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Quantos vizinhos você têm?

Da edição de novembro de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando somos bem pequenos, nosso círculo de vizinhos é restrito. Talvez inclua nossa própria casa e uma ou duas casas próximas à nossa. Esse círculo aumenta consideravelmente quando começamos a ir à escola. Poderíamos citar uma infinidade de experiências diferentes que ampliam nosso conceito do mundo em que vivemos.

Berlim, Johannesburg, Bogotá e Bombaim ainda seriam para mim apenas nomes de grandes cidades, não fosse o fato de eu ter conhecido pessoas que moram nessas localidades. A morte de um amigo em uma zona de guerra em outro continente conferiu para mim um significado pungente àquela parte do mundo. Outra amiga, que mora em outro país, teve sobre mim influência duradoura, que eu nem sequer teria imaginado.

Essa amiga participou de um intercâmbio cultural para jovens estudantes. Desde os tempos de colégio mantemos contato por correspondência. Se bem que não nos tenhamos encontrado desde então, durante todos estes anos penso com muita freqüência em sua família e em seu país.

Através de cartas, fotografias e alguns poucos telefonemas internacionais, trocamos informações e notícias sobre nossas famílias. Sempre que leio nos jornais alguma coisa sobre o seu país, fico a imaginar o impacto dos acontecimentos mais recentes em suas vidas. E não foram poucas as experiências difíceis tanto em minha família quanto na dela, que originaram muito apoio mútuo por meio de oração.

É extremamente importante deter-nos a pensar naquilo que desenvolve nossa sensibilidade para com o valor das outras pessoas. Nossa própria clemência, compaixão ou boa-vontade para orar pelos outros é uma forma pela qual podemos conscientizar-nos de que todos somos filhos de Deus. Deus é Amor infinito, e é natural que expressemos um pouco desse Amor.

Se fôssemos resumir as verdades espirituais e morais que Cristo Jesus apresentou à humanidade, o resumo teria de destacar em algum ponto o fato espiritual de que o homem é, em realidade, filho de Deus. E se o homem é descendente de Deus, a partir daí começamos a entender o significado da vida, por meio da compreensão de que cada um de nós é intrinsecamente espiritual, imortal e infinitamente valioso. É claro que essas verdades idealistas não significariam nada se não pudéssemos comprovar de maneira concreta que elas dizem respeito a nós mesmos.

Não seria essa a idéia que Cristo Jesus queria despertar em seus ouvintes, quando respondeu à pergunta do advogado: “Quem é o meu próximo?” Ver Lucas 10:29–37. Em sua resposta, Jesus evocou a imagem de alguém com quem a pessoa que lhe fez a pergunta não se identificava, e por quem de pronto não sentia compaixão. Era como se Jesus estivesse dizendo que nosso próximo tem de ser definido da forma mais ampla possível, e não da forma mais limitada que se possa conceber. O alcance de nossa atenção e de nosso afeto tem de nos aproximar da verdade espiritual absoluta de que o homem é realmente o filho de Deus, a expressão de Seu ser.

Ora, Jesus nunca sugeriu que a responsabilidade para com os estranhos ou para com pessoas que não nos são próximas, deveria exceder a atenção que devotamos a nossas famílias. É evidente, porém, que o cristianismo que precisa desenvolver-se em nós, tem de estar preparado para atender à necessidade humana. Permanecer insensível às dificuldades dos outros, mesmo quando não é o caso de intervirmos pessoalmente em uma determinada situação, interrompe nosso próprio progresso espiritual e nossa própria compreensão de que Deus é universal, divino e infinito.

É sinal de progresso, querermos compreender com maior convicção a união do homem com Deus. É indício de um desenvolvimento ainda mais importante quando realmente começamos a cultivar a sensibilidade espiritual que nos faz agir em harmonia com o desígnio de Deus. A espiritualização de nossa perspectiva inevitavelmente nos mostrará maneiras eficazes de apoiar o anseio da humanidade por um mundo melhor. Na verdade, não há nada mais prático do que a compreensão espiritual da lei divina que redunda em alimento para a família faminta, elimina o dano moral que resulta em doença, alivia o desapontamento que fere corações já partidos. A oração que desenvolve tal compreensão espiritual, finalmente nos revelará a totalidade da Verdade e do Amor divino. E todo o mal que parece afligir as vidas de homens e mulheres, diminuirá cada vez mais.

A natureza espiritual do homem, verdade indispensável ensinada na Ciência Cristã, é o coração do sentimento de compaixão pelos outros. Em Ciência e Saúde, ao comentar os primeiros capítulos do livro do Gênesis na Bíblia, a Sra. Eddy nos indica a condição mental espiritual necessária ao desenvolvimento da consciência moral. Essa consciência é o fundamento humano do conhecimento que temos da relação entre o homem e Deus. “A crença errônea de que a vida, a substância e a inteligência possam ser materiais, produz ruptura, desde o começo, na vida e na fraternidade do homem,” Ciência e Saúde, p. 541. escreve a Sra. Eddy quando se refere à alegoria do jardim do Éden, que descreve o menosprezo de Caim por seu irmão. Com referência às profundezas escuras nas quais essa ignorância espiritual mergulha, lemos posteriormente em Ciência e Saúde: “... repudia até o dever humano do homem para com seu irmão.” Ibid.

A Ciência Cristã mostra, entretanto, que a despeito das aparências, o homem não é mortal nem material, ele é o reflexo espiritual de Deus. E cada um de nós pode expressar o desejo e a capacidade de demonstrar desvelo e amor, de ser justo e de ter as necessidades humanas atendidas por meio da compreensão espiritual que afirma nossa união com Deus.

Permitamos que esse conhecimento torne nosso objetivo na vida mais altruísta, enriqueça nossos desejos, fortaleça nossa determinação moral. Assim agindo, descobriremos que nossa vizinhança abrange círculos muito maiores e lugares muito melhores para trabalhar e viver. Finalmente, seremos compelidos a dar nossa vida pelos outros e descobriremos que esse ato espiritual de dar, renova a vida e nos habilita a incluir o mundo inteiro em nosso pensamento.

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