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Como romper as barreiras que impedem o progresso espiritual

Da edição de outubro de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


Será que o leitor às vezes se sente estagnado em sua compreensão de Deus? Será que aquele objetivo mais elevado parece fora de seu alcance? Há muitas coisas que parecem bloquear nosso progresso espiritual. Uma delas é não querermos reconhecer que precisamos de salvação.

Cristo Jesus disse numa ocasião: “Não vim chamar justos, e, sim, pecadores.”  Marcos 2:17. Não somos, algumas vezes, tentados a nos classificar como “justos”? É certo que na Ciência Cristã aprendemos que o homem não é um pecador miserável, mas sim, o filho de Deus, amado e perfeito. Mas, se assim é, a quem, afinal, Jesus veio salvar?

Os doze discípulos foram homens que, sem reservas, aceitaram a Cristo Jesus como o Salvador. Seriam todos eles pecadores? Cada um deles tinha sua própria história, mas, em geral, tinham bom caráter. Por exemplo: Simão Pedro parecia ser boa pessoa. Sabemos que tinha família e amigos. Também sabemos que era trabalhador, franco, honesto e forte. Esse não é, pois, o retrato de um pecador! O que foi, então, que levou Pedro a deixar tudo e seguir Jesus? Não seria a atração do Cristo, a verdadeira idéia de Deus, representada por Jesus?

O sentido espiritual de Pedro foi atraído pela presença do puro Cristo Jesus. Por intuição, Pedro deve ter percebido que, se seguisse Jesus, alcançaria a compreensão do verdadeiro Deus e do verdadeiro homem. Ele literalmente abandonou tudo o que estava fazendo e acompanhou o Salvador. A partir daí, Pedro testemunhou as curas maravilhosas que Jesus realizou, tanto em pecadores como em doentes. Ele viu vidas drasticamente transformadas para melhor. Com humildade, começou a vislumbrar e compreender a suprema bondade e espiritualidade desse homem, Jesus. Mas isso também deve ter compelido Pedro e os outros discípulos a reconhecer suas falhas e seus pecados.

A própria presença do Cristo, a Verdade, age como catalizador, trazendo à tona pecados ocultos. Lembra-se de Jesus ter dito a seus discípulos que eles, de uma forma ou de outra, o abandonariam e o negariam? Era o Cristo, a revelar o pecado escondido. Pedro respondeu: “Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei.”  Mateus 26:35. Infelizmente, Pedro (tanto quanto os outros discípulos, exceto João, segundo parece) não acatou a advertência do Mestre, o que lhe teria permitido encarar o erro em espírito de oração e corrigi-lo. Em vez disso, Pedro negou a existência do pecado em seu pensamento. Mais tarde, todos os discípulos, com exceção do “discípulo amado”, abandonaram Jesus justamente na hora em que ele mais necessitou deles. Imaginem a angústia e o desgosto que eles não terão sentido por sua infidelidade e por terem corrigido o pecado de que Jesus os havia avisado!

Não teremos também nós, assim como Pedro e os discípulos, pecados escondidos, pecados cuja existência nos recusamos a admitir ou, se admitimos, não nos esforçamos por corrigir? Quem, dentre nós, já não albergou em seu pensamento e em seu coração pecados tais como arrogância, egoísmo, voluntariosidade, autocompaixão, raiva, crítica, impaciência, preocupação, tensão ou descontentamento? Na Ciência Cristã, é absolutamente necessário ser honesto em relação ao pecado e anulá-lo sem rodeios. A Sra. Eddy refere-se com freqüência a essa necessidade em sua obra fundamental, Ciência e Saúde. Incisiva, como sempre, ela diz: “Devemos examinar-nos para saber quais são as afeições e os propósitos do coração, pois só assim chegaremos a saber o que honestamente somos.” Ciência e Saúde, p. 8.

A Ciência Cristã ensina, de fato, a perfeição do homem como filho de Deus, mas isso não quer dizer que ignore o pecado. Pelo contrário, à medida que o estudante de Ciência Cristã começa a aceitar e compreender o homem à semelhança de Deus, conforme Cristo Jesus exemplificou, exigirá crescente honestidade em seus pensamentos e ações e, em conseqüência, reconhecerá com mais facilidade os seus pecados. Ele também se fortalecerá por saber que o homem, criado à imagem de Deus, é incapaz de pecar e que o suposto poder do pecado é apenas imaginário.

Quando vislumbrarmos o todo-poder de Deus, o bem, começaremos a perceber a impotência do pecado, sua falta de força e sua inexistência perante Deus Todo-poderoso. À medida que afirmarmos o domínio que Deus nos deu sobre o pecado, poderemos esperar ver esse domínio manifestado em nossos pensamentos e em nossa experiência diária. A confiança na bondade e no amor incondicional de Deus nos dará coragem e paciência para identificar e vencer até mesmo o pecado mais sutil ou mais tenaz.

Por outro lado, jamais deveríamos pensar que nossos pecados são demasiado grandes para serem vencidos ou perdoados. Quase todos os discípulos, em sua experiência individual, continuaram a crescer espiritualmente após terem abandonado Jesus! Quando, por fim, compreenderam a ressurreição de seu Mestre, essa compreensão os elevou (e também pode elevar a nós) acima da tristeza e da culpa. O arrependimento sincero e a reforma permitiram-lhes prosseguir no trabalho de seguidores e apóstolos de Jesus, realizando assim o bem de forma extraordinária.

Essa luta para destruir o pecado não é uma tarefa avassaladora que pesa sobre nossos ombros. Constitui a conseqüência natural de nossa crescente compreensão de que Deus e o Cristo continuam presentes em nossa vida. O pecado não é parte integrante de nossa natureza. Sua destruição é inevitável. Tanto pode desaparecer discretamente da nossa consciência, como ser vigorosamente destroçado, arrasado, fundido, desfeito ou esfacelado. Mas uma coisa é certa, será vencido! E, afinal, despertaremos para o fato de que o pecado nunca fez realmente parte de nosso ser.

Nós podemos romper as barreiras que nos impedem de alcançar os objetivos espirituais. Talvez requeira muito trabalho, persistência e inspiração. Mas na proporção em que estivermos dispostos a pôr de lado hábitos antigos e acalentar nosso amor ao Cristo, a Verdade, em nosso coração e em nossos pensamentos, o pecado se tornará menos real para nós. Diminuirá até vermos a cálida luz do Amor divino e sentirmos a paz que nos advém pelo pecado perdoado. As barreiras deixarão de existir e nosso progresso rumo ao reino dos céus continuará.

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