor divino.

Oração não é apenas pensamento, é também ação. A oração nos impele a expressar cada vez mais as qualidades divinas, inclusive paz, ordem, serenidade. A oração que não tem nenhum impacto em nossa própria vida não é oração genuína. E a oração que de fato produz impacto em nossa vida, toca outras vidas.

A coerência manda que minuto a minuto ajamos de acordo com o que aprendemos na Ciência Cristã a respeito de Deus e do homem a quem Deus criou. Rejeitar o eu mortal e suas reações negativas, freando um momento de impaciência ou uma onda de reação pessoal ou racial, tomando por base o que a Ciência mostra ser a realidade do homem, é uma exigência implícita no propósito de deixar brilhar a luz da verdade no cenário internacional. Ser coerente é ser cauteloso em aconselhar outros a que sejam mais bondosos! Se quisermos ser coerentes, não deveremos perder as oportunidades de manifestar afeto e paciência em nosso próprios contatos pessoais. Os desentendimentos nascidos de diferenças culturais podem e devem ser acertados, pela verdade do ser em que se baseia nossa oração mais ampla, a verdade que faz calar nosso senso corpóreo de identidade. “A abnegação é prática,” assevera a Sra. Eddy, “e não somente é cortês para com todos, mas também é agradável àqueles que a praticam. Se seguíssemos o conselho que gratuitamente damos a outros, criaríamos para nós mesmos e para o mundo um destino mais grandioso do que aquele que pudesse sair do cérebro de um sonhador.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, pp. 121–122.

Na Ciência do Cristianismo, o homem é a idéia imortal de Deus. Essa idéia retrata Deus fielmente, para sempre. O homem, visto espiritualmente, não tem nacionalidade, raça nem cultura, mortal, não carrega um passaporte nacional ou estrangeiro e não se acha enleado com uma ideologia destrutiva. O homem, a manifestação de Deus, é universal e completo porque Deus o é. Deus nunca fez um homem ou uma mente capaz de agressão, confusão, rancor ou cobiça. Na Ciência do ser, ou tudo é a expressão de Deus, o bem, ou comprovadamente não tem validade.

Verdades maravilhosas, essas. E à medida que as acolhemos como tais, isto é, como fatos irrefutáveis, começamos a subordinar a elas qualquer tendência de erigir em nosso próprio pensamento fronteiras entre nações e estados dos quais cremos gostar, e aqueles dos quais não gostamos ou aos quais somos indiferentes. As verdades cristãs e científicas que conhecemos, são universais. Não que devamos nos render mentalmente à tirania e ao materialismo, onde quer que estes pareçam surgir; mas precisamos começar a reconhecer, em oração, que o ser real exclui tanto as crenças no mal como as manifestações do mal. E inclui tudo o que é semelhante a Deus e que é eterno.

O emocionalismo, a paixão, o sentimentalismo não sustêm a humanidade. Nessas reações dos mortais está a origem de muitas das perplexidades de hoje. Se nos dedicarmos a um projeto de oração pelo mundo, essas características não terão lugar em nosso trabalho. Mas a espiritualidade, sim, pois é fundamental. Capacita-nos a prosseguir, com intenções elevadas, fundamentando os nossos pensamentos e as nossas atividades na rocha da verdade, a verdade de que não há outra existência a não ser a existência espiritual. Nada menos que a espiritualidade defende o bem que se evidencia em tantos lugares. Nada menos pode ajudar globalmente.

Ancorados na espiritualidad, não nos podemos deixar arrebatar, seja pela ansiedade, seja pelo rancor, ao lidarmos, em oração, com o terrorismo, a pobreza, as guerras civis, a ameaça nuclear. A espiritualidade universaliza nossa oração e não aceita, como incorrigível, a crença de divisão: a crença de que o homem está separado de Deus; pois é dessa crença que derivam circunstâncias nas quais nações parecem estar quer tragicamente em dissenção com outras nações, quer convulsionadas por desastrosas divisões internas.

Há uma grande diferença entre ter interesse pelo mundo e ter interesses mundanos. Estar sintonizado com as coisas do Espírito é esforçar-se para não ficar contaminado pela mundanalidade. Manter nosso pensamento espiritualmente puro é oração que ajuda o mundo, e o continuará a ajudar, até que o sentido mortal do ser ceda inteiramente ao divino. Mas meramente fingir que não estamos no mundo e manter-nos indiferentes a seus sofrimentos, evitando até mesmo tomar ciência deles, é uma espécie de mundanalidade em si própria. Cristo Jesus orou a Deus por seus discípulos: “Não peço que os tires do mundo; e, sim, que os guardes do mal. Eles não são do mundo como também eu não sou.”  João 17:15, 16.

O raciocínio mortal tende a ruminar as discórdias, voltar continuamente a pensar nelas. Obsessivamente, às vezes. O método de raciocínio espiritual e a espiritualidade, o cerne da oração, consiste em voltar continuamente às verdades científicas e cristãs, até que as discórdias desapareçam da experiência humana.

Através da oração, não ignoramos as notícias correntes, mas atacamos os problemas de maneira construtiva. Uma fonte regular de notícias pode ser a televisão. Mas, se ligarmos o noticiário da TV movidos principalmente pela curiosidade acerca da última sensação, estaremos esquecendo nossa responsabilidade cristã de manter a altitude espiritual que cura. Estaríamos adorando uma falsa imagem, digamos assim, se deixássemos que, na TV, as imagens de conflito ou desastre pulsassem sem que desafiássemos sua pretensão implícita de representar a realidade essencial dos acontecimentos.

Da mesma maneira, não estaremos cumprindo nosso compromisso se buscarmos as imagens eletrônicas à procura de simples excitação, desejando adiar o trabalho espiritual e mental que a Ciência Cristã exige! Mesmo uns poucos momentos de raciocínio correto e inspirado, raciocínio que nos eleve e lembre que Deus é o controlador infinitamente sábio, no comando, de tudo o que existe, aliviarão nossas preocupações e as do mundo, muito mais do que horas gastas em divertimento frívolo com o intuito de conseguir alívio.

Por que é que podemos sempre fazer algo para melhorar e curar, seja o que for que pareça errado em nossa casa, em nossa vizinhança e no mundo? Onde é que a discórdia está insistindo em suas pretensões? Do outro lado da mesa de jantar? Do outro lado da rua? Do outro lado do oceano? A discórdia apresentará suas pretensões onde quer que encontre um ouvinte ou uma testemunha. A exigência procede do pensamento mortal e dirige-se ao pensamento mortal que se nos afigura ser a nossa própria consciência. Quando oramos de acordo com a Ciência Cristã, pomos de lado o engano de que o pensamento mortal seja um pensador ou alguém que crê, e manifestamos “a mente de Cristo”  1 Cor. 2:16.. E “a mente de Cristo” conhece somente o que é bom e duradouro. Podemos fazer alguma coisa sempre que o erro quiser se impor como um elemento de nosso pensamento; sim, podemos fazer alguma coisa acerca do erro, porque podemos espiritualizar e purificar o nosso próprio pensamento. Curamos, primeiramente, e acima de tudo, o nosso próprio conceito das coisas, toda vez que este seja menos que espiritual ou menos que perfeito. Um mundo visto de modo melhor, visto mais espiritualmente, é um mundo melhor.

O mundo, o que realmente o ajuda? A oração: oração que nos leva a demonstrar, na prática da vida, a única espécie de homem que verdadeiramente há: a própria semelhança de Deus, amada e eterna.


Do Senhor são as colunas da terra,
e assentou sobre elas o mundo.

1 Samuel 2:8

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / março de 1987

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.