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A nossa Belém

Da edição de dezembro de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando cintilam as luzes com seus cordões prateados e os sinos repicam canções de Natal, nossos pensamentos se volvem inevitavelmente para a gloriosa narrativa do advento de Cristo Jesus.

Razões existem para gostarmos das festas de Natal, com tudo o que nelas está envolvido: a reunião das famílias, a alegria, a felicidade e o bom humor que ilustram bem o profundo significado espiritual desse evento e sua maravilhosa promessa a toda a humanidade.

Mas o que dizer se a época do Natal parece desolada, destituída de toda essa alegria? O que dizer se uma pessoa está enfrentando problemas seriíssimos? Será que sairia por aí, despreocupada, a assobiar uma canção de Natal, apesar de tudo?

Definitivamente, a resposta é não. Lembro-me, por exemplo, de uma experiência que um membro de minha família teve há muitos anos. Minha mãe foi morar nos arredores de uma pequena cidade no sudoeste dos Estados Unidos. Na época, custou-lhe muito adaptar-se. O clima era quente e o local empoeirado, a maioria das pessoas falava apenas o espanhol, que ela não compreendia e a cidadezinha próxima era realmente pequena.

Como jovem estudante da Ciência Cristã, começou a orar a respeito dessa nova situação. Raciocinou que Deus era Tudo e era somente o bem e Ele tinha criado o homem à Sua própria semelhança. O homem, portanto, jamais poderia estar separado de Deus, o bem. Sendo a expressão de Deus, o homem nunca poderia ter ou ser outra coisa, senão o bem.

Alguns dias depois, ao anoitecer, enquanto dirigia seu carro pela planície em direção à cidadezinha, divisou no crepúsculo a silhueta da cidade. O Natal estava chegando e as fachadas das lojas estavam iluminadas por luzinhas que cintilavam contra o escuro céu. As palavras de um bem amado cântico de Natal vieram-lhe à mente:

Ó tu, aldeia de Belém
Que jazes a dormir,
Cintilam em teus céus de paz
Estrelas a sorrir.
A Luz perpétua rompe
A densa escuridão,
Os meus desejos todos, já,
Em ti se cumprirão.Hinário da Ciência Cristã, n° 222.

Ora, pensou ela, esta é a minha pequena aldeia de Belém, minha oportunidade de ver e reconhecer o bem que procede de Deus e que já está aqui, agora mesmo, neste Natal. A partir daquele momento, a situação mudou por completo. Ela se adaptou. Iniciou uma atividade que significou a fundação de uma filial da Igreja de Cristo, Cientista, nessa pequena cidade e tornou-se ativa em outras organizações. Quando se mudou para a Nova Inglaterra muitos anos mais tarde, sentiu sincero pesar ao partir. Manteve correspondência regular por muitos anos ainda, com seus amigos lá do sudoeste.

Minha mãe aprendeu, com essa experiência, que o importante é a maneira como pensamos em nosso coração a respeito da vida e do lugar onde estamos. Se, por exemplo, focalizamos toda nossa atenção num problema, temos dificuldade em enxergar além da imagem material e ver a realidade espiritual onde, aliás, estamos unidos com Deus. Para progredir, deveríamos afirmar e aprofundar nossa compreensão da totalidade absoluta de Deus, de Seu poder total e de Sua bondade. A Ciência Cristã ensina que o homem é espiritual e perfeito, que Deus é o Pai-Mãe, sempre a proteger Sua amada criação, o homem. Assim sendo, o verdadeiro ser do homem é inseparável de Deus. Portanto, negamos que exista realidade na discórdia, pois compreendemos que ela nunca existiu no reino perfeito de Deus e continuamos a orar até que a cura se evidencie em nossa experiência. Precisamos desse incremento em compreensão espiritual, na percepção de que a discórdia é irreal e de que Deus nos ama durante o ano inteiro.

Inúmeras vezes, no entanto, parece que a beleza e a alegria do Natal estão obscurecidas por algumas das condições mais tristes da experiência humana: solidão, divórcio, perda de emprego, pobreza, enfermidade. Até mesmo a correria própria da época do Natal pode causar-nos frustrações.

O que é que pretende obscurecer toda a beleza e alegria da maravilhosa época de Natal? O que nos leva a pensar que este Natal será desolado, que os problemas são muito graves, que não haverá motivo para comemorar as festas de Natal? É, basicamente, a crença de que o homem é mortal, limitado e material. Essa crença, às vezes chamada magnetismo animal, tenta contrariar a atividade do bem. Num artigo intitulado "Caminhos que são vãos", a Sra. Eddy escreve: "O magnetismo animal, cuja maldade aumenta a cada passo, instiga sua vítima através de argumentos silenciosos e invisíveis. Invertendo as maneiras de ser do bem, que argumentam em silêncio em favor da saúde e da santidade, o magnetismo animal impele a mente mortal a cometer erro de pensamento e incita a pessoa à perpetração de atos estranhos à sua inclinação natural." The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 211.

Não é mesmo "estranho" estar tão hipnotizado por problemas, a ponto de ignorar a poderosa mensagem de cura que o Natal apresenta?

Podemos comprovar que as sugestões do magnetismo animal não têm poder ou efeito quando compreendemos que Deus é o bem, o único poder, a única Mente. Só nos livramos dessas sugestões, quando nos apegamos firmemente a essas verdades. Isso nem sempre é fácil, mas o todo-poder de Deus é o único poder que existe. Não há outro poder. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy escreve: "Não há poder separado de Deus. A onipotência tem todo o poder, e reconhecer qualquer outro poder é desonrar a Deus." Ciência e Saúde, p. 228.

Por isso, quando os problemas se avolumam durante a época de Natal ou em qualquer outra época, está na hora de nos darmos conta, mais do que nunca, de que o mal, seja qual for o seu disfarce, não pode ser real, porque não emana de Deus, o bem. As discórdias são meras sugestões que pretendem nos privar de nossa alegria e de nossa paz.

Reivindiquemos, agora mesmo, exatamente quando os problemas parecem maiores, que é essa a nossa Belém, nossa oportunidade de comprovar que o mal é irreal e que a alegria, a felicidade e a beleza estão presentes. Lembremos que a época do Natal existe para morar aquele que disse: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize." João 14:27.

Assim, a gloriosa mensagem do advento do Cristo brilhará mais do que nunca neste Natal, em nosso coração, quer vivamos numa cidade deslumbrante, quer numa pequena aldeia. Nossa "Belém" é nossa oportunidade para provar a nós mesmos, a outros e ao mundo, que as verdades ensinadas pelo Mestre Cristo Jesus podem ser demonstradas nos dias atuais graças à Ciência Cristā. A respeito do Cristo, a Sra. Eddy escreve: "O Cristo anda sobre as ondas; no oceano dos acontecimentos, galgando os vagalhões ou descendo até as profundezas, a voz daquele que acalmou a tempestade diz: 'Sou eu, não temais'." Message to The Mother Church for 1902, pp. 19—20.

A chegada do Natal significa para nós o novo advento de Cristo, a Verdade, a mensagem do Cristo: cura, paz e boa vontade para todos. Nada pode impedir esse toque curativo do Cristo. Nada o impediu nos dias de Jesus, nada pode impedi-lo hoje e nada nos impede agora mesmo de sentir seu poder neste Natal. Banhados com a glória de outra época feliz de Natal, começamos a compreender e vivenciar, mais do que nunca, as novas-e-velhas verdades da mensagem do Cristo.

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