Com os desafios que se apresentam no mundo — fome, guerras regionais, crises envolvendo reféns, crimes, ameaça de guerra nuclear — poder-se-ia crer que não há coisa alguma que o indivíduo possa fazer para ajudar. Como posso ajudar a levar a paz ao mundo? Como posso ajudar a evitar o problema dos reféns? Como posso reduzir o crime na minha cidade?
Todas essas perguntas revelam um coração compassivo que é receptivo a um modo melhor de resolver nossos problemas humanos. E a Ciência CristãChristian Science (kris´tiann sai´ennss), descoberta e fundada por Mary Baker Eddy, oferece uma maneira revolucionária de enfrentar esses desafios. Por exemplo, ensina a procurar soluções mediante o conhecimento de nós mesmos.
Se examinarmos com humildade e sinceridade o nosso pensamento, descobriremos que muitos dos pecados vistos no mundo estão fazendo picumã no nosso próprio pensamento. Talvez descubramos que a vingança, o ódio e o ressentimento que vemos nos terroristas, estão afetando, até certo ponto, nossa atitude com relação a colegas, a membros da igreja e aos da família. A falta de paz e o contínuo desentendimento que se manifestam nas guerras regionais no mundo, podem ser vistos também nas pequenas guerras em que nos envolvemos no trabalho ou em casa. O crime em nossa cidade pode ser fomentado pelas “insignificantes” trapaças, quando da compra ou venda de alguma coisa ou quando são pagos os impostos. A violência pode encontrar eco na nossa maneira rude de tratar nossos filhos ou nosso cônjuge ou até mesmo na punição física deles.
É preciso que a cura desses elementos do materialismo ocorra em nossa vida, se queremos que o mundo seja curado. Depois de falar do “vínculo da unidade” dos cristãos — a Oração do Senhor — a Sra. Eddy profetiza: “Se a vida dos Cientistas Cristãos der provas de sua fidelidade para com a Verdade, vaticino que no século vinte toda igreja cristã no nosso país e algumas em países distantes, chegarão a compreender a Ciência Cristã o suficiente para curar os doentes em nome de Cristo.” Pulpit and Press, p. 22. Embora seja uma promessa maravilhosamente animadora, está sujeita a uma condição prévia — a de demonstrarmos individualmente o Amor e a Verdade.
Pode parecer que pelo fato de sermos tão poucos contra o materialismo todo, nosso crescimento espiritual talvez não seja eficiente para produzir a cura. Mas é justamente dessa maneira que o materialismo deseja que pensemos. A verdade é que não estamos realmente tentando modificar outros. Estamos tentando tornar-nos mais conscientes da criação perfeita que já está aqui — o reino do céu dentro de cada um de nós — e pautar nossa vida com mais coerência segundo essa criação perfeita. Reconhecendo e expressando em maior proporção a identidade do homem à semelhança de Deus, somos transformados passo a passo, e isso, por sua vez, ajuda outros a procurar sua própria transformação.
Como seguidores de Cristo nos dias atuais, podemos causar o mesmo impacto de cura produzido por aqueles discípulos, quando tanta coisa fizeram para mudar o pensamento humano. Embora, às vezes, lhes faltasse a fé, a ressurreição e ascensão de Cristo Jesus lhes infundiu coragem, obediência e convicção espiritual. Foram despertados para perceber o poder ilimitado daquilo que Jesus estivera ensinando e vivendo. Assim foram capazes de prosseguir e de obedecer ao mandamento de Jesus: “Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios.” Mateus 10:8.
Paulo é um bom exemplo do amplo alcance atingido por um indivíduo que se sentiu induzido pela convicção de que estava a realizar a obra de Deus. Tal como nós, Paulo nunca se encontrou com o homem Jesus, mas graças ao toque curativo do Cristo, veio a compreender os ensinamentos de Jesus. O que se seguiu foi uma brilhante carreira de pregação do evangelho e cura dos doentes. Paulo deve ter sentido o Amor divino a atuar através de sua pessoa e através de todos aqueles que estavam empenhados nesse trabalho sagrado. Ele disse tudo isso em sua segunda carta aos Coríntios. Uma das traduções atuais da Bíblia (The New English Bible) diz assim: “Apresentamo-nos agora como embaixadores de Cristo. É como se Deus os chamasse por nosso intermédio.” 2 Cor. 5:20. A Bíblia de João Ferreira de Almeida apresenta a seguinte tradução: “Somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio.”
Também nós podemos sentir a segurança de que ao difundir a palavra da Ciência Cristã, estamos levando a efeito a vontade divina. Naturalmente, isso não significa uma difusão fanática que viola os direitos individuais dos outros. Significa uma purificação interior que brilha com o esplendor do Cristo. O crescimento em compreensão espiritual, subjacente às batalhas vitoriosas travadas longamente contra pecados renitentes e males físicos, serve como trombeta a anunciar ao mundo que o Espírito e sua criação espiritual são a única realidade.
As verdades espirituais reveladas na Ciência Cristã e sua força concomitante destinam-se a todo homem, mulher e criança, e delas devem se beneficiar. Ninguém é velho demais ou jovem demais, inteligente demais ou não suficientemente inteligente, demasiado intelectual ou falto de intelectualidade, demasiado justo ou insuficientemente justo, para ser banhado ou abençoado pelo Cristo. Mas é necessário volver-se a esta santa Ciência com um coração aberto e humilde.
Embora a Ciência Cristã se destine a todos os indivíduos, é preciso uma consagração cada vez maior para que sua prática seja coroada de êxito. Atendemos melhor a esses requisitos com o esforço de nos livrarmos de todo pecado — até mesmo daquele pecado que pensamos nos proporcionar prazer ou daquele para o qual estamos cegos. Muitos seguidores sinceros de Cristo foram curados de estados doentios crônicos, quando abandonaram modos de pensar entranhados e pecaminosos. A força de vontade, o orgulho, a crítica, a luxúria, o ressentimento, a inveja, a fraude, a vingança, são algumas das pedras de tropeço no nosso caminho. A transformação de Paulo serve como exemplo destacado do poder do Cristo para curar pecados renitentes e entranhados. Foi-lhe preciso abandonar pecados tais como o ódio, a arrogância, a justificação própria e o rancor, antes de ser imbuído do poder curativo da Verdade. De maneira semelhante, precisamos conquistar por fim todo pecado. Talvez alguns pecados deixem de existir através do sofrimento e outros mediante crescimento espiritual, mas a tarefa será cumprida. Não podemos esquecer que o propósito principal da vinda de Jesus, assim como da revelação da Ciência Cristã, foi salvar-nos do pecado.
Foi por causa de alguns poucos, porém fiéis indivíduos, que minha família encontrou a Ciência Cristã há mais de quarenta anos. Minha avó foi salva de grave e pertinaz distúrbio nervoso, acompanhado de sintomas de asma, para o qual a ciência médica não encontrara cura. Ambos os avós viviam em Honduras, onde não havia nenhuma sociedade ou filial da Igreja de Cristo, Cientista. Moravam numa área rural que só podia ser alcançada por trem. Naquele tempo, o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de autoria da Sra. Eddy, ainda não tinha sido traduzido o espanhol. Porém para o pensamento amável e sem preconceito de três Cientistas Cristãos e para o pensamento receptivo de meus avós, nenhum desses fatores foi obstáculo.
Um viajante do leste europeu caminhava ao longo das divisas da fazenda do meu avô. Ele e meu avô se conheceram e vovô o convidou a vir até sua casa. Durante essa visita inicial, o viajante tomou conhecimento da enfermidade de minha avó. Explicou-lhes algo sobre a Ciência Cristã e sugeriu-lhes que escrevessem para A Igreja Mãe, em Boston, nos Estados Unidos. Depois de duas semanas do envio da carta, A Igreja Mãe providenciou para que dois Cientistas Cristãos estabelecessem contato com meus avós. A partir de então, meu avô e minha mãe (que nessa época tinha cerca de 10 anos de idade) viajavam de trem todos os fins de semana para uma cidade que distava cerca de uma hora, onde esses dois outros Cientistas moravam. Todos os quatro celebravam então, juntos, um culto da Ciência Cristã. Um dos Cientistas, que era bilingüe, empregava muito tempo durante a semana a fim de traduzir a lição-sermão No Livrete trimestral da Ciência Cristã. para o espanhol, de maneira que seus dois visitantes pudessem compreendê-la. Essas traduções eram levadas para minha avó que as estudava com fervor. A pedido de minha avó, o outro Cientista — que nunca vira vovó — orava para ela, e a enfermidade foi afinal debelada mediante essa oração.
Desde o primeiro momento em que minha avó soube da Ciência, acreditou que havia encontrado a cura. Seu coração abriu-se para a Verdade, e ela se apegou à Ciência como alguém que sabia ser essa Ciência o conhecimento de Deus. Tornou-se-lhe cada vez mais claro que o poder curativo de Jesus não era outra coisa senão a Ciência Cristã, a revelar um Princípio divino perfeito expresso por um homem perfeito. Muito embora tivesse momentos de grande luta com suas antigas crenças, confiou nas verdades récem-achadas, e isso finalmente deu-lhe uma vitória completa.
Como o eunuco etíope do qual lemos em Atos Ver Atos 8:26–39., meus avós estavam famintos pelo Cristo e nenhuma distância geográfica poderia mantêlos afastados dele. E, do mesmo modo como Felipe foi preparado para ajudar o etíope, assim esses três indivíduos estavam preparados para partilhar a Ciência Cristã com meus avós. Tal como Felipe, batizaram meus avós numa compreensão mais elevada acerca de Deus e de Sua criação perfeita. Da mesma maneira, a cada um de nós são oferecidas oportunidades ilimitadas de abençoar outros com a Ciência do Cristo. Mesmo que não estejamos trabalhando diretamente com alguém, podemos, não obstante, trabalhar para fermentar o pensamento do mundo a fim de que esteja preparado para receber o Cristo. Em proporção a nossa fidelidade individual, contribuímos para que se cumpra a seguinte promessa bíblica: “No lugar em que se lhes disse: Vós não sois meu povo; ali mesmo serão chamados filhos do Deus vivo.” Romanos 9:26.