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O que significa “subir na vida”

Da edição de maio de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


“Você está subindo na vida?” Essa frase capciosa de uso corrente parece oferecer um mar de rosas. Sugere que se faça esforço para obter maior prestígio, uma casa mais ampla, talvez um carro mais caro e férias mais dispendiosas. Todos querem um nível de vida melhor. O que há de errado nessa expectativa?

Nada. Mas o nível mais alto, segundo essas medidas exteriores, está bastante sujeito ao acaso e à mudança. O emprego que parece prover-nos de maior poder e prestígio está sujeito a desaparecer numa fusão de empresas. Ou a casa mais ampla pode se tornar alvo de crime ou de algum outro elemento destruidor. O carro, ou qualquer outra das armadilhas que acompanham o assim-chamado progresso material, pode ser roubado ou destruído. O que é mais importante, porém, é que o grande sucesso material deixa de responder esta pergunta: “Será que os bens mais luxuosos e mais elegantes e o prestígio social realmente satisfazem os anseios do coração em busca de uma forma mais duradoura do bem?”

Não se engane: passar necessidade não faz parte do plano de Deus para o homem. Mas o acúmulo de bens materiais não é a medida do verdadeiro valor. Até mesmo a estima de nossos pares não é necessariamente um indicador confiável do nosso progresso moral ou espiritual, muito menos de nosso verdadeiro status eterno como filhos e filhas de Deus.

A verdadeira forma de “subir na vida” é espiritual. E um movimento rumo ao Espírito, baseado na conscientização da verdadeira natureza do homem que tem Deus, o Amor divino, por ascendente. A Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss) mostra que essa categoria do ser é invulnerável ao fracasso e à devastação. Não pode ser perdida por meio de atos ignorantes ou maldosos de outrem; não está sujeita à pressão ou à mudança. É inteiramente governada por Deus e permanece para sempre intata.

A Bíblia apresenta inúmeros exemplos de indivíduos que demonstraram essa realidade. Desde o começo até o fim, esse livro contém relatos sobre homens e mulheres que superaram as limitações de gênero, nacionalidade, idade e circunstâncias, mediante o poder transformador do Espírito, Deus. Cada um deles foi abençoado na medida em que se voltou para Deus como a fonte de inspiração e de força para progredir.

Moisés, Rute, José, Neemias e Davi, entre outros no Antigo Testamento, são relembrados por terem obtido grande sucesso nos seus empreendimentos humanos. Contudo, o sucesso não era a meta desses personagens, mas sim o resultado de se colocarem na dependência de Deus. Esse sucesso era proporcional à disposição que mostravam de abrir mão de planejamentos pessoais, de se afastar da busca egotista e de procurar fazer a vontade de Deus.

Talvez não caiba a nós a incumbência de libertar um povo do cativeiro, ou suprir uma nação de alimento em época de extrema escassez, ou reconstruir os muros de nossa cidade natal, ou de nos tornarmos o soberano de nosso país. Cada um desses feitos, porém, tem um paralelo em nossa própria vida e pode ser ilustrado à medida que adquirimos mais humildade, altruísmo e obediência a Deus.

A estrada ascendente começa com o aprendizado de amar e honrar Deus, o bem divino, acima de tudo. Cristo Jesus tornou isso bem claro em seus ensinamentos. Suas parábolas e metáforas indicam que precisamos abandonar a base material de julgarmos valor e valia, em troca de uma base espiritual. Jesus tornou essa exigência bem clara ao citar este trecho das Escrituras — “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento” — como “o grande e primeiro mandamento” Mateus 22:37, 38..

Nenhum equívoco nesse ponto! Nenhum “quase” ou “quando for oportuno”. A exigência é de amar Deus com todo o nosso ser. Isso não nos afasta da realidade. Pelo contrário, amar Deus nos coloca mais perto da realidade, porque a realidade é verdadeiramente espiritual. Ao compreendermos melhor e confiarmos em Deus e em Seus meios harmoniosos, é natural expressarmos mais alegria, inteligência intuitiva, e sermos mais incisivos. Isso não pode deixar de melhorar nossa atuação imediata e de trazer as recompensas por se fazer o bem.

A natureza espiritualmente mental dessa maneira de subir na vida desafia os métodos comumente aceitos de realizar o progresso humano. O avanço espiritual não requer obtenção de favores, nem maquinações ou planos para se mostrar ante os outros. Nenhuma “mentalização” ou manipulação de pessoas ou situações, pode acrescentar um til ao nosso avanço. Só a espiritualização do pensamento abre as portas do progresso genuíno.

Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, explica: “As exigências de Deus fazem apelo só ao pensamento; mas as pretensões da mortalidade e daquilo que se chama leis da natureza, pertencem à matéria. Qual delas devemos, então, aceitar como legítima e capaz de produzir o sumo bem humano? Não podemos obedecer ao mesmo tempo à fisiologia e ao Espírito, pois um destrói absolutamente o outro, e um deles tem que ser supremo nas nossas afeições. É impossível trabalhar apoiando-se em dois pontos de vista. Se alguém tentar isso, dentro em pouco ’se devotará a um e desprezará o outro’.” Ciência e Saúde, p. 182.

Como aquiescemos às exigências de Deus? Comecemos por estabelecer nossas prioridades na devida ordem. Podemos fazer um balanço do que ocupa nosso pensamento e nosso tempo e daí despi-lo daqueles conceitos e daquelas atividades que se concentram no lado físico e na gratificação dos sentidos materiais.

Ao estabelecer essa ordem mental, convém compreender que o mal simplesmente carece de substância ou força para impedir o progresso. Não que o mal não pretenda ter essa capacidade, pois, visando esse ponto, procura agir até mesmo como se fora nosso próprio pensamento. Mas podemos resistir com êxito à tentação de colocar a superficialidade em lugar do estudo profundo, o perfeccionismo humano em lugar da demonstração da perfeição divina, a promessa no lugar da prática.

Nossa freqüente e inspirada admissão e aceitação da eterna presença e do todo-poder de Deus é capaz de solapar e destruir os alicerces do pensamento mortal eivado de duplicidade. Essa mentalidade errônea é uma contrafação da inteligência genuína. Verdadeiramente não é capaz de se opor à Mente divina e infinita, pois como poderia haver dois infinitos opostos? Se reconhecemos constantemente em nossa oração a onipotência da Mente divina, prevalece a nossa natureza real como o humilde, obediente e confiável descendente de Deus. Então abre-se o caminho ao progresso genuíno em todos os aspectos de nossa vida.

Um amigo meu aprendeu essa lição. Seu treinamento e formação o haviam condicionado a acreditar que seu valor real residia no tamanho de seus bens financeiros. Pensava que o progresso estava diretamente ligado ao sucesso em adquirir maior número de bens. Mas por mais que aumentasse o patrimônio, nenhuma satisfação ou consolo genuíno lhe advinha. Aliás, passou a valer-se de práticas comerciais não muito corretas para continuar a enriquecer, e começou a preocupar-se com a possibilidade de ser descoberto.

A essa altura, seus negócios sofreram um revés de proporções quase desastrosas e ficou com a saúde abalada. Foi forçado a reexaminar suas prioridades. Começou a estudar a Ciência Cristã e teve diversas conversas inspiradoras com um praticista da Ciência Cristã. Isso o ajudou a aplicar as energias de maneiras diferentes, a abandonar o objetivo de buscar proveito próprio e a tentar servir com maior abnegação a Deus e ao próximo. Com efeito, sentiu-se impelido a deixar seu ramo de negócios e mudar inteiramente de carreira. Isso reduziu drasticamente sua receita financeira.

O novo campo de trabalho, porém, proveu uma estabilidade cada vez maior e um sentido de valia que jamais conhecera. Tornou-se claro, ao largar os antigos delineamentos de “sucesso” e adotar novos pontos de vista da realidade, que a alegria estava na proporção de suas realizações espirituais, integridade e disciplina diária em viver suas orações a Deus. Conquanto houvesse ocasiões em que pensasse ser-lhe necessário conseguir um segundo emprego para atender às necessidades da família em fase de crescimento, percebeu cada vez mais claramente que esse passo não haveria de curar para sempre o sentido de carência. Para ele, isso apenas adiaria a cura do medo e faria arraigar-se mais firmemente a crença de que seus esforços pessoais eram a única fonte de conforto e segurança para a família.

Na batalha contra o medo e o desânimo, meu amigo recorreu muitíssimas vezes à Bíblia e a Ciência e Saúde em busca de idéias que sustentariam seu sentido intuitivo de que a resposta a esse desafio não era material, mas espiritual. E pouco a pouco obteve maior reconhecimento da natureza infinita do bem espiritual que está à disposição do homem agora.

Quanto mais claro se tornava esse reconhecimento, melhor se tornava sua engenhosidade e produtividade. Assim, passou a ser mais conceituado no emprego. E tanto os colegas quanto a comunidade como um todo passaram a devotar-lhe maior respeito e valia em seu campo de atividade.

“Não temas, ó terra, regozija-te e alegra-te; porque o Senhor faz grandes cousas.... As eiras se encherão de trigo, e os lagares transbordarão de vinho e de óleo. Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador,” Joel 2:21, 24, 25. diz o profeta Joel.

Que fantástica promessa para cada um de nós em nossa busca comum de uma vida genuinamente melhor. E notem que o profeta Joel declarou que era o Senhor quem faria “grandes cousas”, indicando assim a base espiritual do progresso humano genuíno. O fato de ser Deus quem faz essas coisas, não nos dispensa de contribuir com a nossa parte como testemunhas leais de Seu poder realizador incontestável. Esse testemunho vívido requer nossos vigorosos esforços no sentido de resistir à fórmula mundana de sucesso e, então, ouvir as orientações divinas. Nossa estatura real, nosso verdadeiro valor, será mais prontamente compreendido por todos na proporção que batalharmos contra o pendor material, a falsa responsabilidade e as avaliações tradicionais de substância.

Uma investigação mais profunda, mediante estudo e oração, do alcance infinito da criação gerada pelo Amor divino, é capaz de sustentar nosso vôo rumo ao alto. O cultivo do amor altruístico e a disposição de abandonar a vontade própria, são capazes de acelerar nossa jornada. Essa mudança do material para o espiritual é a verdadeira melhora de nosso padrão de vida, é o que nos faz subir na vida. E continue subindo!

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