As pessoas, ao empenharem-se em encontrar o sentido da vida, muitas vezes se deparam com estranho paradoxo. Na tentativa de encontrar a razão e o objetivo da existência, homens e mulheres deixam-se naturalmente atrair para a religião. A maioria das pessoas acha que tem de haver alguma coisa a mais do que o raciocínio limitado da mentalidade humana, tem de haver algo sagrado, que dê uma resposta válida sobre o significado real da vida. No entanto, é exatamente nesse interesse pela religião que pode surgir o paradoxo.
Por um lado, as pessoas às vezes recorrem a um ensinamento religioso ou a uma igreja em particular e logo se afastam, porque não acham respostas satisfatórias para suas perguntas e aspirações mais profundas. As questões não explicadas permanecem “mistérios”. Por outro lado, as pessoas também perdem o interesse pela religião quando sentem que uma igreja se considera dona de todas as respostas. Talvez tenham a impressão de estar sendo doutrinadas, ao invés de sentirem-se incluídas na busca conjunta de soluções viáveis. Talvez até sintam uma espécie de condescendência por parte da igreja, como se a capacidade delas, de pensar e orar, não fosse realmente significativa.
Talvez, tanto a pessoa que investiga a religião, como as igrejas que a apresentam, precisem compreender mais a fundo a verdadeira importância das perguntas, bem como das respostas. Quanto à igreja, seus membros podem, com razão, ter a convicção de que os ensinamentos religiosos contêm a revelação daquilo que ajudará a humanidade a desenvolver sua própria salvação, a revelação até mesmo do que vem a ser a realidade. Há, no entanto, uma diferença fundamental entre essa convicção sincera e a crença sutil de que esses adeptos tenham, como indivíduos, entendido inteiramente essas respostas, de que sejam possuidores de um conhecimento superior e de que, em vista disso, tenham o monopólio da verdade.
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