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Como vemos os outros “na Ciência”

Da edição de fevereiro de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Raramente mencionavam-se trechos da Bíblia em nossa família, mas os provérbios e máximas eram citados com freqüência.

Quando eu tinha cerca de dez anos de idade, certa vez corri muito empolgada para minha mãe, para contar-lhe sobre um elogio que me haviam feito. Seu comentário foi: “Lembre-se, querida, a beleza está nos olhos de quem a vê.” Enquanto eu tentava entender essa observação, minha avó, meneando afirmativamente a cabeça, em aprovação ao que minha mãe havia dito, acrescentou: “Sim, minha menina, beleza não se põe à mesa. A beleza está nas coisas belas que você faz.

Nunca deixarei de ser grata pelo fato de que o maravilhoso ensinamento moral, por mim recebido, preparou-me para valorizar os ensinamentos da Ciência Cristã, que me elevaram acima dessa perspectiva de pensamento pseudopositivo em relação à vida. Eu estava sempre procurando bondade e beleza nos outros, com a esperança de que eles vissem essas qualidades em mim. Porém, os outros não pareciam ter sentimentos recíprocos a meu respeito, talvez porque eu ainda não tivesse entendido que, em realidade, as verdadeiras qualidades de beleza e bondade vêm de Deus. Como eu vim a aprender depois, na Ciência Cristã, as qualidades de Deus não podem ser transferidas de uma pessoa para outra, mas são diretamente expressas em Seu homem espiritual, que é a semelhança ou o reflexo do Espírito. Dessa forma, elas não são propriedades exclusivas e pessoais, mas características divinas da natureza de Deus, que fazem parte, por reflexo, da identidade espiritual do homem.

Tomei consciência desses fatos ao ler a explicação de como Cristo Jesus curava os doentes, dada pela Sra. Eddy em seu livro Ciência e Saúde. Escreve ela: “Jesus via na Ciência o homem perfeito, que lhe aparecia ali mesmo onde o homem mortal e pecador aparece aos mortais. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes.” Ciência e Saúde, pp. 476–477. Para mim, as palavras “na Ciência” destacaram-se no texto. Eu estava ansiosa por aprender como poderia ver a mim mesma e aos outros “na Ciência”. Ainda me empenho diariamente por compreender cada vez melhor como fazê-lo, mas talvez eu possa compartilhar alguma coisa do que aprendi.

Como estudante novata de Ciência Cristã, eu entendia que as palavras “na Ciência” significavam adentrar um mundo completamente novo, onde existia um sentimento de alegria e não de desespero, de confiança em lugar de medo. Eu havia encontrado uma religião da qual podia dar provas, com a certeza de estar me baseando em uma lei. Graças à Ciência Cristã, a bondade e seu poder tornaram-se mais reais para mim, dando-me a certeza de que eu podia incluir todas as pessoas no amor de Deus. Por quê? Porque como fato espiritual, ninguém está fora do amor de Deus que a todos envolve, pois Deus é o próprio Amor infinito.

Ver os outros “na Ciência” não significa pensar em todos como sendo Cientistas Cristãos, mas sim, requer que vejamos toda a humanidade espiritualmente, como filhos de Deus, existindo na unidade e na totalidade de Seu amor infinito. Permitam-me dar um exemplo de como isso funciona na experiência cotidiana.

No começo de meu estudo de Ciência Cristã, tornei-me regente de um grupo de jovens cantores que se apresentavam em um programa de rádio semanal. Eu me esforçava por ver todos os componentes desse coral de um ponto de vista espiritual, como Jesus via o homem, isto é, “na Ciência”. Entretanto, se me apresentou um grande desafio na forma de dois jovens que tomavam parte do coral e que pareciam inclinados a interromper a harmonia dos ensaios com tiradas ou caretas que, embora engraçadas, faziam-nos perder tempo. Os ensaios eram feitos cerca de uma hora antes dos programas e, certo dia, percebi que estava apavorada só em pensar no ensaio logo mais à noite. Meu aborrecimento crescia com cada imagem mental que me vinha à cabeça sobre os dois membros do coro e de suas brincadeiras inoportunas. Senti que se tratava de um constrangimento imposto a todas as pessoas envolvidas naquela atividade.

Assim, antes de sair para a estação de rádio, decidi ler novamente a lição bíblica semanal constante no Livrete trimestral da Ciência Cristã. O tema da lição, naquela semana, era “A doutrina da expiação”. A lição continha a declaração de João Batista sobre Cristo Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29. Numa passagem correlativa, Ciência e Saúde fornecia o significado espiritualmente científico: “Cordeiro De Deus. A idéia espiritual do Amor; imolação de si mesmo; inocência e pureza; sacrifício.” Ciência e Saude, p. 590.

Ponderando a esse respeito, ocorreu-me que eu estava vendo aqueles dois jovens cantores como “ovelhas negras” no rebanho do coral, ao invés de ver sua verdadeira natureza como o homem, a idéia espiritual do Amor, expressando as qualidades próprias do cordeiro, como inocência e pureza. Ponderei que não deveria tentar ver e projetar um quadro mental de dois mortais bem comportados, em substituição a dois mortais travessos. O quadro mortal, seja ele positivo ou negativo, não é o homem real. Eu precisava ver o homem “na Ciência” e afirmar que Deus o fez perfeito. Essa visão correta provinha do ponto de vista da totalidade de Deus, o Amor divino, e da nulidade de um sentido material de homem.

Então aconteceu uma mudança tão repentina e radical em meu pensamento que eu comecei a rir alto! O mesmerismo do medo fora rompido. O ensaio desenvolveu-se empecilho e o programa foi um dos melhores, como pudemos verificar posteriormente ouvindo a gravação. Daquele dia em diante, um senso de ordem prevaleceu em nossos ensaios, associado a muita diversão saudável. Brotaram amizades que se mantiveram pelos anos seguintes.

Se bem que esta seja uma simples ilustração, dá alguma idéia da possibilidade prática de vermos o homem “na Ciência”. O sentido espiritual sempre nos dará a visão correta e ajudará a ver as coisas do ponto de vista da realidade divina. Como Ciência e Saúde explica: “Quando se dirige mal aquilo a que erroneamente chamamos os cinco sentidos físicos, estes são apenas as crenças manifestadas da mente mortal, as quais afirmam que a vida, a substância e a inteligência são materiais, em vez de espirituais.” À medida que cultivamos o sentido espiritual, através de nosso estudo dedicado e da prática da Ciência Cristã, nós provamos que, de acordo com outra afirmação à mesma página: “Os sentidos do Espírito permanecem no Amor e demonstram a Verdade e a Vida.” Ibid., p. 274.

É uma alegria aprender a ver o próprio eu e o dos outros “na Ciência”. A cada dia de crescimento espiritual adquirimos maiores vislumbres da perfeição e glória de Deus e do homem real e, conseqüentemente, ficamos melhor capacitados a levar vidas cristãs e a curar como Jesus curava.

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