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O que Deus quer para você

Da edição de fevereiro de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Como você se sentiria, como agiria, caminharia, falaria, tomaria decisôes, se soubesse ser membro da realeza, ser o herdeiro de um grande reino, ter posse e o domínio de um reino inteiro e de tudo o que nele está?

Você se sentiria seguro, especialmente se esse reino fosse de seu divino Pai, não é mesmo? Se sentiria livre para ser você mesmo, livre para fazer todo o bem de que é capaz, sabendo que os recursos ao seu dispor são ilimitados, estão ás suas ordens, bastando apenas que você os aceite? E se soubesse que seu Pai é completamente benevolente em Sua vontade e na disposição dos bens, e que sua natureza, capacidades e propensões derivam dEle, permanecendo você em todas as ocasiões como representante Seu, por certo se sentiria humildemente cônscio de seu papel. Você saberia que seu objetivo, a própria razão de sua existência, revelava uma confiança sagrada.

Bem, quem é, em verdade, o nosso Pai? Qual é a nossa herança, o nosso status e qual é a vontade de nosso Pai? Constatamos que as respostas a essas questões evoluem dos ensinamentos da Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse. A Bíblia contém a fonte da verdade para a humanidade.

O Primeiro Mandamento expõe a vontade de Deus. O primeiro capítulo do Gênesis, apresentando o relato espiritual da criação, expõe a vontade de Deus de outra forma. Por meio de seus ensinamentos, a Bíblia mostra que a vontade de Deus é a força primária, originária, causativa, constitui a lei elementar que governa o homem e o universo, e é o árbitro de nossa vida individual.

Tudo isso está sintetizado nesse primeiro capítulo do Gênesis, onde “o Espírito de Deus” expandiu o universo. E, a respeito do homem, o relato afirma: “Disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio ... sobre toda a terra.” Gênesis 1:2, 26.

A respeito desse homem, criado na semelhança de sua fonte divina, a Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science (kris´tiann sai´ennss), Mary Baker Eddy, declara: “O homem é o máximo da criação, e Deus não está sem ter uma testemunha sempre presente que dê testemunho dEle.” Não e Sim, p. 17.

Ora, o que é que emerge do relato contido nas Escrituras como a característica essencial da vontade de Deus? Como eco do trecho de Gênesis 1:31, o Apóstolo Paulo resume: “Sabemos que todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” Romanos 8:28. O propósito de Deus expressa Sua vontade. E, porque tudo o que Deus fez, o fez bom, a vontade benévola de Deus é imparcial e universal. Todos são “chamados segundo o seu propósito”.

Não há exceções, nem estranhos, para a vontade inteiramente boa de nosso bom Deus, porque Deus, o Princípio governante do universo, inclusive o homem, é Amor. Quão inevitável, pois, é que mediante o estudo da vontade de Deus, compreendamos melhor o amor de Deus, Sua lei de bondade invariável a governar o homem!

Mas é esse o conceito geralmente aceito acerca da vontade de Deus? Quantas vezes em hora de sofrimento, morte, uma tragédia ou acidente, ouvimos dizer: “É a vantade de Deus, por isso temos de aceitar com resignação!”

Um amigo meu que tinha um conceito mais elevado sobre a vontade de Deus, estava dirigindo por uma estrada interestadual num dia de fortes ventos. Envolvido por uma lufada de vento excepcionalmente forte, ele perdeu o controle de seu pequeno carro que foi arremessado contra a amurada de concreto. O relatório oficial da polícia dizia: “Acidente sem culpado. Causa: ato de Deus.”

Esse Cientista Cristão sincero vinha se devotando diariamente ao estudo profundo de Deus como o Princípio divino e do homem como ser inseparável de sua fonte paternal. Tendo ouvido essa avaliação oficial da polícia, considerou o curso que seu carro havia percorrido desde o ponto do violento impacto. O carro havia atravessado quatro faixas de tráfego, vindo a parar normalmente sobre a grama, no lado oposto da estrada. Não houve feridos. Com humilde gratidão, meu amigo constatou que a vontade de Deus não fora que ocorresse um acidente, mas que a vontade de Deus se manifestara nessa experiência como domínio e proteção divina. Pasmado, pôde dizer que verdadeiramente parecia nunca ter estado envolvido num acidente!

Obviamente, compreendemos a vontade de Deus na proporção em que adquirimos uma convicção cada vez mais profunda da verdadeira natureza de nosso Deus. No Antigo Testamento, uns poucos versículos se referem à natureza paternal de Deus, enquanto que o termo Pai é usado com freqüência por Cristo Jesus com relação a Deus no Novo Testamento.

Devido a seu nascimento virginal singular, em cumprimento à profecia do Antigo Testamento, Jesus, desde a infância, estava ciente de sua filiação divina e de sua missão messiânica como Salvador da humanidade. Mas era esse elo Pai-e-Filho um parentesco que ele reivindicava exclusivamente para si?

O Evangelho de João diz-nos: “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” João 1:12, 13. Demonstrando a própria essência do Cristo salvador, a Verdade, Jesus ensinou que a vontade do Pai com relação a cada indivíduo é a herança da filiação divina, de que Deus é, em verdade, o Pai de cada um de nós!

Numa lição bíblica baseada na declaração de João acima citada, a Sra. Eddy, pregunta: “É a filiação espiritual do homem uma dádiva pessoal ao homem, ou é ela a realidade de seu ser, na Ciência divina?” E em sua resposta, afirma: “Quando compreendermos o verdadeiro direito de nascença do homem, de que ele ‘não é nascido ... da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus’, compreenderemos que o homem é o descendente do Espírito, e não da carne; reconhecê-lo-emos mediante leis espirituais e não materiais; e o consideraremos como sendo espiritual e não material. Sua filiação, à qual o texto se refere, é seu parentesco espiritual com a Divindade: não é, portanto, uma dádiva pessoal, mas é a ordem da Ciência divina.” Miscellaneous Writings, p. 181.

As vidas humanas podem com efeito, ser transformadas à medida que os indivíduos aprendem que o homem não é constituído de matéria, cercado pelas limitações da matéria, escravizado pela tirania da matéria, e que a doença, o desastre, a morte e a destruição se devem, não à vontade de Deus, mas como resultado da ignorância acerca de Deus e Sua vontade. A verdade sobre a espiritualidade do homem como foi ensinada por Jesus é científica e, portanto, tão demonstrável no limiar do século vinte e um como o foi no primeiro século.

Para Jesus, a vontade de Deus relacionada com o homem e o universo era a única realidade. Quando os fariseus exigiram que ele lhes dissesse exatamente quando o reino de Deus por ele pregado viria, a resposta de Jesus deve ter dado aos seus indagadores literalistas algo para pensar! Sua resposta foi: “O reino de Deus está dentro em vós.” Lucas 17: 20, 21.

No entanto, está claro que Jesus não era insensível aos quadros de devastadoras enfermidades, de deformidade e morte, de violência e crime, de ameaças ambientais ou desastres ocorridos em seus dias. Como sabemos disso? Pelo fato de ele ter enfrentado esses elementos, de os haver destruído, e de haver libertado os que deles eram vítimas.

Quando as águas assoladas pela tempestade no Mar da Galiléia ameaçaram exterminar Jesus e seus discípulos, o Mestre enfrentou a tempestade com uma espiritualidade dotada de autoridade: “Acalmate, emudece”; e então houve “grande bonança”. Os discípulos haviam se aterrorizado quando o barco se enchera de água. Mas, quando o vento cessou, eles ficaram convencidos da autoridade de seu Mestre: “Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” Ver Marcos 4:36–41.

Ora, o temporal, jogando o pequenino barco de pesca e seus ocupantes, parecia apresentar a Jesus a mesma ameaça que ao seu pequeno grupo de discípulos. De que consistira a diferença? Seu estado de consciência. Sua percepção da realidade do bem o capacitou a provar a irrealidade do mal. Ele estava no mundo, mas não era do mundo! As vigílias de Jesus, que por vezes duravam a noite inteira, suas retiradas para o deserto ou o ermo a fim de orar, até mesmo sua comunhão habitual com seu Pai, mantinham a visão de Jesus focalizada na realidade, no poder do Espírito, do bem inteligente e oniativo que ele sabia ser a vontade de Deus. Em devota comunhão com Deus, Jesus mantinha sua união consciente com Deus, e assim individualizava o poder divino. Conhecer Deus como seu Pai e fazer tudo o que era necessário para manter uma atitude espiritual de pensamento, constituía a diferença onde quer que Jesus estivesse.

O mundo atual, que está desesperadamente buscando soluções, por vezes parece encontrar-se num mar assolado pela tormenta. Mas, à medida que vivemos como Jesus vivia, orando como ele orava, podemos demonstrar cientificamente a vontade de Deus tal como ele demonstrava.

Na Oração do Senhor ele ensinou aos seus discípulos de todos os tempos o que devia ser incluído em nossa oração a fim de seguir-lhe o exemplo. Precisamos da consciência do Cristo que cura. O reino da Oração do Senhor, que nos faz volver diretamente ao “nosso Pai”, é o mundo real em que Jesus andava, onde o reino de Deus, o reino da Sua vontade, é a realidade presente.

Podemos despertar todos os dias para o mundo real: podemos nos conscientizar da realidade, à medida que repetimos a Oração do Senhor de todo o nosso coração e assimilamos seu espírito e substância em nossa vida. Podemos reivindicar e demonstrar como sendo propriamente nosso o Cristo, a Verdade, que Jesus demonstrou tão plenamente. Na consciência do Cristo, a vontade de Deus, isto é, o domínio de Deus sobre toda a terra, está presente e é a realidade que pode ser comprovada. Assim, nos é possível progredir diariamente a fim de tomar posse de nossa herança real, o reino de Deus dentro de nós.

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