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Nadando, ou flutuando à deriva?

Da edição de novembro de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Será que, talvez mesmo sem nos apercebermos, vamos atrás dos pensamentos daqueles que nos rodeiam, parecendo antes flutuar, levados pela corrente, sem olhar para onde somos arrastados?

Num artigo denominado “Contágio”, a Sra. Eddy assinala a necessidade de estarmos alerta para a tendência de aceitar, sem levantar objeções, a crença em doenças contagiosas. Esse artigo também é aplicável às muitas circunstâncias em que deixamos os pensamentos dos outros terem influência sobre nós. Diz ela: “O que quer que o homem veja, sinta ou de que, de algum modo, tome conhecimento, precisa ser captado através da mente, porque a percepção, sensação e consciência pertencem à mente e não à matéria. Flutuando na corrente tradicional do pensamento mortal, sem objetar quanto à confiabilidade de suas conclusões, fazemos o que os outros fazem, acreditamos no que os outros acreditam e dizemos o que os outros dizem.” Miscellaneous Writings, p. 228.

Mas como saberemos o que as outras pessoas pensam? O fato de que “todo o mundo o faz”, não “o” torna sancionado? Porque haveremos de supor que sabemos mais do que os outros? Não seria melhor que todos concordássemos uns com os outros, o mais freqüentemente possível, a menos que todos estejamos enganados? A Ciência Cristã responde a essas perguntas, dando-nos um conceito novo e mais elevado do homem e seus pensamentos, mostrando que o homem não é indeciso ou passivo, inclinado à indiferença e inércia. Compreendendo isso não aceitamos o que, por aprovação tácita, as opiniões humanas nos apresentam.

Nosso ser é, na realidade, espiritual, e os pensamentos de que necessitamos também são espirituais. Não provêm do cérebro, mas sim da única Mente divina, Deus. Os pensamentos que a Mente expressa constantemente em Sua semelhança, o homem, são sempre perfeitos e construtivos. Por isso temos um idôneo padrão divino, para o qual nos podemos voltar, o qual não apenas nos dá o impulso para nadar mentalmente, em vez de flutuar à deriva, e por vezes até afundar, mas também nos mostra a direção acertada a seguir e nos ajuda a lá chegar.

Qualquer um pode aderir a esse padrão divino no pensar e no viver, e segui-lo com a certeza de conseguir resultados. Compreender isso e orar para alinhar nosso pensamento mais de perto e mais de acordo com a Mente divina, traz ao pensamento humano, com presteza e convicção, o elemento necessário para fazer face a qualquer situação. Ao compreender e pôr em prática as verdades pertinentes à saúde, felicidade, fortaleza e segurança outorgadas por Deus ao homem, começamos a sentir o apoio do poder divino, bem como a sabedoria e o discernimento que advêm de permitirmos que o arbítrio divino nos guie.

Cristo Jesus exemplificou com clareza o efeito da estreita dependência a Deus. Ele expôs e corrigiu os conceitos humanos errôneos e as dificuldades físicas freqüentemente associadas a esses conceitos. No entanto algumas vezes achou sensato separar-se, a si e aos seus pacientes, dos pensamentos ao seu redor. Marcos registra que quando Jesus estava a curar um homem surdo e com dificuldades de dicção, tirou-o “da menina”. Marcos 7:33. E antes de curar a filha de Jairo, um dos chefes da sinagoga, ele ordenou a saída das pessoas presentes no quarto, que já choravam a morte da menina. Ver Marcos 5:38–40.

Essa atitude pode ser encarada, não como rejeição às pessoas, mas sim como afastamento de influências negativas sobre o pensamento. Algumas vezes, porém, essas influências negativas aparentemente adquirem preponderância sem que haja pessoas presentes para exercêlas. As condições ambientais, ao que parece, estariam agindo em favor dessas influências. As condições atmosféricas são disso exemplo. Não só a temperatura e a umidade são associadas ao local em que acontece as pessoas se encontrarem, mas o mesmo se verifica em relação à atmosfera do pensamento, isto é, os sentimentos que emanam das pessoas, tais como afeição ou frieza, animação ou depressão.

Certa ocasião necessitei enfrentar a suposta influência climática sobre a saúde, após ter-me mudado para um local situado a grande altitude. Uma manhã acordei indisposta e, erradamente, pensei de início em termos de sintomas. Em minha oração afirmei o controle da Mente divina sobre a matéria em todas as suas formas, mas sem resultado imediato. Ao fim dessa manhã uma vizinha veio ver-me, a qual, ao tomar conhecimento da indisposição, comentou: “Ora, não é para alarmar. É apenas conseqüência da altitude. Toda a gente tem esses sintomas de vez em quando, mas depressa passam.”

Esse modo de pensar era algo de que não me apercebera, e a partir de então insisti, em espírito de oração, que eu não tinha de aceitá-lo. Afinal eu não me mudara para fora da influência e controle da Mente infinita, apenas porque passara a viver a mais de dois mil metros de altitude. A dificuldade física desapareceu com rapidez, não voltando a surgir de novo, o que me mostrou que os sintomas não eram, em si, o ponto mais importante. Atrás deles existem sempre pensamentos que necessitam de correção.

Há muitas ilustrações dessa afirmação. Talvez, por exemplo, tenhamos aceitado uma rotina automática, pensamentos repetitivos ou de imitação, os quais nos tentam a esquecer a espontaneidade infinita da Mente divina e nos impedem de tirar partido dos pensamentos novos e reconfortantes que de contínuo nos são oferecidos. Nosso pensamento pode, também, ser impregnado por atitudes habituais em nossa família ou nosso país, sem que uma só palavra seja pronunciada. As experiências vividas por várias pessoas impressionam-nos tanto, que torna-se difícil distinguir a verdadeira individualidade. A sorte ou acontecimentos ocasionais podem parecer desafiar o governo divino. Mas é necessário que não aceitemos outra mente ou poder separado de Deus.

Em Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy, está explicado como fazê-lo, mesmo em face de circunstâncias pouco promissoras. A citação é a seguinte: “Quando se apresenta a condição que, segundo dizes, causa a moléstia, quer seja ar, exercício, hereditariedade, contágio ou acidente, então desempenha tua função como porteiro e veda a entrada a esses pensamentos e temores doentios. Exclui da mente mortal os erros nocivos; então, o corpo não poderá sofrer por causa deles. As alternativas de dor ou de prazer têm de provir da mente, e, como um guarda que abandona seu posto, admitimos a crença intrusa, esquecendo que com o auxílio divino podemos proibir-lhe a entrada.” Ciência e Saúde, pp. 392–393.

Essa lista de possibilidades não pretende ser completa. E, é claro, não existem fórmulas para curar. Cada caso particular necessita de atenção individual. Não obstante, o cerne da particular é sempre o mesmo, fazer uma pausa e pensar de acordo com a orientação da Mente, e depois agir conforme essa orientação. Desafiar o pensamento humano associado a certas condições materiais e substituí-lo pelas verdades espirituais concernentes ao homem e ao universo criados por Deus, imprime em nosso pensamento e nossa experiência um impulso renovado. Em conseqüência, descobrimos que em vez de flutuar ao sabor da maré, passamos a “nadar” com rumo e destino certos.

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