Ninguém precisa sofrer devido a feridas físicas ou emocionais. Temos autoridade cristã para nos recusar a sofrer danos.
Cristo Jesus disse: “Nada absolutamente vos causará dano.” Lucas 10:19. E provou-o, curando pessoas que aparentemente haviam ficado incapacitadas num acidente, que haviam sido afligidas por doenças ou marcadas pelo pecado.
Aos cristãos, portanto, é tão desnecessário aceitar sofrimentos, quanto seria errado infligir intencionalmente sofrimentos. Mas, como é que alguém recusará sofrer por danos, se foi ferido ou se foi tratado injustamente, caluniado, insultado ou rejeitado?
O livro Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy está repleto de respostas que curam. Uma das respostas geralmente aplicável a acidentes, mas útil também num sentido mais amplo, aconselha: “Declara que não te machucaste e compreende a razão disso; verás que os bons efeitos que daí resultam, estarão em exata proporção à tua descrença em relação à física e à tua fidelidade para com a metafísica divina — à tua confiança em que Deus é Tudo, como as Escrituras declaram que Ele é.” Ciência e Saúde, p. 397.
A razão por que não estamos sujeitos à agressão é a de que, em realidade, não há fonte da qual possa advir o dano. Compreender essa razão implica necessariamente compreender a causa e o efeito genuínos, Deus e o homem. As Escrituras ensinam que Deus é Tudo, que nada existe além dEle, que Deus é Amor puro e todo bondade, e que o homem é espiritual, criado à Sua semelhança. Essas verdades não deixam espaço algum para uma causa nociva ou para um efeito injurioso ou injuriado. Quando compreendidas, elas efetuam, de maneira completa e permanente, a cura de qualquer tipo de dano, físico ou mental, em tempo passado, presente, ou que se avizinha.
Se os sentidos físicos alegam que alguém disse, ou fez, algo danoso que nossos ouvidos ouviram, nossos olhos viram, nosso corpo sentiu e nosso cérebro registrou, podemos, mesmo assim, nos recusar a deixar que uma recordação do acontecimento, quer voluntária quer aparentemente involuntária, continue a nos ferir. O fato espiritual é que não estamos feridos e podemos nos recusar a aceitar falsos relatórios apresentados pelos sentidos físicos, pelos nervos ou pelo cérebro. Estes não fazem parte da identidade do homem à semelhança de Deus, nossa verdadeira identidade; são ilusórios e não nos merecem confiança.
Deus, a Mente única, é a única fonte válida de tudo o que há para se ouvir, ver ou sentir; da inteligência, substância, ação e existência. Por ser a Mente divina, o Amor, a fonte e a substância únicas de sua própria expressão, o homem, este jamais pode ser menos que perfeito. Não somos o mortal que os sentidos físicos, em seu sonho de agressão, descrevem. Somos o homem, a perfeita expressão de Deus, ainda que aparentemente o estejamos manifestando apenas em progresso paulativo.
A natureza tem um modo de proceder, diante de intrusões danosas, que nos oferece exemplo interessante: quando acontece a certos moluscos, tais como as ostras, ser-lhes introduzida, uma partícula que as machuca, um grão de areia, por exemplo, tal partícula é recoberta por camadas de uma substância protetora. Finalmente, o objeto agressor torna-se uma linda pérola!
Entretanto, a substância espiritual que surge através da oração, ao invés de apenas ir cobrindo nossas feridas com o lento passar do tempo, substitui imediata e completamente os paus e as pedras de um distúrbio acidental ou de um dano deliberado, com bênçãos de valor espiritual. Nossa verdadeira substância, que reflete a constante presença de Deus, é fecunda em amor e compreensão.
O homem jamais foi tocado por acidente ou injúria. O homem, a expressão de Deus, habita em Sua presença, onde nada de danoso jamais se introduz. Expulsando as sugestões de dano com rios de perdão, a substância curativa da oração faz muito mais do que torná-las incapazes de nos prejudicar. Quando refutadas com amor e compreensão, até mesmo experiências que justificariam uma atitude de ressentimento e vingança podem se transformar em lições espirituais que se tornarão tesouros duradouros. Graças a essas lições, tão somente, adquirimos a maior de todas as pérolas, a pérola da qual Jesus nos falou.
Jesus comparou o reino dos céus a um mercador que estava à procura de pérolas preciosas, o qual, “tendo achado uma pérola de grande valor, vendeu tudo o que possuía, e a comprou” Mateus 13:46..
Quase mil e novecentos anos após essa parábola ter sido proferida, a pérola de valor inestimável foi descoberta para toda a humanidade. Foi como se, no decurso dos séculos, o Cristo, a idéia sanadora e salvadora que Jesus plenamente exemplificou, purificasse todo o clamor do pecado e da dor, por meio da substância divina do amor e da compreensão, expondo completa e finalmente o nada absoluto do erro, através da revelação da totalidade do bem.
Graças a sua recusa em aceitar como definitivos a tristeza, o sofrimento e a dor, a Sra. Eddy foi impelida a pesquisar, até encontrar, e a pôr à disposição da humanidade, essa pérola infinita do alento e da revelação do Cristo. Ela escreveu a respeito de sua descoberta, a Ciência Cristã: “... sim, [é] a pérola preciosa da qual nosso Mestre disse que, se um homem a encontra, vai e vende tudo o que tem e a compra. Compra-a! Note-se o alcance de suas palavras, a saber, que o cristianismo não é meramente uma dádiva, como assevera S. Paulo, mas que é comprado, e por grande preço; e qual o homem que conhece o seu valor, como o conhecia nosso Mestre, e o preço que pagou por ele?” Miscellaneous Writings, pp. 252–253.
Como a melhor seguidora de Jesus na era moderna, a Sra. Eddy é a nossa Líder. Na proporção em que a seguem na prática da Ciência Cristã, as pessoas adquirem os tesouros curativos próprios dessa Ciência. Quando velhas cicatrizes e feridas recentes recebem alívio com a substância espiritual do tratamento pela Ciência Cristã, elas são curadas. De cada cura, porém, não se forma uma pérola isolada. À medida que se vê cada erro como o erro que é, passando-se a substituí-lo pela verdade curativa da Ciência Cristã, algo do teor total da Verdade se desenvolve, e, ao mesmo tempo, algo do sonho mortal do erro se reduz. E cada demonstração da Ciência Cristã revela, diante de nossos olhos e em proporção cada vez maior, a harmonia imperturbável para todos, a beleza, a paz e a alegria do céu.
 
    
