Certa Vez Um amigo me disse, a respeito de uma decisão que eu precisava tomar: "se é mesmo importante, você o fará." Mais tarde ponderei sua tirada, de um ponto de vista espiritual. Parecia-me que confiar em Deus é "mesmo importante", quando estamos dispostos a escutá-Lo, a ir até Ele regularmente em oração, a lutar para compreendê-Lo, a convencer-nos de que é de Deus a única sabedoria existente.
Às vezes pensamos não ser possível esperar que Deus nos ajude nas pequeninas coisas so dia-a-dia. Já ouvi algumas pessoas, que aparentemente pensam que Deus é mortal (embora poderoso), dizerem que Deus está tão ocupado, a tratar dos problemas do mundo, que nem se incomoda nem toma consciência das necessidades diárias de cada um de nós. Mas Deus nos ajuda! Ele fez o homem à Sua imagem e semelhança, inteiramente espiritual, e considerou toda a Sua criação como sendo boa. Ele significa mais para nós do que os mais solícitos pais humanos, porque é nosso divino Pai-Mãe, sempre conosco. Logo, se não podemos confiar em Deus nas pequenas coisas, como vamos aprender a confiar em Deus nas grandes coisas?
Praticamos a arte de confiar ao pormos em prática tudo o que quisermos fazer bem feito. Se falhamos por falta de sinceridade ou expectativa de êxito, podemos começar sempre outra vez com um coração novo, um coração que dá a Deus a oportunidade de nos falar.
Cristo Jesus disse no livro de João: "Aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu faço sempre o que lhe agrada." Essas palavras fiéis revelam nossa disposição de espírito. Estaremos dispostos a manter o pensamento que agrada a Deus?
Podemos colocar à prova nossa atitude nas coisas cotidianas. Somos tentados a dizer ou pensar, por exemplo: "É só eu ficar de olho numa vaga do estacionamento, que outra pessoa pega o lugar." Ou então: "Tenho tanto azar, que vou chegar lá na hora em que a loja estiver fechando." Ou: "Não me surpreende eu ter passado um cheque sem fundo, nunca fui capaz de fazer contas, por mais simples que fossem." Esse tipo de pensamento destrói nossa confiança fundamental em Deus. Impede a ajuda que professamos esperar de nossa origem divina e reforça nossa expectativa negativa. Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy aconselha com estas palavras: "Tua influência para o bem depende do peso que lançares no prato certo da balança. O bem que fazes e incorporas, te dá o único poder que se pode alcançar."
Recentemente tive a oportunidade de testar minha atitude com relação a esse poder. Meu carro enguiçou tantas vezes, que achei inseguro usá-lo. Embora eu tivesse deixado o carro quatro vezes numa oficina das redondezas, cada vez que eu saía, o mesmo problema se manifestava. Os consertos haviam sido bem caros e eu estava muito descontente. A atitude perplexa do mecânico não era nada animadora.
Ao voltar para casa após deixar o carro na oficina uma vez mais, reexaminei minha própria atitude sobre esse assunto. Eu tinha sido educada numa família de Cientistas Cristãos e estava acostumada a confiar sempre em Deus e obter êxito na cura de doenças e em muitos outros aspectos de minha vida. Comecei a ver que eu vinha encarando o problema do carro como algo fora do alcance da Ciência Cristã. Para ter êxito na Ciência, segundo eu aprendera, era preciso aceitar sem vacilar que Deus é bom, era preciso um pronto reconhecimento de que em todas as situações Ele governa o homem mediante uma lei de bondade invariável. Nossa tarefa consiste em ter tanta certeza dessa invariabilidade, que se não virmos de imediato a solução de um problema, não seremos pegos desprevenidos, de modo a esquecer ou ignorar a lei do bem e a recorrer a "outros deuses" tais como o cepticismo, a dúvida, ou a acreditar em boatos ou aceitar as sugestões de medo.
Enquanto caminhava, notei que não vinha fazendo a minha parte em assegurar que os consertos fossem devidamente realizados. Eu havia colocado todos os problemas mas mãos do mecânico, ao invés de deixá-los aos cuidados de Deus. Percebi que o mecânico estava fazendo o seu trabalho e eu podia apoiar seus esforços no sentido de localizar o problema, resolvendo-o em oração dentro de meu próprio pensamento. Eu precisava confiar mais plenamente em Deus e reconhecer que Sua onisciência e perfeição estavam presentes agora mesmo.
Aí estava uma oportunidade em que se podia esperar bons resultados: saber que pelo fato de o homem refletir o todo-sábio Pai, Deus, ninguém podia ficar limitado em sua capacidade de saber o que era preciso. Esse reconhecimento teve o efeito prático de levar-me a lançar o olhar para além do quadro mecânico e assim esperar êxito na correção do problema. Consegui entender que o problema de fato não se achava na matéria. Era uma mudança de consciência que se fazia necessária.
Consolado por meu desejo de lançar o peso "no prato certo da balança", de repente dei-me conta de que eu agora tinha certeza de que a situação toda estava sob o governo do Deus infalível.
Quando voltei para pegar o carro no dia seguinte, o mecânico disse, com uma piscadela de olhos: "Não sei por que nunca pensei nisso antes, mas ocorreu-me ajustar algo inteiramente diferente. Agora a senhora tem aí um carro novo!"
Ele tinha razão, o carro nunca mais enguiçou. Mas o que é melhor de tudo, é que descobri quão fácil é dedicar alguns momentos para avivar meus próprios esforços com uma boa dose de amor crístico e de confiança cristã, para tornar inevitável o êxito, por mais insignificante que pareça a tarefa.
Sobre tudo o que se deve guardar,
guarda o teu coração, porque dele procedem
as fontes da vida. Desvia de ti a falsidade da boca,
e afasta de ti a perversidade dos lábios. Os teus olhos
olhem direito e as tuas pálpebras, diretamente
diante de ti. Pondera a vereda de teus pés,
e todos os teus caminhos sejam retos.
Provérbios 4:23–26
