Uma recente manchete do jornal The New York Times chamou naturalmente a atenção de um colega meu, ao ler as notícias, certa manhã. Graças ao estudo de Ciência Cristã, desenvolveu este um profundo amor a Deus e à espiritualidade, ou às “cousas do Espírito”, como a Bíblia diz. A manchete do jornal declarava: “Os conceitos espirituais atraem uma classe diferente de adeptos.”
À medida que meu amigo lia, entretanto, ficava claro, desde o primeiro parágrafo, que se tratava de uma espécie de “conceitos espirituais” divergentes de sua própria visão, solidamente cristã, da realidade espiritual. A primeira frase do artigo dizia: “Os representantes de algumas das maiores empresas do país ... reuniram-se no Novo México, em julho, para debater como a metafísica, o ocultismo e o misticismo hindu podem ajudar os executivos a competir no mercado mundial.”
O relato que se seguiu sobre “conceitos espirituais” não continha nada do sentido real de um Deus único, ou Ser Supremo, a governar a criação por meio da lei divina, tão fundamental nos ensinamentos da Bíblia. Em vez disso, o artigo falava de coisas como “novas religiões metafísicas”, “espíritos-guia” e a reencarnação, junto com as idéias de desenvolvimento do “potencial humano” e do tipo “ajuda-te a ti mesmo”.
A notícia apresentava também pontos de vista de defensores do assunto, bem como de críticos. Alguns líderes lembram que “eles estão inaugurando ... uma Nova Era de compreensão e fermentação intelectual tão significativa quanto a Renascença”. Os críticos, entretanto, alegam haver o perigo do controle mental, sob o disfarce de “um estado modificado de consciência”. Como um ex-adepto declarou: “As drogas dos anos 60 eram o LSD e a maconha. Acho que a droga dos anos 80 é a consciência cósmica.” The New York Times, 29 de setembro de 1986.
Perdido na confusão desse misticismo da Nova Era, está o significado real da metafísica. A analogia presente no pensamento geral, que pretende estabelecer uma relação entre a metafísica cristã e as práticas do misticismo oriental, do ocultismo, ou do controle mental, não é correta nem justa. Se honestamente comparamos a teologia de Cristo Jesus com as tentativas duvidosas de hoje, de alterar a mente humana pelos meios e métodos da Nova Era, vemos quão grande é, com efeito, a diferença existente.
Ao examinar o ministério de cura de Jesus, vemos o Mestre particularmente empenhado em fazer a vontade de Deus, não meramente para seu próprio proveito. Vemos o Salvador devotado a servir a Deus e à humanidade, levando a verdade da realidade divina ao coração de cada um, com o propósito de elevar a vida das pessoas e abrir o caminho da salvação.
Havia autoridade divina no que Jesus dizia e fazia, devido a sua profunda percepção da eterna e inquebrantável relação do homem com Deus. Aí estava o maior metafísico cristão, o maior sanador cristão, que jamais andou sobre a terra. Ele conseguia acalmar uma violenta tempestade, e levar paz a um homem violentamente louco. Conseguia caminhar sem temor sobre a superfície de um mar agitado pelas ondas e pôde, com humildade, andar entre as multidões curando “toda sorte de doenças e enfermidades”. Foi capaz de transmitir a uma pecadora uma aura de sabedoria e compaixão, com as palavras: “Nem eu tão pouco te condeno; vai e não peques mais”; e chegou a tocar um leproso proscrito, com seu gesto amoroso, dizendo: “Fica limpo!” Ver Mateus 10:1; João 8:11; Mateus 8:3. E tanto a pecadora como o doente ficaram limpos, sãos, na presença daquele amor puramente crístico.
Para as pessoas que hoje procuram soluções para as frustrações da vida, para a doença, para o pecado pertinaz ou para os desafios maiores que toda a humanidade está enfrentando, as respostas satisfatórias e definitivas podem ser encontradas na metafísica verdadeira ensinada e praticada por Cristo Jesus. Hoje, a metafísica cristã e pura do Salvador é oferecida a todos mediante os ensinamentos da Ciência Cristã. A metafísica da Ciência Cristã é a metafísica da cura espiritual, da salvação individual, do amor divino universal.
Aparentemente, a opinião geral equivocada sobre a verdadeira metafísica cristã, foi uma questão com a qual também se defrontou a Fundadora da Ciência Cristã, mesmo no final do século dezenove. Certa ocasião, pediram à Sra. Eddy replicar aos comentários de um teólogo protestante que havia levantado protestos “contra o fato de que a cura metafísica estava sendo chamada de Ciência Cristã”. A Sra. Eddy perguntou se ele realmente conhecia “o significado da metafísica divina, ou da teologia metafísica”. Ela citou várias definições contemporâneas da palavra, todas declarando ser a metafísica uma ciência e, então, expôs o que entendia como metafísica da Ciência Cristã. Afirmou: “A metafísica divina é aquela que trata da existência de Deus, de Sua essência, Suas relações e Seus atributos. Um escárnio à metafísica é um escárnio à divindade, à Sua bondade, à Sua misericórdia e ao Seu poder.
“A Ciência Cristã é a revelação da verdadeira metafísica, isto é, da Mente, ou Deus, e Seus atributos. A Ciência apóia-se no Princípio e na demonstração.” Ver Miscellaneous Writings, pp. 68–70.
A essência do Ser Divino, como é ensinada na Ciência Cristã, é Sua natureza como Espírito infinito, o Amor divino, a Mente que tudo inclui. Seus atributos incluem inteligência perfeita, sabedoria, onipotência, bondade pura. As relações entre Deus e Sua criação estão alicerçadas num vínculo de unidade espiritual eterna. Deus é Pai-Mãe, o homem é o descendente de Deus. Deus é Mente, o homem é a idéia pura da Mente. Deus é Amor, o homem é a expressão imortal do Amor. Deus é Espírito, o homem é a semelhança espiritual e perfeita do Espírito.
À medida que compreendermos algo da metafísica da natureza essencial de Deus e do verdadeiro relacionamento do homem com Espírito infinito, obteremos uma visão da criação que abre uma nova janela para a realidade. Aprender e praticar a verdadeira metafísica cristã é descobrir o poder divino de curar. Tão mais significativo do que a fugaz euforia de um “estado modificado de consciência”, é nosso despertar para o espírito do Cristo, à medida que esse sentimento se firma no mais profundo de nosso ser. Não se trata meramente de modificar a mente humana. Todo o nosso pensamento e toda a nossa vida são transformados. Somos redimidos em Cristo, a Verdade. A regeneração espiritual muda tudo.
