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A dor — tolerá-la ou curá-la?

Da edição de setembro de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Minha amiga subiu no tobogã (uma espécie de trenó), junto com o marido e um dos filhos. Era a primeira vez que andavam de tobogã, naquele inverno. A neve mal cobria as folhas no chão e, no meio da descida, o tobogã já avançara com tanta velocidade que parecia apenas uma mancha escura deslizando sobre a neve.

De repente, minha amiga lembrou-se de que, no inverno anterior, eles haviam descoberto um desnível abrupto ao pé daquela colina. Era um ponto a ser evitado, mas, estavam indo direto para ele. Não havia meios de frear, nem de desviar. Nem havia tempo para os três se jogarem para fora do tobogã. O pavor a engolfou — e depois veio a queda.

O marido e o filho estavam um tanto abalados, mas não se haviam machucado. Minha amiga, no entanto, tinha machucado seriamente as costas. O outro filho veio em auxílio deles, e a família toda voltouse a Deus, em oração. Os dois garotos cantaram hinos, e o pai foi buscar o carro.

Após chegarem em casa, continuaram a orar, e em pouco tempo, minha amiga foi capaz de atender a seus afazeres. Sem dúvida, ela ficou grata por isso. Entretanto, ainda sentia dores nas costas e não conseguia abaixar-se para pegar as coisas nas prateleiras mais baixas, quer na cozinha, quer no supermercado. O marido e os filhos ajudavam, nessas ocasiões, e minha amiga foi deixando a coisa ficar assim mesmo.

Passadas algumas semanas, a dor ainda não havia cedido. Minha amiga deu-se conta, então, do que estivera fazendo — estivera suportando a dor, simplesmente tolerando-a. Afinal de contas, ela era capaz de levar a cabo a maior parte das tarefas que precisava fazer. Por que não tolerar um pouquinho de dor?

Àquela altura, ela despertou desse sutil engano. A Ciência Cristã deixa claro que são somente as imposições da mente mortal, ou mente carnal, como é chamada no Novo Testamento, o que tentaria nos manter presos a um sentido material da existência, com suas inerentes limitações. O magnetismo animal, a atração mesmérica da mente mortal, tenta fazer-nos acreditar que a materialidade seja a nossa própria realidade. Mas o magnetismo animal é uma mentira que não tem poder real para se opor a Deus e a Seu plano, do bem eterno, da vida eterna, para Sua criação espiritual. Cristo Jesus deu provas disso toda vez que curou a doença ou o pecado.

Minha amiga decidiu tomar uma posição firme contra a sugestão de que o homem é material, um mortal finito, sujeito a acidentes, dores ou limitações. Na verdade, não há condição alguma que se oponha a Deus, o bem onipotente. Minha amiga sabia que orara diligentemente e que Deus atende à oração. A verdade sobre Deus e o homem — Deus perfeito e Sua perfeita expressão — ela a compreendera claramente. Essa verdade é a verdade que cura. Minha amiga podia firmar-se nessa verdade, recusar-se a tolerar uma mentira, reivindicar sua cura. Foi o que fez, e a dor sumiu imediatamente. Ficou completamente livre.

Tolerar o erro sob qualquer forma é, por si só, um erro. Suportar algo que não tem o direito de existir, seria dar-lhe a única “existência” que jamais poderia ter. Somente quando se aceita uma mentira, é que esta chega a ter qualquer credencial ou efeito. A falsidade, reconhecida como mentira, se firmemente rejeitada e substituída pela verdade, não pode nos enganar nem prejudicar.

A Ciência Cristã ensina que a doença — mesmo aparentando ser, para o sofredor, uma terrível realidade — é, de fato, uma das mentiras que assolam a existência humana. O acidente é uma mentira; a dor é uma mentira. O que quer que procurasse negar a onipresença de Deus e de Seu efeito totalmente bom, é inverídico, é ilusório, ainda que o erro, para o indivíduo que ainda não o desmascarou, possa parecer sólida convicção.

Na verdade, o homem e o universo são espirituais. Não podemos identificar a criação de Deus, o Espírito, com a matéria, que é tão dessemelhante do Espírito. A matéria é temporal; pode ser diminuída, até destruída. O Espírito divino é, no entanto, eterno, infinito, indestrutível. E o homem, a emanação do Espírito, incorpora as qualidades do Espírito, não da matéria. Esse homem espiritual é o nosso próprio ser real.

Compreendermos essas verdades proporciona-nos uma base sólida para demonstrar nosso verdadeiro ser, passo a passo. Essas verdades científicas constituem o “como” da oração. Em outras palavras, à medida que nossa oração expressa a verdade espiritual, a oração é científica e eficaz. A cura, o resultado prático da verdade espiritual, tornase evindente — o ferimento e a dor são expulsos, pois não têm parte nem lugar no reino de Deus ou no homem de Deus. Como afirma o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy: “A Verdade é sempre veraz, e não pode tolerar erro algum na premissa ou na conclusão.” Ciência e Saúde, p. 129.

A cura pela oração — a cura metafísica — dá glória a Deus, demonstrando que a causa divina é a onipotência do bem, e que o mal não tem poder. Mas, tolerarmos a dor — mesmo que dorzinhas — significaria implicitamente glorificarmos a matéria, presumindo que a causa está na matéria e pode ser tanto má quanto boa. Essa é uma premissa incorreta, e tem por conclusão a discórdia. Tolerar o erro seria como dizer: “Esta vida material é simplesmente assim. Pode não ser grande coisa, mas consigo ir levando.”

A verdade é, porém, que não podemos viver com a materialidade, quer se evidencie como matéria dolorida ou matéria agradável. Não há na matéria substância verdadeira nem propriedade vitalizante alguma que sustente a vida real — a vida que é eterna, que é totalmente boa. Mas vivemos, e de fato temos a nossa vida, em Deus, o Espírito divino, a Verdade infinita. A única vida que realmente temos, está em nosso reflexo da Vida divina.

É dever cristão ater-se aos fatos espirituais do ser, não a mentiras. É nosso dever resistir ao que não é verdadeiro, rejeitar a dor e não tolerar o erro. E é a alegria do cristão praticar fielmente a cura-pelo-Cristo que domina a dor, provando que a mentira não tem autoridade nem direito à existência, na criação de Deus.

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