Em um mundo que às vezes parece estar à beira de desastres, como podemos estar a salvo? Essa é uma questão que cada um de nós, em última análise, tem de enfrentar em sua própria vida.
Uma noite eu ia de carro a sós, a um jantar na parte comercial de uma grande cidade do Sul com alto índice de criminalidade. Para chegar ao meu destino tive que desviar-me de uma avenida bem iluminada e seguir por uma rua escura, antes de retornar à avenida. Ao fazer o retorno percebi que o homem que estava no carro atrás de mim, vinha me seguindo. De repente o carro fechou a rua e culminou com uma parada repentina, atravessado na minha frente. Para evitar uma colisão, eu também parei.
O homem saiu do carro e veio dizer-me que algo, talvez a correia da hélice, tinha caído do meu carro. E levantou o capô do veículo.
Enquanto ele fazia isso eu saí e olhei debaixo do capô. Vi que a correia da hélice estava no lugar. Assegurei-lhe que o carro estava andando bem e esgueirei-me para trás do volante. Mas antes de ter podido fechar a porta, ele jogou-se ao meu lado. Ele aparentava sofrer de insanidade.
Ao mesmo tempo, pensei no primeiro versículo do salmo noventa e um, conforme a versão King James: “O que habita no esconderijo do Altíssimo morará à sombra do Onipotente.” As palavras foram tão claras que creio havê-las repetido em voz alta. Então, uma verdade de Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy, irrompeu em minha consciência: “Revestido com a panóplia do Amor, estás ao abrigo do ódio humano.” Ciência e Saúde, p. 571.
Imediatamente tive a impressão que um escudo se havia formado ao meu redor. Eu sabia, fora de qualquer dúvida, que esse homem não podia me ferir. Não senti medo, somente calma confiança. Com firmeza eu lhe disse que saísse do meu carro. Vagarosamente, ele desceu. Enquanto eu trancava a porta e começava a fechar a janela, ele voltou-se e disse: “Olha, essa eu não vou fazer de novo!”
O que foi esse escudo que me protegeu? Não seria o mesmo Deus, o Amor, que havia protegido Daniel na cova dos leões e os três homens lançados na fornalha sobremaneira acesa? Ver Daniel, capítulos 3 e 6. Tenho feito a mim mesma essa pergunta várias vezes e a resposta sempre é: “Foi Deus.” Eu havia posto minha confiança em Seu poder supremo, que exclui toda forma de mal.
Precisamos manter-nos firmemente na verdade de que Deus é nossa proteção. O Salmista cantou: “Pois disseste: O Senhor é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada. Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda.” Salmos 91:9, 10. De fato, a Bíblia está repleta de promessas de que estamos a salvo em Deus. A Bíblia nos assegura que estamos protegidos quando nos deitamos ou quando entramos ou saímos. Precisamos compreender a realidade do cuidado de Deus e adorá-Lo, exclusivamente, para demonstrar Sua proteção. Em verdade, somos todos governados por Deus, vivendo em união com Ele e na segurança que Ele proporciona. Sentindo esse fato espiritual em oração e mantendo nossos pensamentos em harmonia com a lei divina, através de pureza crescente, podemos obter a certeza de que o mal não é o poder que aparenta ser. E podemos provar que o mal é um impostor, e não tem poder algum.
A Sra. Eddy escreve: “Nada é real e eterno — nada é Espírito — a não ser Deus e Sua idéia. O mal não tem realidade. Não é pessoa, nem lugar, nem coisa, mas simplesmente uma crença, uma ilusão do sentido material.” Ciência e Saúde, p. 71.
Eis aí uma afirmação radical. Mas está baseada diretamente nos ensinamentos bíblicos de um Deus supremo, infinito, todo-poderoso. A ilusão do sentido material poderia fazer-nos sentir vulneráveis e mortais. Mas a Bíblia diz-nos que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus. Nosso ser real é, portanto, imortal e sempre sustentado e protegido por nossa origem divina. Quando aceitamos, ainda que seja apenas um pouco, a verdade do ser espiritual, podemos volver-nos a Deus em momentos de apuros e ser erguidos ao “esconderijo do Altíssimo”, a consciência da totalidade do Espírito, onde o mal não pode nos alcançar.
