Nesta era de grandes avanços tecnológicos, é difícil imaginar que houve época em que os marinheiros tinham de guiar-se pelas estrelas, porque a bússola ainda não havia sido inventada. Que vastos horizontes não foram abertos por essa invenção! Não importa o tempo, com luz ou trevas, tempestade ou bonança, os marinheiros intrépidos não perdem o rumo, graças à bússola.
Às vezes, mesmo vidas ordinárias parecem bastante inseguras. Passamos por tormentas e achamos que perdemos o rumo e não conseguimos dirigir nossa vida. Precisamos de uma constante, algo com que possamos contar.
Isso não é novo. As pessoas sempre procuraram algo que lhes desse noção certa de direção. Às vezes, deixam-se levar por líderes carismáticos. Outras vezes, a moda e a cultura exercem fascínio sobre as pessoas. Na Bíblia, porém, lemos a história dum povo que abandonou modos limitados de pensar e procurou direção em Deus. O povo de Israel encontrou e, gradualmente, aceitou Deus como seu grande Legislador e guia. Elaborou um código de conduta, a lei mosaica, que requeria obediência a Deus e respeito básico pelos direitos dos outros. Ver Êxodo 20:1–17.
Os pais ensinavam aos filhos os preceitos que deveriam guiar sua vida. No livro de Provérbios, por exemplo, lemos a exortação dum instrutor a seus alunos para que obedecessem à instrução recebida no lar. A cada um aplicava-se a regra: "Filho meu, guarda o mandamento de teu pai, e não deixes a instrução de tua mãe." Ver Prov. 6:20–23. Os pais achavam que se o jovem mantivesse a lei em seu coração, esta estaria com ele e o guiaria, mantendo-o a salvo, enquanto dormisse e, de fato, falando com ele, quando acordado. "Porque o mandamento é lâmpada e a instrução luz, e as repreensões da disciplina são o caminho da vida."
Na verdade, esse conselho é válido hoje em dia. A obediência à lei divina não está fora de moda. É totalmente prática. Todos necessitamos de um padrão correto sobre o qual basear nossa vida. A questão é: onde encontrá-lo, ainda mais numa época em que a estrutura familiar está fragmentada e os valores tradicionais são encarados com estranheza?
Muitas pessoas encontraram, graças aos ensinamentos da Ciência Cristã, novo apreço pela Bíblia, uma convicção nova de algo sólido e constante para guiá-las em tempos tumultuosos.
Mary Baker Eddy, que fundou a Ciência Cristã, era cristã devotada e pensadora espiritual revolucionária. Ela também compreendia que Deus é o Legislador supremo, mas foi ainda mais adiante nesse sentido. Em Ciência e Saúde, pergunta: "Existe, porventura, mais de um Deus ou Princípio?" E responde: "Não. Um só é o Princípio e sua idéia, e esse um é Deus, Ser onipotente, onisciente e onipresente, e Seu reflexo é o homem e o universo." Ciência e Saúde, pp. 465–466.
Essa afirmação da unidade entre o Princípio e sua idéia, tornou-se âncora para uma jovem que conheço, quando ficou se debatendo em tormentas emocionais. Parecia que, por um bom tempo, tinha perdido o rumo espiritual e estava flutuando num mar inconsistente, sem muito propósito ou direção. Os valores que recebera na infância eram desafiados por um relacionamento com um rapaz que não tinha os mesmos ideais. Após meses de indecisão e angústia, finalmente conseguiu restabelecer a direção moral e espiritual à sua vida.
Começou a sentir de novo, como outrora, que era sensato tentar obter maior compreensão de Deus. Como Cientista Cristã que era, orou e estudou a Bíblia e Ciência e Saúde da Sra. Eddy. Aos poucos, recuperou o equilíbrio. Uma das coisas que achou deveras importante foi a natureza invariável do Princípio divino, explicada pela Ciência Cristã. Compreendeu que esse Princípio tinha de governar o universo e o homem e que é a fonte da lei espiritual infalível. Deu-se conta, também, de que fazia parte de sua natureza, como criatura de Deus, agir de acordo com o Princípio.
Essa compreensão mais ampla do Princípio divino como centro de toda a criação, deu à vida da jovem nova força e estrutura, na medida em que se empenhava em alinhar seu pensamento e ações ao controle do Princípio. Encontrou segurança em saber que, como idéia espiritual, pertencia a Deus. Logo uma carreira nova e excitante surgiu, dando-lhe muitas oportunidades de prestar serviço a outros.
A demonstração poderosa da lei de Deus por parte de Cristo Jesus, ao curar e ensinar na Galiléia, provinha de compreender sua filiação com Deus. Ele disse: "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também." João 5:17. Sabia que não podia fazer nada de si mesmo. Voltava-se de coração a Deus, para que lhe mostrasse como realizar Sua obra. O Cristo, o homem ideal, era a identidade pura e espiritual de Jesus. Sabia, sem sombra de dúvida, que era a expressão de Deus.
Ao permitirmos que Deus, que é Princípio e Amor divino, seja o centro de nossa vida, passo a passo vencemos o egocentrismo e temos acesso a todo o bem que Deus dá. A obediência à lei de Deus traz alegria e realização inimagináveis.
Ciência e Saúde explica: "Há uma só atração real, a do Espírito. O apontar da agulha magnética para o pólo simboliza esse poder que abrange tudo, ou seja, a atração de Deus, a Mente divina." Ciência e Saúde, p. 102. A Ciência do cristianismo vem a esta época para mostrar à humanidade o caminho, indicar o rumo que leva das trevas da materialidade para a luz da realidade espiritual.
 
    
