Clifford Longley, redator religioso do jornal The Times de Londres, há pouco rendeu tributo a um ex-Arcebispo da Cantuária. Longley escreveu que esse líder de igreja "tinha a qualidade que caracterizava um homem de Deus, a de estar em termos de intimidade com Deus". E acrescentou: "Essas pessoas dão a impressão de que seus olhos têm a perspicácia incisiva da fé e realmente enxergam o que o resto de nós não consegue ver: que Deus dá atenção às suas orações."
O redator concluiu com estas palavras: "A lição ensinada por um homem de Deus é: a única incomparável escola de amor que se pode conhecer, é uma vida de oração. Isso só pode significar que sentir a ação da oração é sentir-se amado." "The inward calm of holiness," The Times (Londres), 26 de abril de 1988.
De fato, as orações são ouvidas por Deus. A Bíblia contém inumeráveis relatos em que tanto homens como mulheres se volveram para Deus, levando a Ele suas preocupações mais profundas, e vivenciaram o Seu amor nas orações atendidas.
Por exemplo: Lemos no livro de Samuel a história de Ana, que era esposa de Elcana. Ver 1 Samuel 1:8–20. Ana estava desesperada por ser estéril, mas ela se voltou a Deus em oração e, mais tarde, deu à luz um filho, a quem deu o nome de Samuel.
Bem cedo Samuel aprendeu a estar atento a Deus. E quando ouviu Deus a chamá-lo, respondeu: "Fala, porque o teu servo ouve." 1 Samuel 3:10. Devido à leal resposta de Samuel e por sua obediência a Deus, quando ele chegou à idade adulta foi capaz de partilhar com o povo as mensagens de Deus. Tornou-se profeta, um leal "homem de Deus". Foi esse tipo de servir a Deus espiritualmente, realizado pelos profetas do Antigo Testamento, que pressagiou de muitas formas a obra sem paralelo do Mestre, Cristo Jesus.
O articulista religioso, anteriormente citado neste editorial, fala sobre a "escola do amor". Por certo Cristo Jesus foi o Mestre dessa "escola". Ele mesmo levou uma vida de oração. Ele é nosso Modelo.
Jesus compreendia ser, ele mesmo, o Filho amado de seu divino Pai. Ensinou seus discípulos a reconhecer a Deus como sendo o Pai deles. Instruiu-os a orar nesses termos. O Mestre sabia que, pela oração, eles haveriam de conhecer e amar o Pai e confiar em Seu cuidado infalível e solícito. Ele disse: "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á." Mateus 7:7,8.
Jesus explicou aos seus seguidores que, assim como eles davam coisas boas aos seus filhos, de igual modo o Pai celestial concede todo o bem aos que Lho pedem. Repetidas vezes demonstrou a afluência de Deus. Provou que Deus já supriu todas as nossas necessidades, mediante a afluência de Seu amor, qualquer que seja a necessidade: melhor saúde, santidade ou uma manifestação mais completa da vida e da atividade.
A Ciência Cristã segue essa tradição bíblica de orar. Enfatiza que podemos encontrar respostas práticas para os muitos desafios com que nos defrontamos. A Sra. Eddy veio de uma família cristã devota e, desde a mais tenra idade, aprendeu a amar a Deus e a volver-se a Ele em oração. Na verdade, o historiador britânico, H. A. L. Fisher escreveu a respeito dela: "Oração, meditação, ávida e perplexa investigação das Escrituras, exigiam, desde a infância, grande parte de suas energias, de modo que as pessoas que vieram a conhecê-la anos mais tarde, tinham consciência de sua determinada e repousante elevação, que só poderia vir a uma mulher que alimentasse certa vantagem espiritual secreta.... As grandes idéias sobre Deus, a imortalidade, a alma, a vida permeada pelo cristianismo, nunca estiveram longe de seu pensamento." Citado em Robert Peel, Mary Baker Eddy: The Years of Discovery (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1966), p. 102.
A Sra. Eddy dedicou o primeiro capítulo do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, à oração. Escrevendo com o conhecimento oriundo de sua própria experiência de comunhão com Deus, ela diz: "Deus é Amor. Podemos pedir-Lhe que seja mais?" E continua mais adiante: "Devemos implorar junto à fonte aberta, da qual jorra mais do que aceitamos, para que nos dê mais? O desejo não proferido aproxima-nos mais do manancial de toda existência e bem-aventurança." Ciência e Saúde, p. 2.
Por que, às vezes, não conseguimos sentir a proximidade de Deus e nos preocupamos com a possibilidade de Ele não haver ouvido nossas orações? Não será porque consentimos que o medo, o pecado ou a incredulidade nublem nossa visão de Sua presença constante? Nessas ocasiões, devemos "pedir", "buscar" e "bater" com maior persistência até que o Cristo, a Verdade, ilumine novamente o nosso pensamento e encontremos as respostas às nossas orações que se tornam evidentes em nossa vida. Outras vezes, podemos orar calmamente para termos mais consciência do amor de Deus. Como o Amor divino é o próprio Princípio do ser, nunca precisamos duvidar de que Deus esteja presente. Quando aprendermos a abrir os nossos corações ao Pai e apreciar o bem abundante que Ele verte sobre todos os seus filhos, veremos que nossa natureza passa por uma transformação. Conscientizamo-nos da terna calidez interior e passamos a expressar nossa alegria na solicitude pelos outros.
Nossa oração atrai-nos para a fonte de toda bem-aventurança; sentimos em nós a pureza imaculada. O pecado e o materialismo começam a sumir de nosso pensamento e nos regozijamos numa nova compreensão do que significa ser semelhante a Deus. Aprendemos que a verdadeira santidade e a calma interior que daí vêm, são tesouros inestimáveis. A santidade nos mantém perto de Deus, da Alma e manifestamos uma consagração mais profunda à medida que continuamos a servi-Lo.
O livro Ciência e Saúde afirma: "Se rogamos a Deus como se Ele fosse uma pessoa corpórea, vemo-nos impedidos de abandonar as dúvidas e os receios humanos que acompanham tal crença, e assim não podemos apreender as maravilhas operadas pelo Amor infinito, incorpóreo, ao qual tudo é possível." Ibid., p. 13.
O redator religioso disse que a oração é como vivenciar o amor, sentir-se amado. Também nós podemos levar uma vida de oração e dar testemunho do fato de que Deus, o Amor sempre-presente, está atento às nossas orações!
 
    
