Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

É evangélica a Ciência Cristã?

Da edição de dezembro de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


O que é que faz com que uma igreja seja ou não evangélica? Hoje em dia muitas pessoas, até mesmo Cientistas Cristãs, talvez digam que a Ciência Cristã, como movimento religioso, não se inclui na categoria das igrejas “evangélicas”. Não me parece, no entanto, que os primeiros Cientistas Cristãos teriam concordado com esse ponto de vista.

O “Resumo Histórico” que consta do Manual de A Igreja Mãe, de autoria da Sra. Eddy, assim descreve os membros fundadores da Igreja de Cristo, Cientista, em 1879: “Eram eles membros de igrejas evangélicas, haviam estudado a Ciência Cristã com a Sra. Mary Baker Eddy e eram conhecidos como ‘Cientistas Cristãos’.” Man., p. 17. Em outra obra, a Sra. Eddy escreve: “A Ciência Cristã é a verdade evangélica pura. Está de acordo com a tendência e o teor do ensinamento e do exemplo do Cristo, porquanto demonstra o poder do Cristo tal como foi ensinado nos quatro Evangelhos. A Verdade, expulsando males e curando enfermos; o Amor, cumprindo a lei e guardando o homem incontaminado do mundo — essas manifestações práticas do cristianismo constituem a única pregação do evangelho e não precisam de credo.” Retrospecção e Introspecção, p. 65.

É certo que a definição de evangelismo dada pela Sra. Eddy difere um tanto dos pontos de vista predominantes em sua época, bem como dos de hoje, o que não significa que a noção de evangelismo que ela abrigava fosse menos cristã.

Será, porventura, dever da igreja ensinar que a essência do evangelho é o estado pecaminoso do homem e a necessidade de ele salvar-se, a fim de ser considerada evangélica? A Ciência Cristã não nega que o ser humano necessita de salvação, mas ensina que o fato atual da inteireza e da espiritualidade essencial do homem são as “boas-novas” anunciadas no evangelho. Com esse fundamento, a Ciência Cristã ensina que a salvação não é obtida mediante a afirmação de que o mal existe, mas pela negação do pretenso poder e realidade do mal. Essa negação não ignora o mal, mas é evidenciada na destruição efetiva do mal. Os Evangelhos declaram que não somos fracos ou incapazes diante do pecado e da doença, mas sim que somos fortes para derrotar esses erros mediante o Cristo. Isso não nos torna livres para condescender com o mal. O homem à imagem de Deus não pode pecar, como o afirma João em sua Primeira Epístola: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.” 1 João 3:9.

Os Cientistas Cristãos encaram esse trecho das Escrituras tanto como afirmação do ser atual do homem, quanto como apelo a que se comprove esse fato. Curar o pecado e a doença à maneira do Cristo é a prova de nossa união com Deus, e é possível compreender e demonstrar que o mal é irreal e destituído de poder verdadeiro, mediante a cura. Todo indivíduo tem o dever e a liberdade sagrada de corrigir suas próprias ações e pensamentos não-cristãos e assim elevar sua vida à estatura do Cristo. Só assim poderemos, com propriedade, fazer nossas estas palavras da Epístola de João: “Amados, agora somos filhos de Deus” 1 João 3:2. e realizar o trabalho que é necessário para evangelizar o mundo.

O objetivo principal do evangelismo é “pregar o evangelho”, espalhar as boas-novas de salvação mediante o Cristo. Em geral a pregação é feita por meio de alguma forma de comunicação oral, tal como numa conversa. Mas o tipo de “conversa” usada na pregação da Ciência Cristã é a “conversa” a que se refere a versão King James da Bíblia. De acordo com a Concordância de Cruden, sempre que a versão King James emprega a palavra “conversa”, seu significado não é apenas falar com alguém. Significa o procedimento ou a maneira de viver, que lança sobre o evangelismo uma luz muito interessante. Tiago disse: “Quem entre vós é sábio e entendido? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras.” Tiago 3:13.

Disto se conclui que aqueles que são sábios nos ensinamentos de Cristo Jesus, fazem sua pregação primariamente mediante fé viva e contínua, mediante vidas cheias de boas obras do Espírito, fazendo com que a mensagem da Ciência Cristã chegue à humanidade de maneira mais direta e convincente. À medida que mantivermos os altos padrões da Palavra de Deus em nós revelada e a mantivermos da melhor maneira que nos for possível em tudo o que dissermos e fizermos, nosso exemplo ajudará os corações receptivos a melhor compreender o evangelho e contribuirá dessa forma para ajudar os corações receptivos a seguir mais de perto Cristo, a Verdade, em sua própria vida. Um incidente no seio de minha família ilustra esse ponto.

Uma de minhas avós, já idade avançada, teve um problema físico que a forçou a passar algum tempo numa casa de saúde, a qual não oferecia serviço de enfermagem da Ciência Cristã. O administrador, porém, mostrou-se disposto a consentir que ela confiasse inteiramente na Ciência Cristã para obter a cura e respeitou seu direito de não aceitar tratamento médico. Embora tenham ocorrido alguns momentos de sofrimento intenso, vovó foi logo curada pela Ciência Cristã. No dia em que ela devia regressar para casa, tive oportunidade de falar com o administrador da casa de saúde. Após testemunhar as lutas e a cura de minha avó, disse-me que passara a ter grande respeito pela Ciência Cristã. Mas vovó lhe havia ensinado algo mais, disse ele, algo que a seus olhos era bem mais importante. Explicou que o exemplo de vovó lhe mostrara que nessa casa de saúde ministravam drogas em excesso ao restante dos pacientes (que não eram Cientistas Cristãos). Conseqüentemente, e em colaboração com sua equipe de trabalho, fora reduzida a quantidade de remédios prescritos a um bom número de pacientes, e os resultados obtidos foram muito positivos no tratamento e no progresso dos pacientes. Tudo isso aconteceu apenas porque uma mulher se esforçou para viver a Ciência Cristã numa hora de grande necessidade. Isso sim é evangelismo!

Mas que fazer se nossa família, nossos vizinhos e amigos parecem não querer as “boas-novas” que se lhes oferece? Que fazer não só perante a apatia, mas também a oposição? Num trecho sobre a pregação do evangelho, a Sra. Eddy diz: “Esse dever de pregar o evangelho não deve ser desvirtuado a ponto de significar que devemos ou podemos, sem ser convidados, ir trabalhar em outras vinhas que não a nossa.... O mandamento do Senhor significa que devemos adotar o espírito do ministério do Salvador, e permanecer em tal atitude espiritual que atraia a humanidade a nós.” Ret., p. 88. Não disse Jesus que faria de seus discípulos “pescadores de homens”?

Às pessoas que se interessam pela Ciência Cristã, oferecemos tudo o que estejam dispostas a aceitar: livros, cultos de igreja, explicações, e assim por diante. Às pessoas que ainda assim parecem não desejar coisa alguma relacionada com a Ciência Cristã, podemos deixar entrever nossa vida cristã, fazendo aos outros o que desejamos nos façam e permitindo que nossas curas falem por si mesmas. A maneira cristã de viver tem grande alcance na correção de interpretações errôneas que confundiriam até mesmo a pessoa mais cheia de consideração.

A Sra. Eddy deixou uma bela descrição de alguns dos cristãos evangélicos que inspiraram seus primeiros anos de vida: “Amei os cristãos da escola antiga porque não me era possível senão amá-los. Cheios de caridade e boas obras, ocupados com os negócios de seu Mestre, não tinham tempo para difamar o próximo, nem desejo de assim proceder. Deus parecia proteger o mundo todo dentro de seus corações, e eles estavam dispostos a renunciar a tudo por Ele. ... Suas convicções eram honestas, e eles as viviam; e os sermões que suas vidas pregavam me faziam amar suas doutrinas.” E acrescenta: “Esses clérigos e a Bíblia ... educaram, durante anos, meu pensamento, sim, educaram-no no caminho ascendente, para preparar-me para receber a Ciência do Cristianismo.” Message to The Mother Church for 1901, p. 32.

Também a nós é possível praticar esse tipo de evangelismo e inspirar outros com o que realmente é necessário: o poder do Cristo, ardente em nossa vida. Esse tipo de evangelismo impele o mundo inteiro a levantar-se e ficar atento. Em 2 Timóteo encontra-se o seguinte conselho: “Faze o trabalho de evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério.” 2 Tim. 4:5. Todo Cientista Cristão genuíno abriga em seu coração esse ensinamento e esforça-se todos os dias para evangelizar o mundo, mediante a cura.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / dezembro de 1988

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.