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Sempre livre

Da edição de fevereiro de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


Sempre me intrigou no Novo Testamento o relato apresentado sobre a captura de Pedro, por ordem do Rei Herodes, que o mandara acorrentar e prender no cárcere. Ver Atos 12:1–11. Essa história ilustra a demonstração prática da liberdade espiritual do homem como filho de Deus. A Bíblia registra: “Eis, porém, que sobreveio um anjo do Senhor, e uma luz iluminou a prisão; e, tocando ele o lado de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. Então as cadeias caíram-lhe das mãos.” E a história continua: “Depois de terem passado a primeira e a segunda sentinela, chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade, o qual se lhes abriu automaticamente; e, saindo, enveredaram por uma rua, e logo adiante o anjo se apartou dele.”

Eram formidáveis os grilhões materiais. Pedro estava não só na prisão, como também acorrentado entre dois soldados. Quão enredado pode alguém ficar? No entanto, Pedro conseguiu conquistar a liberdade. Por que lhe foi possível essa façanha? Porque os captores não haviam clausurado a consciência de Pedro, não lhe haviam aprisionado o pensamento. A única liberdade que Pedro precisava, era a liberdade para orar e para afirmar verdades espirituais. Tal como Cristo Jesus explica: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”  João 8:31, 32.

O homem é sempre livre para conhecer a verdade. Deus, a Mente divina, que concebeu o homem à Sua própria imagem e semelhança, acolhe em Si mesmo o homem para sempre, o homem como Sua expressão, Sua semelhança. Jesus descreveu essa unidade nestas palavras: “Eu e o Pai somos um.”  João 10:30.

A compreensão espiritual do homem e do universo, compreensão que reside na consciência divina, é a única inteligência que o homem pode, em verdade, conhecer, pois lhe pertence para todo o sempre. Não existe nada que possa dirimir essa compreensão oriunda da Mente divina, nada que possa escravizá-la. Sempre temos liberdade para recorrer a Deus, a Verdade, toda vez que necessitamos superar limitações ou corrigir a falsa impressão de que nossa vida pode ser restringida por circunstâncias físicas. E como nada é capaz de deter nossa liberdade de conhecer a verdade, nada pode impedir a libertação que acompanha essa atividade espiritual. Então, será que alguma vez ficamos enredados?

No livro-texto da Ciência Crista
Christian Science (kris´tiann sai´ennss), Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, escreve sobre o poder da Verdade divina que liberta de todo tipo de aparência, circunstância ou crença escravizadora. Afirma ela: “A Verdade traz os elementos da liberdade. No seu estandarte está o lema inspirado pela Alma: ‘A escravidão está abolida.’ O poder de Deus traz libertação ao cativo.” Ciência e Saúde, p. 224.

Bem, se o que se faz necessário para nos livramos das armadilhas materiais e de situações aprisionadoras, é compreender essas verdades, então por que o resto de nós não está desde já desfrutando desse tipo de liberdade que Pedro conseguiu encontrar? Talvez seja este o nosso erro: ao invés de ver nossa verdadeira identidade como a imagem de Deus, o Espírito, aceitamos a crença de que o homem é um ser mortal que possui uma mente material separada, da qual obtém todos os pensamentos. Por definição essa mente material tem de ser limitada e a crença nessa assim chamada mente restringe-nos em todos os sentidos. Faz que nos vejamos como a progênie de dois indivíduos materiais, ambos limitados em sua própria maneira de ser, seja em saúde, recursos financeiros, ou em inteligência! Acredita-se que as limitações materiais passem de uma geração a outra, deixando a raça humana sem elo de ligação com Deus, o verdadeiro Pai e Mãe de todos nós. Aí a separação parece completa: cada indivíduo com a pretensão de existir sozinho, com sua própria mente material.

Se vemos nossa mente ou consciência de forma tão limitada, não é de surpreender não esperar encontrá-la na compreensão espiritual por nós desejada. No entanto, apesar desses conceitos mortais errôneos, nossa verdadeira consciência está sempre presente porque é espiritual, e não um fenômeno material. As crenças errôneas sobre a substância e a inteligência do homem não afetam a consciência espiritual, tal como a crença errônea a respeito do número dois não o transforma no número quatro. A liberdade do homem como filho de Deus é uma verdade ativa e presente, quer pareçamos conhecê-la na hora, quer não.

Isso significa que nunca podemos cair em ciladas ou ser aprisionados, sejam quais forem as circunstâncias errôneas. Seja qual for a aparente circunstância material, esta provê-nos de oportunidades para comprovar que somos, em realidade, descendentes espirituais de Deus. Tendo liberdade de pensamento, podemos compreender o que significa ser filho de Deus, isto é, desfrutar da segurança desse relacionamento, estar livre de toda e qualquer tirania que o mundo procura impor sobre nós. Podemos saber a verdade espiritual necessária a fim de manifestar nosso verdadeiro domínio. Podemos compreender que nossa identidade real é herdeira de Deus e só de Deus. A Sra. Eddy di-lo da seguinte forma: “Pensai nessa herança! O céu bem aqui, onde os anjos são como homens, vestidos com maior leveza, e os homens como anjos que, afligidos nalgum momento, libertam-se de repente, e o bem que desejam fazer, eles o fazem, e o mal que não desejam fazer, não fazem.” Miscellaneous Writings, p. 251.

Há pouco tempo dei-me ao trabalho de contar quantas vezes em minha vida eu pensava ter caído numa armadilha decorrente de circunstâncias discordantes. A compreensão de que eu nunca tinha caído numa armadilha, porque em realidade eu sempre estivera de posse do poder e liberdade de conhecer a verdade, trouxe-me tanto alívio, que uma situação discordante, sobre a qual não orara de maneira específica, se desvaneceu de imediato e sem esforço. Foi desse modo que compreendi que as armadilhas e cárceres errôneos, passados ou presentes, nunca foram verdadeiros para o homem.

A liberdade pertence ao homem, mas a liberdade não reside na aparência material das coisas. A liberdade vive em nossa capacidade de conhecer verdades espirituais, exatamente no momento e lugar em que nos sentimos mais enredados. Essa liberdade de conhecer nossa identidade real não pode ser aprisionada por correntes ou derrotas. Toda verdade que conhecemos é um anjo. Cada uma delas ajuda a abrir os portões.


Ó sonhador, desperta do teu sonho;
Ó tu, cativo, te ergue, livre e são.
O Cristo rasga o denso véu do erro,
E vem abrir as portas da prisão.. . .
A ti, cativo, vem o Salvador.

Do poema de
Hinário da Ciência Cristã, No. 412

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