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O que é um Cientista Cristão?

Da edição de janeiro de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Um dia, no outono passado, uns parentes que moram perto de meu escritório pediram-me que os ajudasse a preparar sua casa para a vinda do inverno. Era preciso colocar janelas duplas contra tempestades, recolher as folhas caídas sobre o gramado, e assim por diante. O problema é que aquela manhã tinha sido muito cansativa no escritório, após uma semana especialmente árdua. Eu havia deixado o almoço para mais tarde e queria correr para casa para fazer as mesmas coisas lá.

Desde o início, nada deu certo na casa de meus parentes. O vento agitava as folhas que eu estava tentando ajuntar. Nenhuma das janelas duplas encaixava. Comecei a ficar muito impaciente e frustrado. O outono já ia avançado e o tempo parecia querer fechar. Talvez nem desse para eu fazer essas tarefas em minha própria casa.

Enquanto trabalhava, exasperado, tentando colocar a porta dupla da frente, novos pedidos me eram feitos para fazer isso e aquilo antes de ir embora. Tentei resistir à sensação cada vez maior de estar sendo explorado, mas essa sensação me invadiu completamente. Ao forçar o encaixe dum painel de vidro, houve uma violenta rajada de vento cheia de areia. Algo agudo atingiu meu olho com força e uma onda de lágrimas e dor fez-me parar de trabalhar.

Antes de tornar-me Cientista Cristão, eu havia estudado anatomia e patologia do olho. Tenho de estar sempre alerta para manter os fatos reais do ser, do relacionamento perfeito do homem com Deus, na consciência. Apesar de não desejar fazê-lo, acabei indo e vindo entre a varanda e o banheiro, onde tentava examinar meu olho no espelho, só conseguindo aumentar o medo e a frustração.

Por fim, percebendo a futilidade disso tudo, parei a meio caminho na escada e sentei-me a fim de pensar. O que estou fazendo? perguntei-me. Apoiei a cabeça nos joelhos, fechei os olhos e procurei acalmar o pensamento. Afinal, o que é um Cientista Cristão? Sabia que não estava agindo como Cientista.

Uma resposta fácil a essa questão surgiu logo: Um Cientista Cristão é alguém que freqüenta a Igreja de Cristo, Cientista. Isso, é óbvio, não era a resposta completa. Nossa igreja está cheia de visitantes. Bem, então, um Cientista Cristão é alguém que lê diariamente a liçãosermão Do Livrete trimestral da Ciência Cristã. e os periódicos da Ciência Cristã. Não, essa também não dava. Muitas pessoas fazem isso e não são membros da igreja. Então, um Cientista Cristão tem de ser membro de uma filial da Igreja de Cristo, Cientista, e de A Igreja Mãe, uma pessoa que tenha um cartão, que declara sua filiação. Isso, era isso!

Ora, de imediato lembrei-me das seguintes palavras do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, da Sra. Eddy, referindo-se a Cristo Jesus: “Sabia que os homens podem ser batizados, tomar parte na Eucaristia, manter clero, guardar o sábado, fazer longas orações e, não obstante, ser sensuais e pecaminosos.” Ciência e Saúde, p. 20.

Não, um Cientista Cristão tinha de ser mais do que isso: alguém que vive e pratica a Ciência Cristã. E o que isso inclui? Bem, saber que Deus é Tudo. Que Deus é Amor. E que o homem, a imagem e semelhança de Deus, é espiritual e amoroso. Também que o mal, ou a crença num poder material oposto a Deus, não tem realidade. Tudo isso. No entanto, aqui estava eu, sentindo algo muito inferior a amor por essas pessoas queridas que haviam cuidado de mim, quando criança, haviam me criado, me amparado e feito muitos sacrifícios por mim. Outra declaração de Ciência e Saúde veio-me à mente: “A parte vital, o coração e a alma da Ciência Cristã, é o Amor. Sem o Amor, a letra nada mais é que o corpo morto da Ciência — sem pulso, frio, inanimado.” Ibid., p. 113.

Eu sabia que deveria expressar amor e não ressentimento. Deveria mesmo ficar grato pela oportunidade de fazer algo por essas pessoas. Saber que Deus é Tudo, é esforçar-se para provar Sua onipotência, onipresença e onisciência em nossas vidas. Saber que Ele é todo Vida e Mente. Tudo é uma palavra pequena, mas com significado tremendo. Não deixa espaço para a crença no mal, na discórdia, ou na realidade da matéria; nenhum espaço para qualquer poder ou condição exceto a bondade e presença de Deus. E, como o homem é a idéia espiritual de Deus e não pode ser invadido ou corroído, está para sempre a salvo e intato na Mente. Todas as formas de erro têm de, por fim, retirar-se e dar lugar à Verdade, já que o erro não tem lei ou fundamento que o sustente.

Raciocinei que o que quer que tivesse acontecido ao meu olho, não fazia parte de mim porque, na verdade, como a expressão de Deus, eu era inteiramente espiritual. A sugestão de que algo poderia estar errado, era falsa. Sem dúvida, não era ordenada por Deus. Examinar repetidamente o olho, estudando-o com medo, estava longe de indicar confiança em Deus. Lembrei-me da seguinte declaração de Ciência e Saúde: “Uma idéia espiritual não contém um só elemento do erro, e essa verdade remove convenientemente tudo quanto é nocivo.” Ibid., p. 463.

Enquanto estava sentado ali na escada, calmamente ponderando essas verdades, minha atitude começou a mudar. Certo, o outono já ia avançado. Certo, eu estava cansado. Mas eu precisava de algo mais do que ficar me desculpando. O que se fazia necessário era demonstração e exemplo. Um Cientista Cristáo lida com um problema agindo, e não reagindo. Nega o erro que pretende iludi-lo, e esforça-se para ver sua irrealidade. Afirma o governo amoroso de Deus sobre o homem e ora para viver sempre de acordo com esse governo. De que outra forma ser Cientista Cristão? Cristo Jesus proclamou: “Vós sois o sal da terra .... Vós sois a luz do mundo .... Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.”  Mateus 5:13, 14, 16.

Será que um observador imparcial acharia que eu estava cumprindo a citação acima? A demonstração da Vida, Verdade e Amor e das qualidades derivadas de Deus como perdão, caridade, gentileza, paciência, tem de ser muito mais importante do que a mera definição intelectual do termo Cientista Cristão. Se demonstrarmos a Ciência Cristã em nossas vidas, nossas ações e nossas atitudes, ninguém terá de pedir-nos uma definição formal. Eles verão! Eles saberão!

Voltei ao que estava fazendo com renovada paciência, junto com amor e gratidão pelas pessoas que estava ajudando, livre do medo debilitante que sentira acerca de meu olho. Pus o vidro no lugar e constatei que se ajustava perfeitamente. Daquele instante em diante não senti mais dor nem desconforto em meu olho e este nunca mais me perturbou. Todo o trabalho restante daquele dia, tanto lá como em minha casa, foi feito de modo harmonioso.

Viver os Dez Mandamentos e as Bem-aventuranças é um desafio constante. Ater-se continuamente ao Princípio é tarefa de cada instante. Mas nosso sentido espiritual é guia dado por Deus. Quando a mente mortal estiver nos desviando dos altos padrões da Ciência Cristã, nós o saberemos. E de imediato nos perguntaremos: Estou agindo como Cientista Cristão, ou estou reagindo ao mal? Quanto mais procurarmos demonstrar, menos explicações teremos de dar, a nós e a outros. Uma demonstração vale mais do que um sem-número de explicações!

A segunda estrofe do hino n° 12 do Hinário da Ciência Cristã o descreve muito bem:

Pregando, vós avançareis;
Com vossas obras provareis
Do Verbo, o divinal poder,
Sinal de Vida a irromper.
Missão de cura é redenção,
E aos homens traz libertação.

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