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Gratidão pelo governo

Da edição de dezembro de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


“Se eu for eleito, farei. ...” Todos já ouvimos discursos lhantes. Quase sempre são bem típicos. Mas esse aí não era. Segundo me lembro, continuou assim:

“Não sei como lhes agradecer! Esta é a primeira vez, na minha carreira política, que me homenageiam porque fiz alguma coisa que achei justo fazer. Nunca me esquecerei deste dia e prometo solenemente que, se for eleito para o Congresso, sempre procurarei servir aos senhores de acordo com o meu mais elevado senso de justiça.”

Um grupo agradecido de mulheres estava lançando dramaticamente, num comício (sob a forma de um chá político), a campanha do orador, candidato a uma cadeira no Congresso dos Estados Unidos. Estavam presentes centenas de convidados, todos bem inteirados de que, quando aquele homem fora vereador na cidade, havia votado e se posicionado corajosamente num caso relevante para a comunidade e para eles, o que viabilizara ter-se o caso decidido em seu favor. Num preito de gratidão, estendiam-lhe agora a mão da amizade e do apoio político nas eleições que se aproximavam.

Isso sucedeu num lugar em que, por causa dos preconceitos reinantes na época, o vereador jamais recebera senão um número irrisório de votos. Dessa vez, venceu por larga margem e foi eleito para o Congresso, onde serviu seu país com lealdade e muito bem, por longos anos.

Talvez nem sempre tenhamos uma oportunidade como essa de manifestar gratidão pela integridade expressada por uma pessoa no serviço público, mas pode haver outras maneiras de fazê-lo. Por exemplo, aqueles dentre nós que vivemos numa democracia, podemos mostrar gratidão, por ocasião das eleições, votando como esperamos que os candidatos atuem depois de eleitos, a saber, com nosso “mais elevado senso de justiça”. Quando possível, também se pode apoiar financeiramente as campanhas; ainda mais importante de tudo, porém, é orar!

Orar para que nosso candidato vença? Não! Por que não? Encontramos boa resposta no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde. Nele a autora, a Sra. Eddy, adverte sucintamente: “A sabedoria do homem não é suficiente para autorizá-lo a dar conselhos a Deus.” Ciência e Saúde, p. 3. Por isso, em vez de dizer a Deus quem queremos seja o vencedor, precisamos orar, procurando entender mais claramente a natureza espiritual do verdadeiro governo e o que implica. Isso nos ajuda a eleger para o serviço público uma pessoa qualificada. Pode ser até que o “nosso candidato” vença! Seja qual for o resultado, não devemos cessar de orar.

Aprendemos na Ciência Cristã que o único governo real do homem e do universo, é inteiramente espiritual. Assim sendo, esse governo é controlado por Deus, regulado por Deus, apoiado por Deus, mantido por Deus. A Ciência Cristã toma por base dessas verdades onipotentes, o relato original da criação constante da Bíblia, segundo o qual o Espírito, Deus, criou tudo, inclusive o homem e identifica o que criou como “muito bom” Gênesis 1:31..

O homem, criado à semelhança divina, manifesta a natureza de Deus em qualidades como integridade impoluta, sabedoria infalível, justiça imparcial. Isso naturalmente se refere ao homem real, a verdadeira identidade espiritual de cada um de nós. Não se pode, porém, confundir os seres humanos com o homem perfeito a quem Deus criou. As pessoas aparentam ser uma mistura do bem e do mal. A Ciência Cristã explica que o bem, isto é, as qualidades morais e espirituais que as pessoas expressam, comprova que o homem real, o homem criado por Deus, está se evidenciando para nós agora. Quando, então, vemos naqueles que estão servindo ou aspiram a servir num cargo público, manifestarem-se as qualidades de integridade, honestidade, abnegação, moralidade, sabedoria, dedicação, reconhecemos a prova de que está funcionando o governo "muito bom" de Deus. E isso é motivo de gratidão.

A oração da gratidão reconhece que Deus, o Princípio divino, é onipotente, expressa-Se de contínuo como o único poder capaz de guiar, proteger, governar, motivar. Tal oração apóia a capacidade dos funcionários públicos, de desempenharem suas atribuições com coragem e integridade. Ajuda-nos a apreciar o quanto de bom essas pessoas estão fazendo e as inspira a fazer ainda melhor. Abençoa a todos.

O leitor talvez indague: E quanto ao mal? Não ocorrem abusos nos cargos públicos, imoralidade, fraude, corrupção? Como é que esses males têm cabida no governo de Deus? Não têm! Para descrever o mal, a Ciência Cristã utiliza os termos magnetismo animal e explica que aquilo que aparece como o mal é uma ilusão que pretende ocultar de nós o governo de Deus. Do mal, o livro Ciência e Saúde diz: “Não é pessoa, nem lugar, nem coisa, mas simplesmente uma crença, uma ilusão do sentido material.” Ciência e Saúde, p. 71. Se, pois, virmos em nós ou em outrem, inclusive naqueles que servem no governo da nação, alguma coisa que Deus jamais criou, estamos vendo “uma ilusão do sentido material”.

Isso não significa ignorar o mau procedimento ou não ter memória dele. Pelo contrário, oramos para perceber a ilusão do mal, sabendo-a incapaz de atrair alguém ou tentar alguém a cometer más ações. Ao orar desse modo, talvez nos sintamos inspirados a tomar alguma medida prática que ajude a corrigir a situação de modo específico. Ou talvez nossas orações possam impelir mudanças, sem nenhuma participação de nossa parte.

A tentação de acreditar na realidade do mal é muitíssimo agressiva, especialmente quando envolve outro que não nós. Mas somos nós que nos tornamos vítimas dessa tentação, se aceitamos o mal como real, se identificamos a outros com o mal, se aceitamos que o mal faz parte do homem criado por Deus, se repetimos o mal, mental e audivelmente. E isso se dá porque o mal, embora pareça encontrar-se “ali adiante”, está sempre “aqui mesmo”, em nosso próprio pensamento. Tudo quanto ocorre no mundo exterior, é no nosso pensamento que o aceitamos como real ou que o rechaçamos como ilusório. É lógico que, se aceitamos o mal como realidade alhures, tornamo-lo real para nós mesmos. Quando nos damos conta disso, recusamos dar poder, lugar ou identidade ao que é desonesto, obstinado ou eivado de indignidades no governo ou em qualquer outro lugar. Podemos deixar de aceitar o mal, vendo-o como a ilusão que é, orando especificamente para entender que o mau procedimento não tem poder no homem criado por Deus. Com isso, beneficiamos não só a nós mesmos, mas também àqueles que aparentemente foram arrastados ou atraídos pelo mal.

Por causa da torrente de rancor, do medo, da crítica destrutiva e das opiniões preconceituosas que amiúde se embate sobre eles, os servidores públicos parecem, às vezes, especialmente vulneráveis aos ataques e tentações do magnetismo animal. Este freqüentemente tentanos a nós próprios a pensar que há nos servidores públicos algo especial que nos dá o direito de dizer e julgar a respeito deles toda coisa cruel que quisermos. Não temos esse direito, isso não é liberdade. É abuso da liberdade.

Cristo Jesus ensinou: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” João 8:32. Liberdade é o direito de conhecer a verdade, isto é, o direito de saber que a identidade espiritual e verdadeira do homem é a única realidade do seu ser. Usamos mal esse direito divino, quando aceitamos a ilusão de que o pecado é algo mais que mera ilusão. Assim, pois, toda vez que criticamos duramente uma pessoa ou a odiamos, estamos realmente desprezando o nosso próprio direito à liberdade.

Liberdade é o direito de saber que Deus governa o homem; que o único governo é inteiramente espiritual. Esse modo de identificar o governo apresenta a mais potente forma de gratidão. Por ele, somos uma bênção para nós e para os outros. Ficamos protegidos de crer que uma “ilusão do sentido material” nos possa, mesmo por um só momento, fazer esquecer de demonstrar pessoalmente que é Deus quem nos governa e assim apoiar inadvertidamente um conceito errôneo de governo.

A Ciência Cristã nos ensina que devemos esforçar-nos a todo instante para ver o homem criado por Deus exatamente ali onde o mortal parece estar. Para essa regra, não há exceção!

“Antes de tudo, pois,” insta um antigo escritor cristão, “exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graça, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito.” 1 Tim. 2:1, 2.

Mostremos nossa gratidão pelo governo na obediência a esse chamado. À medida que a expressarmos, não só bendiremos o nosso próprio governo, mas também auxiliaremos em abrir caminho para que toda a humanidade viva uma “vida tranqüila e mansa”.

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