Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Lições de uma carreira artística

Da edição de fevereiro de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


Um dos personagens mais conhecidos do Antigo Testamento era um animador, embora poucas vezes o vejamos sob esse prisma. Quando jovem foi cantor e instrumentista, compondo suas próprias músicas e letras, e pelo menos uma vez desempenhou uma das funções do espetáculo, a de fazer com que o público se sentisse revigorado.

Esse homem foi Davi, que tornou-se conhecido como compositor de salmos. Foi harpista e seu canto acalmou o rei Saul. Também derrotou Golias e tornou-se rei de Israel. É uma carreira impressionante, não é? Como foi que ele conseguiu isso? A resposta está resumida neste salmo: “Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade.”  Salmos 145:18.

A história de Davi tocando perante Saul e a circunstância que o levou a isso, vista com a lente da Ciência Cristã, ajudaram-me na luta por abrir caminho no mundo do espetáculo nos Estados Unidos.

Ocorreu-me que esse ator, Davi, não tinha agente. Eu também não. Ele vivia afastado do centro de atividade artística. Também eu não tinha ligação alguma com esse campo de atividade. Eu já tinha um emprego numa profissão diferente. Davi também, pois era pastor dos rebanhos de seu pai. Mas apesar disso respondeu de imediato ao apelo da corte real para que fosse atuar perante o rei sofredor. Parece que Davi estava preparado mentalmente.

Ora, essa foi a primeira lição que aprendi da história de Davi: era preciso estar preparada.

Perguntei-me: “Quem é que arranjou a Davi seu primeiro emprego?” Um servo do rei atuou como “agente”. Eis outra lição: nunca limitar a onipotência de Deus.

Mas como é que o agente recomendou ao rei esse ator desconhecido? Eis o que disse o servo de Davi, descrevendo-o como homem e como intérprete: “Conheço um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar, e é forte e valente, homem de guerra, sisudo em palavras, e de boa aparência; e o Senhor é com ele.”  1 Samuel 16:18. O rei escutou, foi atraído pelas qualidades descritas e mandou chamar Davi.

Passaram-se milhares de anos, mas essas qualidades ainda são inerentes ao sucesso. Após ter-me debruçado sobre cada uma delas com atenção, concluí o seguinte: uma aspirante a atriz (ou a ator) pode treinar-se em representação. Pode treinar a voz, a dialética, o corpo; pode cultivar a memória, o espírito de auto-observação e a auto-disciplina; pode aprender idiomas, tocar instrumentos musicais, embeber-se de arte. Mas pode aprender mais e melhor, somente e tão somente se crescer em espiritualidade, se reconhecer Deus como a fonte de toda a inteligência e de todo o bem.

(A Sra. Eddy diz a propósito: “Todos os indivíduos de sucesso alcançaram-no através de muito trabalho; empregando melhor os momentos, antes que se tornem horas, horas que outras pessoas talvez ocupem em prazeres próprios.” Miscellaneous Writings, p. 230.)

À primeira vista a necessidade de um intérprete ser "forte e valente”, assim como Davi, pode parecer surpreendente. Recordei-me então de todas as ocasiões em que o medo espreita: no palco, frente à câmara de filmar, aguardando a resposta de um agente, durante audições, diante de portas cerradas. E quase gritei: “Sim, sim, o animador tem que ser corajoso,” porque o medo tenta embargar a voz, bloquear a memória, paralisar o movimento, sufocar a individualidade.

(Quase de imediato esta passagem bíblica iluminou meu estudo e me foi de inestimável auxílio: “Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.”  Josué 1:9.)

Mas quando cheguei à descrição de Davi como “homem de guerra” senti-me confusa, até que procurei a palavra guerra (em inglês) no dicionário Webster e vi que a definição é em parte “competição”, e “competição” é definida como “esforço sério por superioridade, vitória”. Tanto dentro como fora do mundo do espetáculo, cada um de nós está em competições de várias espécies, incluindo quando competimos com nosso próprio eu. Alcançamos vitórias e sofremos derrotas. Mas tal como naquela altura, ainda hoje encontro coragem nestas palavras da Sra. Eddy: “Sê corajoso; a batalha com o próprio eu é grande; dá a cada um muito que fazer, mas o Princípio divino trabalha contigo — e a obediência coroa o esforço persistente com uma vitória sempiterna.” Mis., p. 118.

Davi era “sisudo de palavras”. Raciocinei que o entregar-se à preguiça, às atitudes temperamentais, à falta de confiança e ao desrespeito, conduz a padrões de desempenho inferiores. Compreendi que o remédio para a imprudência é obediência à ordem: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”  Mateus 19:19.

O servo também indicou que Davi era de “boa aparência”. Davi era jovem bem aparentado e decente. Acaso alguma vez tinha eu visto um rosto feliz que fosse feio? Não! Ou uma mulher atraente que parecia feia quando ficava de mau humor? Claro que sim! Comecei a vigiar meus pensamentos, porque se me tornara evidente que a beleza provém do pensamento. Eu podia distinguir entre os pensamentos belos e os feios. Por isso cabia-me escolher entre ser bontia ou feia. A Sra. Eddy diz: “A receita para a beleza é ter menos ilusão e mais Alma, afastar-se da crença de que haja dor ou prazer no corpo e refugiar-se na calma imutável e na gloriosa liberdade da harmonia espiritual.” Ciência e Saúde, pp. 247-248.

“E o Senhor é com ele.” Descobri que o Senhor está com você, comigo, com todos nós, sempre, em toda parte, até mesmo no palco, no estúdio ou nos locais de filmagem.

Quando nos tornamos mais conscientes do espírito da Verdade e do Amor, todos podemos interpretar nossa missão de fiéis seguidores de Deus, atuando sob a direção dAquele que é o autor e produtor do céu, da terra e do homem.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / fevereiro de 1989

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.