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Há lugar para a ambição na vida do cristão?

Da edição de maio de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Certa vez, estava conversando com um amigo. Contou-me que andava muito preocupado porque parecia que faltava ambição em sua vida. Achava difícil atingir determinadas metas que havia estabelecido para si próprio. Os projetos jaziam semi-concluídos, e achava que nesse período de sua carreira fizera pouco progresso digno de ser mencionado. Em lugar de progresso havia frustração, um sentimento de estagnação.

Para muitas pessoas a palavra ambição, tantas vezes vem associada ao estilo de vida materialista ou egotista que parece não se encaixar no conceito comum de vida cristã. Contudo, meu amigo é cristão dedicado e aquilo que percebeu como ausência de ambição durante essa fase de sua vida, representava para ele um desafio bem definido. Essa falta de ambição perturbava sua paz e seu sentido de valia e utilidade, até que a oração na Ciência Cristã fê-lo voltar-se em pensamento a uma percepção mais espiritual de propósito na vida.

Quanto mais eu pensava a respeito do assunto, tanto mais o exemplo de Cristo Jesus me vinha ao pensamento. Era esse o verdadeiro modelo de ambição a ser emulado, pensei. Por certo não se tratava de uma ambição interesseira ou egoísta, nem era orientada no sentido de acumular prestígio ou meramente adquirir poder e riqueza material. Era antes a ambição de fazer a vontade de Deus a qualquer custo, de dar tudo a serviço do Pai.

Recordei as palavras de Jesus: “Faço sempre o que lhe agrada.” João 8:29. Tudo o que Jesus se dispôs a fazer e tudo o que realizou sempre esteve de acordo com o propósito e a vontade divina. Jesus curou doentes e ressuscitou mortos. Consolou os que se achavam tristes e restituiu o pecador a uma nova vida. Alimentou a multidão faminta. Também saciou a sede daqueles que procuravam a verdade e encheu o coração vazio com o amor de que necessitava.

A ambição exemplificada por Jesus vinha acompanhada da mais genuína humildade. “Eu nada posso fazer de mim mesmo,” disse Jesus, acrescentando: “Não procuro a minha própria vontade, e, sim, a daquele que me enviou.” João 5:30. Jesus sabia qual era a fonte de sua autoridade e poder espiritual. Deus era supremo, acima de tudo o mais, em sua vida e em seus desejos. Jesus provou que o reino de Deus deve manifestar apenas a natureza de Deus. Deus é o bem. Portanto, o homem criado por Deus expressa apenas o bem. Deus é Espírito. Por isso, como imagem e semelhança de Deus, o homem é reflexo espiritual. Deus é Amor completo e perfeito. Logo, o homem é criado íntegro na imagem de Deus, manifestando perfeitamente o amor de Deus.

Toda vez que Jesus curava um doente ou redimia um pecador, demonstrava essas verdades. Em seu ministério junto à humanidade, Jesus esforçou-se para fazer apenas o que haveria de glorificar o seu Criador e dar testemunho da verdadeira natureza de Deus como Vida, Amor e Verdade divina. Com essa “ambição”, o Mestre triunfou. Até mesmo quando se achava pregado na cruz e havia dado o último suspiro, seu trabalho altruísta continuou. A isso seguiu-se a ressurreição e a ascensão, mostrando à humanidade, sem sombra de dúvida, o caminho da Vida divina. Jesus não podia ter alcançado progresso maior do que o cumprimento de sua missão divinamente ordenada.

O livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy, mostra o lugar que a ambição tem por direito na vida do cristão de hoje em dia. Encontramos, por exemplo, a expressão “ambição isenta de egoísmo” a contrastar com “ambição desenfreada”. Num trecho, Ciência e Saúde indica claramente a importância do tipo certo de ambição na vida humana: “A ambição isenta de egoísmo, os nobres motivos de vida e a pureza — esses elementos do pensamento, ao se associarem, constituem, individual e coletivamente, a verdadeira felicidade, força e permanência.” Ciência e Saúde, p. 58. Ao estudar o livro-texto, logo se aprende a necessidade de elevar o pensamento, as aspirações e os motivos para além do interesse próprio ou da mera busca de prestígio. Entre os efeitos da Ciência Cristã sobre nossa vida, notamos que esta “ensina a controlar a ambição desenfreada. Desenvolve as sagradas influências do altruísmo, da filantropia, do amor espiritual.” Ibid., p. 462.

Não está errado, aliás, está muito certo, ter ambição isenta de egoísmo, até mesmo cultivá-la. O importante é nutrir apenas o que é bom e abrangente e impelido por Deus. Você tem a ambição de servir a Deus? de demonstrar mais plenamente o verdadeiro relacionamento entre o homem e Deus? de seguir Cristo Jesus mais fielmente? de levar alegria e amor e paz a seu próximo? de ser sanador cristão? Vale a pena ter essas ambições. Essas ambições deveras tornam a vida digna de ser vivida.

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