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Quando temos de cuidar de nossos pais

Escrito especialmente para esta seção

Da edição de agosto de 1991 dO Arauto da Ciência Cristã


Ternamente, Uma Filha acaricia o rosto de sua mãe, que está hospitalizada, e diz: "Vou ficar aqui com você." E ali permanece, horas a fio, conversando com ela, como vem fazendo há vários dias.

Um homem escuta, várias horas, o que o sogro conta sobre seu passado, histórias que, com o passar dos anos, tornaram-se melhores e mais engraçadas.

Uma filha mostra a seu pai viúvo como cuidar de sua própria roupa.

Cada uma dessas pessoas está atendendo seus idosos pais nos cuidados de que necessitam.

Muitas vezes, nossos pais requerem cuidados para os quais nos sentimos despreparados. São atenções muito diferentes — física e emocionalmente, daquelas relacionadas com cuidar de crianças ou de pessoas que não são da família. Talvez fiquemos impacientes com aquelas inúmeras histórias do passado. É doloroso ver a própria mãe incapacitada. Pais idosos talvez resistam, tenazmente, à nossa ajuda — não querendo perder a independência. Podem surgir irritação, sensação de sobrecarga, de culpa, de medo. No entanto, temos obrigações legítimas e nosso amor leva-nos a ajudar os queridos pais que, por tanto tempo, cuidaram de nossa segurança. Muitas vezes não sabemos exatamente o que fazer e como fazê-lo.

Uma coisa é certa — podemos orar. Podemos pedir a Deus, o Amor divino, que nos dê força, sabedoria e amor para fazer o que for necessário, da forma mais terna e mais apta a produzir a cura.

O ponto inicial da oração é reconhecer nossa própria identidade espiritual. Realmente não somos mortais, separados de Deus, tentando negociar detalhes da experiência mortal. Em vez disso, cada um de nós é o descendente de Deus — totalmente espiritual — e Ele nos impele a dar testemunho de Sua natureza, que tudo sabe e tudo ama. O homem criado por Deus é completo, perfeitamente ativo, corretamente relacionado com tudo o que faz parte da criação de Deus. Esses fatos divinos envolvem a experiência humana, dando força para realizar, inteligência para decidir, amor para perceber as soluções e trazer compaixão a cada relacionamento. Reconhecer os fatos divinos do ser e ouvir humildemente a orientação dada por Deus nos ajuda a proporcionar o melhor cuidado a nossos pais.

É importante sabermos com clareza quais são os fatos espirituais referentes a nossos pais. Desse modo, os desafios são vistos em perspectiva. A Ciência Cristã ensina que tudo aquilo que os sentidos materiais dizem, não é a verdade. As coisas não são o que parecem ser materialmente. Sendo a realidade espiritual, a revelação que Deus faz de Si mesmo, tudo em Sua criação é perfeitamente governado e cuidado por Ele. A partir dessa perspectiva espiritual, as evidências de incapacidade física ou mental podem ser negadas; não podem ser a verdade acerca de Deus e de Sua semelhança, o homem. Assim o declara Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy: "O testemunho dos sentidos físicos muitas vezes inverte a verdadeira Ciência do ser, e cria assim um reino de discórdia — conferindo imaginário poder ao pecado, à doença e à morte; mas as grandes realidades da Vida, corretamente compreendidas, derrotam essa tríade de erros, contradizem-lhe as falsas testemunhas e revelam o reino dos céus — o verdadeiro reinado da harmonia na terra."

Não podemos dar tratamento específico pela Ciência Cristã a nossos pais, a não ser que o peçam, mas a oração pode nos deixar seguros quanto ao lugar deles no reino de Deus, e, através de tal oração, podemos nos sentir tranqüilos. Isso os abençoará. A Sra. Eddy escreve em Miscellaneous Writings: "Quando o pensamento habita em Deus — e, não deveria, em nossa sã consciência, habitar em nenhum outro lugar — inevitavelmente beneficiamos aqueles que ocupam lugar em nossa memória, sejam amigos ou inimigos, e cada um participa do benefício de tal irradiação."

Comprovei esse fato, embora de forma modesta. Depois de ficar algum tempo com meu pai, logo que enviuvou, tive de voltar para minha própria casa. Papai estava só, na casa de nossa família, ainda enfraquecido devido a um acidente de automóvel. Claro que eu telefonava a ele regularmente e ele me contava suas atividades do dia. Algumas vezes, esses relatos eram preocupantes. Contava-me que havia ido caminhar em um local de muito vento e de ter-se agarrado a uma árvore para se manter firme — ou que havia subido no telhado da varanda para consertá-lo! Eu estava a centenas de quilómetros de distância e ele não estava disposto a tomar as precauções que eu lhe sugeria. Embora grata por sua energia e capacidade, tive de superar muito medo por sua segurança. Também preocupava-me porque ele estava só, pela primeira vez sem minha mãe. Encontrei paz somente pela oração.

Era natural para mim voltar-me para os ensinamentos da Bíblia quando necessitava de cura e conforto. Lembrei que Cristo Jesus chamava Deus de "Pai". A vida de Jesus demonstrou uma relação muito íntima e prática com seu Pai. Confiava nEle para suprir suas necessidades, para proporcionar a cura e a restauração do corpo. Com efeito, não há nenhum registro bíblico que indique fracasso ou falha no cuidado que Deus lhe dispensava. Jesus ensinou que todos temos o mesmo Pai, que atende nossas necessidades. Aconselhou-nos a orar ao Pai. Afirmou o amor de Deus por todos e ensinou que a paternidade de Deus se manifestaria na experiência diária.

A Sra. Eddy reconhecia a Deus como Pai e também como Mãe. Falando a membros de sua última classe, uma aluna lembra que ela disse: "No humano, é bom para nós pensar em Deus como nosso Pai e Mãe, presente conosco a todo momento, dando-nos tudo, vestindo-nos, alimentando-nos, dando-nos todas as coisas boas e belas, cuidando de nossos corpos humanos. Mas na metafísica, o homem é a imagem de Deus. O homem nunca foi uma criança que deveria crescer. Na metafísica, o homem reflete tudo o que Deus é."  Citado em We Knew Mary Baker Eddy (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1979).

Quando comecei a reconhecer o que significa o fato de Deus ser Pai e Mãe de todos, senti, com mais certeza, que meu pai, sabendo ou não, estava sendo cuidado por seu Pai-Mãe. Eu sabia que podia confiar nesse cuidado. É natural pensar no amor paternal e maternal de Deus quando pensamos no Seu cuidado para com as crianças pequenas. Mas quando percebi o homem como Sua semelhança e compreendi, portanto, que o parentesco com Deus é ininterrupto, eterno e envolve a tudo, senti-me reanimada e tranqüila. Meu pai estava sempre sob a influência de seu Pai-Mãe, Deus. Pela oração e por meu próprio crescimento espiritual, encontrei o melhor modo de dar-lhe apoio. Papai readquiriu as forças. Mais tarde, casou-se de novo e fiquei imensamente grata por ele ter sido tão abençoado.

Estou certa de que essas verdades são aplicáveis mesmo a situações muito mais desafiadoras do que a minha.

Qualquer que seja a necessidade, nosso Pai-Mãe, Deus, nos mostrará como tomar as atitudes pelas quais todos são abençoados.

Honra a teu pai e a tua mãe,
para que se prolonguem os teus dias na terra
que o Senhor teu Deus te dá.

Êxodo 20: 12

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