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Às vezes é indispensável, neste mundo tão necessitado, ver as coisas sob nova luz. "Novas Perspectivas" é uma seção apropriada para aqueles que querem dar um enfoque especial a assuntos de interesse comum.

Temos de ser perfeitos antes de filiar-nos à igreja?

Da edição de agosto de 1991 dO Arauto da Ciência Cristã


Recentemente, Lembrei-me De uma conversa ocorrida há muitos anos entre meu marido e outro homem durante uma viagem de negócios. O homem comentou que meu marido parecia ser um homem religioso, de elevada moral e perguntou-lhe a que igreja pertencia. Meu marido excusou-se dizendo que ainda tinha muitos defeitos a vencer antes de poder filiar-se a uma igreja. Respondeu-lhe o homem: "Se você esperar até ser perfeito para filiar-se a uma igreja, então você nunca se filiará".

Será que temos de ser perfeitos, antes de podermos nos dedicar à igreja? Vejam os discípulos de Cristo Jesus. Por que será que ele escolheu esses homens em particular? Segundo se depreende dos Evangelhos, eles tinham muito a vencer. Pedro era impetuoso. Tomé tinha dúvidas. Mais de uma vez o Mestre os repreendeu por sua falta de fé e de compreensão. Até discutiam entre si quem seria o maior entre eles. Mas todos tinham algo em comum: Estavam dispostos a seguir Cristo Jesus.

O que é que fez esses homens deixarem tudo — lar, família, amigos, negócios — para seguir esse homem? Eles haviam reconhecido, ainda que parcialmente, que Jesus era o Messias de quem Moisés e os profetas haviam falado. Foram receptivos ao seu chamado e se dispuseram a aprender e a praticar o que compreendiam dos ensinamentos dele.

Em seu livro The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, a Sra. Eddy refere-se a esse divino chamamento da sabedoria para seguir a Cristo: "O Cristianismo é a intimação do Amor divino ao homem para ser semelhante ao Cristo — para emular as palavras e as obras de nosso grande Mestre."

Quando solicitamos filiação a uma igreja, isso quer dizer que somos receptivos a esse chamamento e nos dispomos a praticar o que compreendemos das "palavras e das obras de nosso grande Mestre".

Talvez, por uma razão ou outra, sejamos tentados a acreditar que não estamos prontos para assumir um compromisso total com a igreja. Pode ser que seja apenas procrastinação, ou pode ser a sugestão de que temos algum traço ou hábito indesejável a vencer. No meu caso e no de meu marido, o que parecia estar impedindo o caminho era o vício de fumar, que vinha de longa data. Isso porque nossa igreja requer que os membros estejam livres do uso de drogas ou remédios, álcool e tabaco.

Admitíamos que o hábito de fumar não era nada atraente e sabíamos que era perda de tempo e dinheiro. Sabíamos poder contar com a lei de Deus para ajudar-nos a provar que não há senão um desejo real: o anelo de pensar e agir corretamente. Sabíamos que o homem nunca é nem mais do que a expressão espiritual de Deus, nem menos, não precisando de nada que a matéria pudesse oferecer, para torná-lo completo, realizado e satisfeito. Contudo, enquanto aceitávamos a pretensão de que o fumo tinha a força de viciar e exercia influência sobre nós, não conseguíamos deixar o hábito. Em verdade, estávamos aceitando a crença de estarmos sujeitos a um poder além de Deus, o bem. Precisávamos compreender que o mal nunca tivera poder sobre nós, porque verdadeiramente éramos — e sempre tínhamos sido — espirituais.

Foi muito útil a seguinte afirmação de Eclesiastes: "O que é já foi, e o que há de ser, também já foi; Deus fará renovar-se o que se passou." Para mim, isso significava que Deus está sempre conosco. E podemos orar para saber que Ele é a única influência — passada, presente ou futura — em nossa vida. Isso não significa negar a necessidade de arrependimento, se tivermos feito algo de errado. Mas nós temos de ver-nos como realmente somos, isto é, totalmente espirituais. Isso impele à cura e à reforma.

O que habilitou meu marido e eu a dominar o hábito de fumar, foi nosso desejo sincero de ficarmos livres de um vício, de um falso apetite (desses que nunca ficam satisfeitos), a fim de sermos bons e fazermos o bem. Embora esse hábito, ou falso apetite, tivesse pretensamente controlado nossa vida mais de catorze anos, percebi que, em verdade, nunca fizera parte de nossa verdadeira identidade de filhos de Deus.

A dedicação a Deus e à igreja incluiu as boas obras que se seguiram como resultado natural do desejo de unir-nos à igreja e de servi-la. Para mim, essa seqüência de eventos está magnificamente exposta na seguinte declaração da Sra. Eddy em Ciência e Saúde: "O desejo é oração; e nenhuma perda nos pode advir por confiarmos nossos desejos a Deus, para que sejam modelados e sublimados antes de tomarem forma em palavras e ações."

Nosso pedido de filiação à igreja indica que realmente acreditamos no trabalho de cura feito pelo Mestre e o aceitamos como o resultado natural e necessário da natureza do Cristo, a prova tangível de Deus conosco. Se não o reconhecermos como tal, também nós expressaremos a natureza ambígua dos incrédulos que questionaram se Jesus era realmente o Cristo. Como eles, exigiremos um sinal ao invés de aceitarmos a cura como prova de que a identidade espiritual do homem está completa e é mantida pela autoridade do Espírito. Fé sem compreensão é uma taça vazia de inspiração! Não pode evocar os efeitos sanadores que se coadunam com a natureza totalmente boa de Deus e a comprovam. A cura é o resultado do pensamento espiritualizado; é o fruto de conceitos divinos e da obediência ao mandamento de Deus "não terás outros deuses diante de mim" (Êxodo).

Todos nós somos capazes de responder com fé e força renovadas à intimação do Amor divino, de sermos seguidores de Cristo, a Verdade. Nossa oração diária por uma compreensão mais profunda de Deus é auxiliada pela irmandade cristã da igreja. As curas dos que se esforçam para seguir a Cristo encorajam-nos a confiar mais firmemente em Deus em todas as nossas necessidades. E nosso pedido de filiação à igreja traz consigo os efeitos sanadores desse compromisso espiritual.

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