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O desejado porto

Da edição de janeiro de 1990 dO Arauto da Ciência Cristã


É reanimador saber que não importa quão turbulenta ou tempestuosa nossa vida pareça ser: o farol da Verdade divina aqui está para guiar-nos, em segurança, ao porto de Deus, onde há refúgio e abrigo.

O salmista estava a par dos sobressaltos da vida humana, mas também conhecia a paz e a tranqüilidade que alcançamos quando os sobrepujamos. Diz-nos como Deus responde quando se Lhe pede ajuda: "Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas tribulações. Fez cessar a tormenta, e as ondas se acalmaram. Então se alegraram com a bonança; e assim os levou ao desejado porto." Salmos 107:28-30.

Alguns anos atrás, eu sentia grande necessidade de amor e companheirismo. Meu casamento terminara em divórcio. Sentia-me solitária e cansada em minha luta para criar dois filhos sozinha. Naquele tempo, eu fizera amizade com um homem que me demonstrava muito amor e bondade. Aliás, comecei a achar que seria ele a pessoa com quem eu desfrutaria de felicidade duradoura. Quando esse relacionamento não evoluiu, caí numa voragem de comiseração própria e depressão.

Lembrei-me então das muitas vezes no passado quando, ao orar, recordava certa passagem de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria da Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science (kris'tiann sai'ennss), Mary Baker Eddy: "Espera tu pacientemente que o Amor divino paire sobre as águas da mente mortal e forme o conceito perfeito. É preciso que a paciência realize 'sua obra perfeita'." Ciência e Saúde, p. 454.

Dessa vez, na minha extrema aflição, eu estava disposta a parar e ponderar o porquê desse trecho voltar à minha lembrança tão freqüentemente. Estaria eu disposta a renunciar a uma noção errônea de amor e a escutar humildemente o que Deus, o Amor divino, estava dizendo?

Compreendi que a espera paciente inclui a preparação, que é preciso exercitar o pensamento para receber o que aguarda! Para mim, isso queria dizer, antes de tudo, eliminar carradas de força de vontade. Comecei a orar assim: "'Faça-se a Tua vontade.' Pai, mostra-me o caminho melhor." Deixando de dar atenção à amargura e ao desapontamento, volvi-me a Deus de todo o coração e procurei minha união com Ele. Essa nova maneira de procurar, mais profunda, aliviou-me muito, à medida que o planejamento pessoal era substituído pela obediência humilde à vontade de Deus.

Eu queria acima de tudo estar mais perto de Deus e na Sua companhia. Assim, senti-me livre de apego ao meu amigo, na certeza de que o plano divino para cada um de nós já estava em ação, plano esse em que eu podia confiar.

Durante essa experiência, quando acordava todas as manhãs, eu reconhecia que a bondade de Deus estava se desdobrando na minha vida. No decorrer do dia, esforçava-me para demonstrar a outras pessoas aquelas qualidades que eu desejava se evidenciassem na minha vida; consideração, lealdade, desprendimento, alegria, honestidade. No final do dia, eu orava em silêncio para entender melhor meu relacionamento com Deus. Aos poucos, a agitação e a confusão interiores foram substituídas por profunda calma e bem-estar. Sentia-me intimamente chegada ao Pai, enlaçada em Seus braços, amparada pelo Seu amor. Eu descobrira que a verdadeira felicidade é espiritual e que a encontramos ao crescer espiritualmente.

Dentro em pouco, tive oferta de um emprego a mais de trezentos quilômetros de distância. Mudei-me podendo então comprar uma casa perto de alguns parentes. Muitos outros problemas, inclusive dificuldades financeiras, também ficaram solucionados naquela época. Em dois anos, eu havia conhecido e me casado com uma pessoa com quem compartilho grande amor e felicidade.

Hoje em dia, muitas pessoas estão sendo involuntariamente jogadas de um lado para outro no oceano dos acontecimentos, talvez afogando-se em tristezas ou lutando para juntar os fragmentos de um lar desfeito. Outras, sentem-se engolfadas pela solidão, confusão, vacuidade, ansiando desesperadamente por achar amor e segurança, por encontrar o seu lugar, um porto de paz.

Cristo Jesus mostrou, com seu exemplo, o rumo que a humanidade deve tomar para livrar-se do pecado e do sofrimento. Ao deixarmos de encarar a existência como material e compreendermos que ela é espiritual, procuramos e encontramos maior felicidade. Numa parábola em que descreve o juízo final, Jesus disse, acerca dos que amam a Deus e servem aos outros: "Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo." Mateus 25:34. Com isso, não estaria Jesus nos animando a entender nossa relação com Deus, a reconhecer o Seu grande amor e Seu cuidado total pelo homem, a compreender melhor o lar e o céu onde o amor, a segurança, a felicidade e a harmonia tão caramente almejados já estão presentes?

Esse reino espiritual não é um lugar distante. Está presente aqui mesmo, no pensamento de cada indivíduo. É uma âncora profundamente firmada, de esperança e iluminação. Pode-se considerar a Ciência Cristã como o trampolim que nos impulsiona para esse desejado porto, o reino do Espírito. E vislumbramos, quem sabe pela primeira vez, o universo espiritual, governado por Deus, nosso Pai-Mãe Amor.

Muitas pessoas voltam-se a Deus somente quando, depois de violentas lutas, reconhecem que é Ele quem acalma as tempestades e guia às águas de descanso. Todos, porém, podem procurar refúgio no porto do Amor. Estas palavras de nossa Líder, a Sra. Eddy, são tão significativas hoje, como quando as escreveu para Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Denver, no estado de Colorado: "Assim edificados sobre a rocha do Cristo, quando a tormenta e a tempestade batem contra esse alicerce seguro, vós, que estais bem resguardados na firme torre da esperança, da fé e do Amor, sois as avezinhas de Deus; e Ele vos ocultará debaixo de Suas plumas até que a tormenta tenha passado. Em Seu porto da Alma não entra nenhum elemento terrenal para expulsar os anjos, para emudecer a intuição correta que vos conduz a salvo para o lar." Miscellaneous Writings, p. 152.

O Amor divino exige que reconheçamos, mais cedo ou mais tarde, que a única união duradoura e satisfatória é a união entre Deus e o homem, pois este é a própria expressão de Seu ser. Saber que Deus é nosso Pai-Mãe sempre presente, cujo amoroso cuidado inclui a todos e para quem nos podemos volver para achar consolo e orientação, liberta-nos dos sentimentos de tristeza e comiseração própria. Alegra-nos saber que, ao compreender melhor o Amor divino, desejamos naturalmente expressar mais amor desprendido e maior interesse por todos, onde quer que estejamos, quem quer que eles sejam. Esse interesse nos livra da mentalidade egocêntrica. Recolhemos provas evidentes de que o cuidado de Deus atende às necessidades de nossa situação atual. Conscientizamo-nos de ter sido de fato guiados "em segurança ao lar".

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