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Em forma para receber o bem que pedimos

Da edição de setembro de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Sem dúvida o problema não é que exista insuficiente quantidade de bem. Muito mais do que imaginamos já está aqui ao nosso dispor, porquanto Deus é real. Deus existe e é bom. O que realmente necessitamos, é perceber mais plenamente esse bem infinito e sempre presente.

O Salmista nos diz de sua convicção da presença de Deus. “Como é preciosa, ó Deus, a tua benignidade!” entoa, “por isso os filhos dos homens se acolhem à sombra das tuas asas. Fartam-se da abundância da tua casa, e na torrente das tuas delícias lhes dás de beber.”  Salmos 36:7, 8.

Verificamos que é a oração mal dirigida a que pede a Deus para criar o bem em maior quantidade, ou para enviar-nos algum bem de que julgamos estar em falta. Deus já está expressando mais do que aceitamos. Nossa oração precisa ser feita noutro sentido. Precisamos orar a fim de reconhecer o que já está aqui. Talvez passemos os olhos depressa demais sobre o que pode, de fato, ser considerado o sumário da parábola do filho pródigo, relatada por Cristo Jesus, em palavras que podem ser aplicadas aos dois filhos, bem como a todos os filhos e filhas de Deus: “Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.”  Lucas 15:31.

Quer nos pareça necessitarmos de um emprego mais compensador, da cura de alguma doença, de ter um casamento mais feliz ou maior dose de inspiração, a necessidade básica é, unicamente, ampliar o que compreendemos de todo o bem com que o Pai já dotou amplamente Sua criação. Estar espiritualmente receptivos modifica nossa experiência, porque nos habilita a receber algo do que já existe neste universo de Deus e do homem de Deus — a realidade palpável do Espírito e do Amor divinos, já presente.

Mary Baker Eddy escreve: “Quando um coração faminto implora ao divino Pai-Mãe Deus que lhe dê pão, não lhe é dada uma pedra — porém mais graça, obediência e amor. Se esse coração, humilde e confiante, pedir com fidelidade ao Amor divino que o alimente com o pão do céu, com saúde e santidade, estará capacitado a receber a resposta ao seu desejo; então fluirá para ele a 'torrente das Suas delícias’, tributária do Amor divino, e se lhe seguirá grande crescimento em Ciência Cristã — ou seja, até mesmo a alegria que encontra o próprio bem no bem que proporciona a outrem.” Miscellaneous Writings, p. 127.

Entretanto, não presumiríamos possível, muitas vezes, encaixar a santidade em qualquer momento desejado de nossa vida — depois que todas as outras exigências tivessem sido satisfeitas? Mas, não será verdade que, se houver algum encaixe a ser feito, terá de sê-lo em nosso ser, ser que se pôs em forma para receber o vasto bem que Deus já criou? Isso, é claro, coloca a questão na única base em que ela pode estar.

Para Deus não existe necessidade, nenhuma falta de Sua própria ação de criar e prover todo o bem. Mas, para o homem mortal, a necessidade existe. Não é, todavia, a necessidade de obter algo que Deus ainda não proveu, mas, sim, a de purificar o pensamento e a vida, de maneira que Deus e Sua bondade, que já se expressam no homem e para o homem, possam ser vistos com maior clareza.

Na parábola, os dois filhos tinham de cessar de pecar, a fim de ver o que lhes pertencia. Também nós temos de conhecer a nós mesmos, temos de cessar de pecar, e, assim, nos pormos em forma para receber o que já nos pertence.

A Ciência Cristã
Christian Science (kris'tiann sai'ennss) ensina, é verdade, que o homem a quem Deus criou não é pecador, e que o pecado é uma ilusão — mas é igualmente verdadeiro seu ensinamento de que o pecador — aquele que acredita na ilusão do pecado e nela toma parte — tem de cessar de participar nela. (Os estudantes mais novos de Ciência Cristã talvez queiram ler o terceiro artigo de fé que se encontra à página 497 de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de autoria da Sra. Eddy; os que não forem tão novos em Ciência Cristã talvez o repitam sem abrir o livro-texto!)

Uma vez que temos de abandonar a ilusão do pecado em todas as suas formas, a fim de perceber o bem que já é nosso, não será de surpreender que o primeiro capítulo em Ciência e Saúde, “A Oração”, tenha tanta coisa a dizer quanto a exigências morais. Nesse capítulo, do início ao fim, a autora destaca a necessidade de pautarmos a vida de acordo com nossas orações, certificando-nos de que nossos motivos e pensamentos íntimos se coadunem com as nossas atitudes e nossa adoração exteriorizadas. Nesse capítulo e em seus outros escritos, a Sra. Eddy fala eloqüente e penetrantemente sobre isto, condenando a hipocrisia. Mas deixa claro, também, que ao orarmos com persistência para conhecer a santidade, tal oração é atendida, e que, pela oração, pomo-nos em forma para receber o bem que pedimos.

E o que se requer, nessa preparação para receber o bem? Uma das coisas mencionadas, nesse capítulo sobre a oração, é a gratidão pelo bem já recebido. De acordo com esse capítulo, porém, se requer uma gratidão até mais significativa — gratidão pelo próprio Deus, pela Verdade, a Vida, o Amor.

Como a Bíblia mostra, aqueles que estão conscientes de sua relação com Deus estão constantemente Lhe agradecendo, não numa atitude como que obsequiosa, mas numa maneira livre e espontânea, que tem por motivo a alegria de ver o que Deus está fazendo. Sobre este assunto podemos aprender ainda mais com o nosso grande Modelo, Cristo Jesus. A Bíblia registra que mais de uma vez Jesus deu graças antes de ter recebido uma bênção.

A que resultado tão diferente se chega, ao pensar, não em tentar encaixar a santidade e a bondade de Deus no nosso conceito humano de vida — tal como se estivéssemos tentando encaixar num jogo de quebra-cabeça alguma peça faltante — mas, sim, ao nos pormos espiritualmente em forma para ver o “quadro” de Deus, já completo. Não há dúvida de que Deus é bom. Sua bondade é completa, de todos os modos possíveis, e inclui sempre o homem à semelhança de Deus.


E não vos conformeis com este século,
mas transformai-vos pela renovação da vossa mente,
para que experimenteis qual seja a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus.

Romanos 12:2

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