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Braços cheios de amor

Da edição de janeiro de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


O Natal sempre foi meu feriado predileto. Ir com papai e os gêmeos procurar a árvore certa. Fazer ornamentos coloridos. Trançar uma grinalda de azevinho e pinheiro para nossa porta.

Na véspera de Natal, os primos e tias e tios chegariam primeiro. E daí todos nós esperaríamos por Danny, nossa avó, que sempre vinha atrasada, com os braços carregados de presentes para todos. Em geral, nem todos os presentes estavam embrulhados, e ela diria: “Oh, vou depressa ao quarto, terminar de embrulhar estes últimos pacotes.” E, é claro, esperávamos até que ela terminasse. Às vezes procurávamos espiar, mas ela não nos deixava entrar.

Sempre convidávamos amigos, também. Pessoas que estavam longe de suas famílias. Certa vez, Biju e Kamala, que eram da Índia, vieram, e Raul, que trabalhava com papai, mas cuja família morava na América do Sul, veio também. Quando eu era bem pequena, aquilo de que mais gostava era de ter todo o pessoal em volta. Quando cresci, o Natal ficou ainda melhor porque havia muitas coisas que eu podia fazer pelos outros. Às vezes eu achava que o Natal fazia a gente sentir-se enamorada de todas as pessoas do mundo.

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