Trabalhos de final de semestre para serem aprofundados e completados, projetos de laboratório para serem finalizados, exames exigindo estudo intenso! E, ainda, aquelas atividades extracurriculares em relação às quais há compromissos a cumprir! Será que isso faz lembrar o ambiente na universidade às vésperas das férias de Natal?
À medida que a azáfama aumenta, os estudantes começam a sonhar com as férias, deleitando-se ante a idéia das horas de descanso, quando, finalmente, estarão longe da universidade. Alguns talvez até tenham em silêncio prometido a si próprios que irão ponderar mais profundamente o significado do Natal, assim que todos os compromissos inadiáveis tenham sido satisfeitos.
Ora, por que esperar? Não deve a vida do Mestre ser venerada todos os dias? O Natal continua sem cessar. Jesus, desde o dia em que nasceu, demonstrou o Cristo. Provou que o Cristo é a manifestação todo-harmoniosa de Deus na nossa vida. Jesus fez ver que essa manifestação divina de Deus destrói toda sugestão de que somos meramente seres humanos limitados. Isso é verdadeiro, quer dentro, quer fora da universidade.
Esse fato aplica-se muito especialmente ao cenário pré-natalino na universidade. Venerar a idéia-Cristo durante a nossa preparação para os exames ou durante o cumprimento de outras obrigações, é honrar o significado mais profundo do Natal. Reconhecer o nosso direito, outorgado por Deus, de expressar inteligência e perspicácia, discernimento e retentiva, vivacidade e equilíbrio, é demonstrar a presença do Cristo na nossa consciência. Essa é uma presença sagrada.
Consideremos um versículo muito conhecido do livro de Isaías, especialmente acalentado durante a época do Natal. O raciocínio espiritual sobre esse versículo ajuda-nos a levar o espírito do Natal, assim como a cura, ao rebuliço na universidade: "Um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." Isaías 9:6.
Na Ciência Cristã, orar significa ter por modelo a idéia-Cristo, isto é, elevar o pensamento acima do medo, das pressões e da dúvida, pois é dada, a cada indivíduo, a filiação divina, ou seja, o direito espiritual que desde o nascimento nos assegura capacidade e aptidão ilimitadas. Esse direito está aí para que todos o reivindiquem, conheçam e demonstrem.
Quando o corre-corre sobrevém, é hora de se perguntar: Afinal, quem é que governa a situação? Jesus afirmou sua convicção de quem é que governa a situação, quando declarou: "Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo porque não procuro a minha própria vontade, e, sim, a daquele que me enviou." João 5:30. Sentimos a presença do poder divino, ou seja, o Cristo, quando seguimos o exemplo de Cristo Jesus e cedemos à vontade divina, admitindo, assim, que o nosso ir e vir está sob o governo de Deus. Tal como Isaías nos diz: "O governo está sobre os seus ombros" e não sobre os nossos!
"E o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz."
"Maravilhoso" é o fato de Cristo estar presente em nós. O discernir a Verdade faz-nos deixar para trás as expectativas humanas e cumprir impecavelmente nossas obrigações na universidade. O padrão a que obedecemos é elevado ao padrão de Deus para com os Seus filhos, a perfeição espiritual.
Seu nome será: "Conselheiro". Mesmo assim, Cristo Jesus recorria freqüentemente a Deus em busca de conselho e orientação, a fim de aplicar a lei divina à sua vida. Não disse ele: "Falo como o Pai me ensinou"? João 8:28. Ele nos mostrou que também nós podemos, com total confiança, recorrer à mente divina. O livro Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy afirma: "Podemos informar a Mente infinita de algo que ainda não compreenda?" Ciência e Saúde, p. 2. Podemos, diariamente, sair de casa e afirmar que, uma vez que o homem é filho de Deus, a sabedoria divina permeia o nosso pensamento.
Quando Jesus foi preso no jardim de Getsêmani e levado à presença de Pilatos, governador romano, recusou-se a responder às perguntas de Pilatos. Este o ameaçou: "Não sabes que tenho autoridade para te soltar, e autoridade para te crucificar?" Jesus replicou: "Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada." João 19:10, 11. Essa resposta veio de quem compreendia que o "Deus Forte" Se expressava na sua existência. Jesus compreendia seu direito de resistir a qualquer outro suposto poder. O Deus todo-poderoso está com todos nós. Ao refletir o Seu poder e força, somos capazes de repreender o cansaço, a incapacidade e o fracasso, com a garantia científica de que como não provêm de Deus, também não fazem parte do homem, que é a Sua imagem e semelhança.
Não há um único momento em que o "Pai da Eternidade" deixe de proporcionar o bem aos Seus filhos. A compreensão clara que Cristo Jesus tinha acerca dessa verdade, resultou em curas instantâneas, até mesmo de multidões. O Pai reconhece-nos para sempre na nossa identidade espiritual. O amor de Deus para conosco perdura por toda a eternidade e sem dúvida está conosco em qualquer momento de provação em nossa vida. A vida e a inteligência que Ele nos concede, são por Ele sustentadas com lei espiritual. Como Mente divina, Ele dá a cada um de nós só idéias corretas. O desdobramento dessas idéias na consciência humana constitui nossa educação espiritual na terra.
O mandato que recebemos do "Príncipe da Paz" consiste em que nos libertemos da inquietação e do desassossego, dos pensamentos perturbadores e opressivos, da pressão. Ah, essa palavra pressão! Pressão é medo. É sentir-se tão encurralado que não se antevê saída ou alívio. Até mesmo no auge da pressão, o Amor divino inesgotável está presente, pronto para ser reconhecido como o proporcionador de todo o bem, mostrando a porta sempre aberta do Amor, que nenhuma pretensão do mal pode fechar. E o Príncipe da Paz está à entrada dessa porta aberta, dando as boas-vindas.
É possível aprofundarmos nossa terna veneração da época do Natal, mesmo no meio de um dia atarefado, cheio de compromissos inadiáveis. É possível levarmos esse dia à presença do Cristo, que já reside em nossa consciência. Ao sentirmos o domínio calmo pertencente aos filhos e filhas de Deus, englobemos na celebração do Natal os nossos relatórios laboratoriais, os nossos trabalhos de final de semestre e os nossos exames. Com isso, participaremos da celebração, tal como aqueles homens sábios da antigüidade, com um pouco de ouro, incenso e mirra.
Veneremos essa temporada tão preciosa com o ouro da pureza de nosso coração, com o perfume da nossa gratidão e o óleo da nossa inspiração.
É que hoje vos nasceu
na cidade de Davi,
o Salvador, que é Cristo, o Senhor.. . .
Glória a Deus nas maiores alturas,
e paz na terra entre os homens,
a quem ele quer bem.
Lucas 2:11, 14
