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O menosprezo e a inveja são desnecessários

Da edição de novembro de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


São bastantes as pessoas que se debatem com um sentimento de incapacidade e por isso levam uma vida muito infeliz. Se a inveja desponta, a existência torna-se insuportável. É crime alguém sofrer por isso, já que a Bíblia salienta a verdadeira identidade do homem e sua conseqüente dignidade e valia.

Para citar apenas uma das muitas portentosas afirmações contidas nas Escrituras, ressalta a Primeira Epístola de João: “Amados, agora somos filhos de Deus.” 1 João 3:2. O sentimento de pouca auto-estima e de infelicidade brota da ignorância acerca de nossa verdadeira individualidade como o próprio filho de Deus, Sua imagem e semelhança, desde já espiritual e perfeita.

Compreender, ainda que em grau mínimo, nossa importância para Deus e Seu amor por nós, liberta-nos em grande parte do menosprezo. Vermo-nos como mortais limitados, separados de nossa fonte divina, é o que nos leva a nutrir o sentimento de que não estamos à altura das circunstâncias. Mas quando começamos a discernir o que o homem criado por Deus de fato é, e percebemos que nós somos esse homem, vemos o bem que já nos pertence, pois somos o reflexo espiritual e puro de Deus.

Nosso Mestre, Cristo Jesus, compreendia com clareza a terna solicitude de Deus por todos os indivíduos. Disse ele: “Não se vendem dois pardais por um asse? e nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai. ... Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais.” Mateus 10:29, 31.

Jesus contou também a parábola do irmão mais velho, infeliz por se concentrar nas boas coisas que seu irmão mais jovem tinha. O pai, ao lhe assegurar: “Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu,” Lucas 15:31. expôs a verdade vital sobre a relação entre o homem e Deus, e essa verdade é o que nos ajuda a debelar a inveja.

Não se poderá concluir disso que Jesus nos mostra que a bondade de Deus é concedida imparcialmente a toda Sua criação, sem uma exceção sequer? Alegria, domínio, finalidade, não são dons concedidos de vez em quando apenas a certos indivíduos, por um Pai celestial que ama alguns deles mais do que outros. Concordando com o que Jesus indica nesse trecho, a Ciência Cristã revela que na realidade o homem é feito à semelhança de Deus, é progênie espiritual e eterna de Deus, portanto dono de todas as qualidades divinas necessárias para sua plena realização.

Não importa quão entranhados sejam nossos sentimentos de incapacidade ou quão forte seja a tendência de sentir inveja dos outros, a cura começa quando alcançamos algum vislumbre de nossa inteireza como filhos de Deus, dotados de igual capacidade para refletir a natureza toda abrangente de Deus, como qualquer outro de Seus filhos. Que alegria quando reconhecemos que, em verdade, já incluímos tudo o que é necessário para ser úteis, para sentir-nos satisfeitos, e que Deus, a Mente divina, está Se expressando para sempre em Seu progênito. Essa compreensão tem poder espiritual para pôr fim à infelicidade das esperanças não realizadas e das comparações desnecessárias.

A impressão de que alguém caiu na armadilha da inferioridade ou da insignificância, tendo ficado fora dos planos de Deus, é apenas o resultado de encarar a vida de um ponto de vista material e mortal, e não é a verdade sobre o homem, que, conforme a Bíblia esclarece, foi formado por Deus com a finalidade de espelhar Sua natureza e que, como a Ciência Cristã reitera, tem papel essencial a desempenhar no plano divino. A Sra. Eddy escreve: “Cada indivíduo tem de ocupar seu próprio nicho no tempo e na eternidade.” Retrospecção e Introspecção, p. 70.

Quem compreende a verdade acerca do valor e da inteireza espiritual do homem agora, como reflexo de Deus, percebe que não há motivo para o sentimento de inferioridade, nem para ter inveja das realizações de outrem. O desejo de trocar de lugar com alguma outra pessoa cessa quando ficamos conscientes de que temos nosso lugar próprio, destinado por Deus, o qual nenhuma outra pessoa pode ocupar.

Criados com a finalidade de manifestar Deus, você e eu não só somos importantes e úteis: somos absolutamente indispensáveis. A Sra. Eddy diz em Ciência e Saúde: “Se Deus, que é Vida, ficasse por um só momento separado do Seu reflexo, o homem, durante esse momento não haveria divindade refletida. O Ego ficaria sem ser expresso, e o Pai não teria filhos — não seria Pai.” Ciência e Saúde, p. 306.

Ninguém precisa permanecer à margem da atividade recompensadora e do êxito duradouro. Todos podemos começar desde já a reclamar nossos direitos e a demonstrá-los em realizações práticas, expondo assim um ponto essencial à superação do menosprezo e da inveja: o sentido emergente de auto-estima tem de tomar forma em atividade útil, em lugar de permanecer teórico. Como a Ciência Cristã ensina, você e eu existimos para refletir nosso Pai-Mãe Deus, o Amor divino, para viver o Amor. A poderosa força espiritual do grande amor de Deus evidencia-se em todas as suas gloriosas derivações: gentileza, capacidade de perdoar, ternura, boas ações, calidez, altruísmo, paciênica, generosidade. Há infinitas maneiras de viver o Amor, as quais nos proporcionam as atividades e as finalidades para as quais estamos capacitados.

Quando trabalhamos para utilizar com maior plenitude a inteligência e o amor, que são reflexos do Amor divino em nossa compreensão atual, ao invés de entregar-nos à preocupação improdutiva do que as outras pessoas estão fazendo, será curada essa prática fútil (e pecaminosa) do injusto pensar sobre nós mesmos e sobre os outros. Em conseqüência demonstraremos nós mesmos nosso lugar, ou nicho, no viver diário.

Mas, e se acaso pensarmos que estamos preparados para tratar dos negócios de nosso Pai, achando que essa atividade depende de acontecimentos ou pessoas fora de nosso controle? Não precisamos atrasarnos devido a esses pensamentos errôneos. As oportunidades de expressar Deus procedem dEle mesmo e, portanto, não podem estar ausentes nem ser restringidas. Nada faz a vida florecer mais depressa em atividade produtiva do que a disposição de seguir no encalço do Mestre, vivendo o Amor divino. Mesmo a vida mais insignificante se torna maravilhosa ao desabrochar sob esse ímpeto santo. A Bíblia assevera-nos: “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra.” 2 Cor. 9:8.

Com a ajuda da Ciência Cristã, qualquer pessoa é capaz de descobrir seu próprio valor. Aceite desde já os seguintes fatos espirituais, aplicáveis a você de modo bem específico:

• O homem, o amado descendente de Deus, nunca foi desligado do favor divino;

• O homem é para sempre inseparável de todo o bem que Deus dá;

• A individualidade espiritual e eterna do homem é preeminentemente digna;

• Deus necessita cada uma de Suas idéias para que seja plenamente refletido.

Essas verdades espirituais, quando compreendidas e vividas, libertam a todos dos estados de pensamento limitadores e causadores de infelicidade. Muita gente já constatou, com alívio e alegria, que não é necessário sentir auto-depreciação e inveja.

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