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A maneira certa de assumir compromissos

Da edição de maio de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


O que é que faz as pessoas permanecerem casadas, continuarem num emprego, aderirem aos estudos, assumirem a obrigação de educar os filhos do melhor modo possível? É o amor. O que consideramos “amor verdadeiro”, parece às vezes um fogo irresistível a soldar nossa vida à de outrem em toda sorte de combinações novas e desejáveis, que, segundo cremos, durarão para sempre.

Por que será, então, que às vezes, depois de passada a novidade do relacionamento, as pessoas perdem o interesse, desejam fazer outro trabalho ou interrompem estudos que uma vez as fascinaram tanto? ou pensam em separar-se do marido, ou da mulher, a quem juraram fidelidade e dedicaram de início tanto tempo, energia e afeição?

A chave para restaurar o amor e a dedicação genuína se encontra na compreensão mais profunda do poder de Deus, o Amor divino, na disponibilidade constante desse poder e em nossa função de expressá-lo.

Em certa época, pensei haver encontrado a mulher dos meus sonhos. Mas após um namoro de verão, tive dúvidas quanto a tornar permanente nosso relacionamento, mediante o matrimônio. Acreditava-me numa armadilha e queria sair!

No outono, minha amiga voltou para casa na África do Sul, para aprimorar sua carreira no magistério e eu fui prestar serviço militar. (Fui convocado no auge da guerra do Vientnã.) “Ótimo,” pensei. “Agora que nos separam quase vinte mil quilômetros de oceano e que estou ocupado, adaptando-me ao exército, não preciso resolver essa questão nem preciso assumir um compromisso sério.” Todavia, minha amiga e eu logo começamos a trocar cartas e eu me achei de novo envolto em conjeturas que zuniam, em luta com as dúvidas e a indecisão.

Como eu ansiava saber de fato que eu era filho do Deus descrito por Jó: “Se ele resolveu alguma cousa, quem o pode dissuadir? O que ele deseja, isso fará. Pois ele cumprirá o que está ordenado a meu respeito.”  Jó 23:13, 14.

Eu tinha sido criado na Ciência Cristã e entendia alguma coisa de seus ensinamentos a respeito de Deus e do homem. Sabia que a descrição do homem feita pela Sra. Eddy no livro-texto da Ciência Cristã inclui a declaração de que o homem é a imagem do Amor Ver Ciência e Saúde 475:13—14., do Próprio Deus, o Amor divino, eterno, imutável. Ainda assim, ali estava eu, todo atrapalhado e indeciso. Não queria prender-me ao compromisso que assumira, mas não me animava a romper completamente e tomar outro rumo.

Recordando-o agora, percebo que eu lutava com o ponto de vista generalizado de que o casamento é uma decisão estritamente pessoal, cujo propósito fundamental, é nos beneficiar. Em inúmeros casos essa é a base para decidir se permanecer casado, assim como se resolve continuar num emprego, morar em determinado lugar, prosseguir nos estudos. Queremos saber: “Será que esta situação atende às minhas necessidades tal como as visualizo?” Se não atende, supomos que o melhor a fazer será simplesmente acabar com o casamento, largar o emprego, mudar de residência ou o curso dos estudos e tomar o nosso “próprio” rumo.

Os rigores do treinamento militar obrigaram-me a procurar a Deus de todo o coração. Comecei, assim, a realmente encontrar e a apreciar meu relacionamento inquebrantável com Deus, como Seu filho espiritual, o reflexo de Seu ser, sob Seu cuidado constante. Ao estudar as lições bíblicas semanais do Livrete Trimestral da Ciência Cristã e ao aplicar o estudo aos meus afazeres diários, cheguei à conclusão de que não me era possível romper e tomar o meu “próprio” rumo.

Continuando a orar, a estudar e a praticar a Ciência Cristã durante muitos meses ainda, compreendi em certa medida o que significa afirmarmos que só um único Deus. “Deus é amor.”  1 João 4:8. Essa é uma das maneiras em que o Novo Testamento O descreve, isto é, como fato espiritual comprovado na vida de Cristo Jesus e nas curas que ele efetuou. Sabendo isso, o único amor que eu sentia de fato, não era pessoal nem criado por mim. Era o amor de Deus, o qual é vibrante, constante, terno, que nos dirige em toda e qualquer situação.

Entendi que as aparências superficiais, preferências físicas, sociais, ou financeiras, têm pouco a ver com o êxito de uma vida em comum. Quando a união e o convívio dão certo, é porque procuramos as soluções por meio da comunhão com Deus, o Amor e porque, até certo ponto, transferimos esse genuíno amor para a vida diária.

O que nos impede de sentir e refletir esse amor outorgado por Deus, é o egotismo, baseado em sentimentos, desejos e objetivos pessoais.

Naqueles meus dias passados no exército, foi-me necessário muito esforço para manter em mente o homem criado por Deus. Mas agora vejo que, graças a esse trabalho espiritual, tomavam vida na minha experiência estas palavras da Sra. Eddy no livro Ciência e Saúde: “Em paciente obediência a um Deus paciente, trabalhemos por dissolver, com o solvente universal do Amor, a dureza adamantina do erro — a obstinação, a justificação própria e o egotismo — que faz guerra contra a espiritualidade e é a lei do pecado e da morte.” Ciência e Saúde, p. 242.

Eu me esforçava para eliminar de minhas decisões diárias “a obstinação, a justificação própria e o egotismo” e, pouco a pouco, o amor de Deus e Sua orientação vieram a predominar em mim. Passado certo tempo, ficou-me claro que minha amiga e eu deveríamos nos casar. Ela também, pela oração, chegou a conclusão igual. Finalmente nos casamos. Isso aconteceu há mais de dezoito anos e continuamos num matrimônio feliz.

Entender, com clareza cada vez maior, que Deus é Amor e que o homem reflete o amor de Deus, é fundamental para o casamento ou para qualquer outro compromisso duradouro. Minha mulher e eu muito nos valemos da inspiração que, tirando-nos do egotismo, inúmeras vezes nos veio dessa maneira correta de encarar os compromissos, fosse ao iniciar nossa vida em comum, na transferência de um continente a outro, na mudança de profissão, na compra de nossa casa, ou ao criar três filhos.

Às vezes ficamos tentados, de forma gritante e agressiva, a não nos prender aos inúmeros compromissos sérios que é preciso assumir e manter. Mas ter consciência da presença e do amor de Deus, que nos apóia, é sempre capaz de revitalizar nosso amor, de promover e sustentar a alegria do convívio, tal como o caracterizam estas palavras bíblicas: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!”  Salmos 133:1.

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