Há alguns anos, estava consertando uns intrumentos musicais enferrujados, na faculdade em que ensinava canto. De repente, a lata de aerosol que estava usando explodiu no meu rosto. A dor foi imensa e não conseguia ver. Uma colega chegou e queria logo levar-me a um médico.
Lavei o rosto e fui guiada a um telefone. Chamei uma praticista da Ciência Cristã que de imediato começou a orar por mim. Minha colega respeitou minha decisão e gentilmente levou-me para casa.
Como o incidente ocorreu na propriedade da faculdade, as autoridades da universidade insistiram para que eu fosse examinada por um especialista. Este me informou que nada podia ser feito por nenhum dos olhos, pois a íris e a pupila de ambos estavam irreparavelmente danificadas. A faculdade precisava duma segunda opinião médica, assim fui examinada por outro especialista. O diagnóstico foi o mesmo e esse especialista insistiu que eu fosse imediatamente participar dum programa de reabilitação para cegos. Não fui.
A praticista continuou a orar por mim. Afirmamos que a verdadeira visão está incluída na compreensão espiritual e que o homem real sempre está no ponto de perfeição e, portanto, não precisa de reabilitação.
Aprendi muito durante essa experiência, que acabou durando seis meses. Houve importantes lições em vencer a vontade humana, o orgulho e a justificação própria. A praticista trabalhou com dedicação altruísta e deu-me muitas citações para ponderar. O hino 148 do Christian Science Hymnal ajudou-me muito. Em tradução livre do inglês, começa assim: “Habitando no Amor celestial, / Meu coração não teme mundanças. ...” As palavras “Meu coração não teme mudanças” ajudaram-me a ver que não tinha de ficar impressionada com a mudança no quadro humano, porque uma idéia espiritual de Deus está sempre intacta. Na página 264 de Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy, lemos: “Os mortais precisam olhar para além das formas finitas e desvanecentes, se quiserem conseguir o verdadeiro sentido das coisas. Onde é que o olhar se fixará, senão no reino insondável da Mente?”
Ao trabalharmos juntas, a praticista carinhosamente ajudou-me a obter compreensão mais elevada acerca do que a verdadeira visão de fato é. Palavras nunca poderão expressar minha gratidão por sua paciência e apoio carinhoso. Para mim, ela sintetizou o espírito do seguinte trecho, à página 367, de Ciência e Saúde: “A palavra de ternura e o encorajamento cristão dados a um doente, a paciência compassiva para com seus temores e o afastamento destes, valem mais do que hecatombes de borbotantes teorias, de discursos estereotipados e plagiados, e de argumentos que não passam de outras tantas paródias à Ciência Cristã legítima, abrasada de Amor divino.”
Percebi que, se me escondesse do mundo e não freqüentasse mais a igreja, nem continuasse meu trabalho como cantora em concertos, estaria dando crédito ao problema.
Logo passei a cumprir meus compromissos de concertista e a viajar livremente, embora ainda não conseguisse enxergar nada. Meus amigos e os membros da igreja ajudaram-me a entender que “por baixo de ti estende [Deus] os braços eternos” (Deuter. 33:27), e de fato senti-me envolta no amor de Deus.
Dentro de seis meses, minha visão foi restaurada de modo tão completo, que não mais precisei dos óculos que usara anteriormente para ler e ver televisão.
Quão grata sou por essa cura maravilhosa! Nos dez anos de minha filiação em A Igreja Mãe recebi muitas bênçãos e é-me impossível expressar gratidão suficiente.
Webster, Nova Iorque, E.U.A.
