Quando nos defrontamos com uma emergência, com uma situação de perigo ou quando somos atingidos por uma ação criminosa, podemos sempre encontrar a solução segura e sanadora na compreensão espiritual de Deus e do homem.
A Ciência Cristã ensina que Deus é o único criador e a única causa e que Ele só cria o bem. O universo que Deus criou é espiritual, perfeito, eterno, infinito. É o único universo. Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança. Portanto, o único tipo de homem que existe, é espiritual e perfeito. Não só reflete as qualidades de Deus, como também dá testemunho das glórias do universo de Deus. Essa verdade espiritual sobre Deus, o universo e o homem, é percebida por meio do sentido espiritual. Mediante oração podemos demonstrar o poder sanador da verdade espiritual para vencer os efeitos do crime em nossa vida, aqui e agora.
A Ciência Cristã aplica o termo mente mortal àquilo que pretende ser uma inteligência oposta à Mente única, Deus. Essa inverídica mente mortal argumenta que o universo e o homem são materiais. Gostaria de fazer-nos crer que a discórdia e o mal são reais e que, por isso, podem fazer parte da existência do homem. No entanto, esses pontos de vista enganosos só parecem reais até serem corrigidos pelo sentido espiritual. Utilizando o sentido espiritual, reconhecemos que a bondade de Deus é infinita e eterna, é a única realidade. Como diz o profeta Habacuque a respeito de Deus: "Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar.” Habac. 1:13.
A compreensão espiritual de Deus e do homem dissipa o mal e restabelece a harmonia na experiência humana. No livro-texto, Ciência e Saúde, a Sra. Eddy escreve: "Para raciocinar corretamente deve estar presente no pensamento um só fato, a saber, a existência espiritual. Na realidade, não há outra existência, porque a Vida não pode ser unida à sua dessemelhança, a mortalidade." Ciência e Saúde, p. 492.
A criminalidade, que é motivo de grave preocupação nos dias atuais, deve ter sido um problema também na época de Jesus. Em Mateus, encontramos Cristo Jesus a dizer: “Do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. São estas as cousas que contaminam o homem.” Mateus 15:19, 20. Mas ele também disse: “O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem.” Lucas 6:45.
A Bíblia é a crônica do poder do bem sobre o mal. Mas, como podem os ensinamentos da Bíblia e da Ciência Cristã auxiliar-nos a subjugar o crime, a vencer o medo e a curar-nos, se formos as vítimas? Precisamos saber que Deus é a única causa e que Ele é Amor, Princípio, Alma. Poderíamos pensar que o Amor se expressa em qualidades tais como a delicadeza, a compaixão, a gentileza; o Princípio, em força, inocência, pureza, integridade; a Alma, em paz, harmonia, tranqüilidade. Por sua própria natureza, Deus, o Princípio, não pode causar, nem abrigar pensamento algum que não esteja compreendido dentro do que é legal. E seu reflexo, o homem, também não pode estar sujeito a forma alguma de anarquia. Essa compreensão espiritual serve de defesa em nossa própria experiência e pode também ajudar outras pessoas a enxergar seu ser real como filhas de Deus, inspirando-as, portanto, a abandonar as intenções de fazer algo errado.
Toda manifestação de anarquia em nossa vida é uma tentativa da mente mortal, de forçar-nos a ter medo do mal e a aceitá-lo como real. Lemos, no entanto, em Ciência e Saúde: “A humanidade precisa aprender que o mal não é poder. Seu pretenso despotismo é apenas uma fase do nada. A Ciência Cristã desmantela o reino do mal, e promove no mais alto grau, a afeição e a virtude nas famílias, e portanto, na comunidade.” Ciência e Saúde, pp. 102-103.
Há alguns anos, eu mesmo tive de enfrentar uma situação de delinqüência. Certa manhã, o carro de minha esposa foi furtado de uma oficina mecânica. Tanto a polícia, como as duas companhias de seguros envolvidas no caso, não mostraram muita esperança de que o recuperássemos. Entretanto, como sempre faço em casos de emergência, voltei-me a Deus em oração. Eu sabia que só o universo espiritual de Deus é real, que esse universo está sempre sob o Seu amoroso controle e que todos os Seus filhos O refletem em cada ação. Raciocinei que a tentação de roubar, de violar a lei, era a sugestão da mente mortal irreal. Tal sugestão não poderia nunca emanar de Deus que é Princípio e, portanto, nunca poderia pertencer ao homem que é reflexo de Deus. Eu sabia que as necessidades cotidianas normais incluem alimentação, teto, roupa, emprego, transporte. Percebi que essas necessidades aludem a idéias espirituais que estão sob o controle de Deus. O livro-texto da Ciência Cristã indica: "A Ciência divina, que se eleva acima das teorias físicas, exclui a matéria, reduz as coisas a pensamentos, e substitui os objetos do sentido material por idéias espirituais." Ibid., p. 123.
Alguém poderia perguntar por que, afinal, eu orava por um carro roubado, ou seja, um objeto material. Em verdade, a oração foi não tanto pelo carro, como pelo discernimento da realidade divina.
Quatro dias após o furto, a polícia de uma cidade a 400 quilômetros de distância da nossa, telefonou dizendo que o carro havia sido encontrado. Depois, nossa companhia de seguro informou que o carro estava em boas condições, o suficiente para que o fôssemos buscar. Minha esposa e eu ficamos gratos por reaver o carro, mas muito mais gratos ficamos pelo restabelecimento da harmonia em nossa experiência.
A Ciência Cristã mostra-nos que, quando expressamos amor de maneira tangível, a integridade, a paz, a abnegação, essas qualidades estabelecem a harmonia em nossa experiência, pondo-nos a salvo do ódio, da violência, da desonestidade. Em verdade, sempre estamos sob a proteção do amor infinito de Deus. A oração, baseada numa compreensão do amor e do cuidado de Deus por nós, protege-nos do perigo. Quando refletimos as qualidades do Amor, do Princípio e da Alma em nosso viver diário, construímos na consciência e na experiência uma defesa impenetrável contra o mal.
Esse método de enfrentar desafios, na Ciência Cristã, faz parte do trabalho de desenvolvermos nossa própria salvação, como recomenda Paulo. Nesse trabalho, podemos confiar na eterna união espiritual entre Deus e o homem e no poder sanador do Amor sempre presente.
