O Mundo Necessita muito de auxílio. Como posso ser bom o bastante para que isso faça diferença? Pessoas mais capacitadas do que eu procuraram melhorar as coisas e falharam. Como posso ser suficientemente bom?
Esse questionamento talvez ocorra nos dias de hoje com muito mais freqüência do que anteriormente, nestas últimas décadas. A humanidade está colocando em foco mais nítido o que deve ser feito para auxiliar o mundo. Como, porém, nos é possível, individual e coletivamente, ser suficientemente bons para poder ajudar?
Há um relato, na Bíblia, de que nos podemos valer. Certa vez, Cristo Jesus foi interrogado por um jovem sobre o que esta deveria fazer de bom para herdar a vida eterna. Em sua resposta profunda, Jesus provavelmente deu ao jovem muito mais instrução do que o jovem esperava! O Evangelho de Mateus assim registra o colóquio: "Mestre, que farei eu de bom para alcançar a vida eterna?" perguntou o jovem. Jesus respondeu: "Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom só existe um. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos" e prosseguiu ressaltando o que o Decálogo Mosaico diz sobre a maneira de viver, acrescentando o importantíssimo resumo: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo."
O homem garantiu a Jesus que obedecia aos mandamentos desde a juventude. Obviamente, porém, percebia que ainda lhe faltava alguma coisa. De fato, pautar-se exteriormente por valores de ética nunca é suficiente para satisfazer ao anseio íntimo de ser bom e de fazer o bem. Uma dedicação espiritual, básica à lei divina, tem de vir acompanhada por um profundo amor a Deus, amor que, por sua vez, faz com que almejemos ajudar as demais pessoas e nos sintamos capazes de fazê-lo.
O bem que tem sua fonte em Deus surge no pensamento e se expressa em maior compaixão por nosso irmão e mais percepção de suas necessidades. Jesus, com seu exemplo de amor abnegado, atraiu a si milhares de pessoas que procuravam a cura. Era o Cristo, a natureza divina de Jesus, que o capacitava a curar, dando às pessoas alívio de seus sofrimentos e restaurando-lhes a saúde e a força. É inegável que os preceitos cristãos exigem disciplina de pensamento, coragem moral e sacrifício do próprio eu. Contudo, quando nos dispomos a obedecer à lei divina, desfrutamos de genuína alegria pela bondade da natureza espiritual, verdadeira, do homem como reflexo de Deus.
A Ciência do Cristianismo mostra que, para melhor compreender que é Deus a própria fonte do ser espiritual do homem, temos de ser bons conscientemente. Um músico novato não irá dizer "Serei um bom músico" e deixar o assunto por isso mesmo. Sabe que tem de dedicar-se inúmeras horas a estudar e praticar, com o fito de tocar bem a música.
A exímia flautista Doriot Anthony Dwyer, que durante muitos anos tocou na Orquestra Sinfônica de Boston, deixando-a recentemente para prosseguir em sua carreira de solista, assevera que o som ideal da flauta "deve ter grande profundidade. E também deve ter um centro".The Boston Globe, 22 de abril de 1990. Ao ouvi-la tocar a flauta com tanto brilhantismo, damo-nos conta de que deve ter trabalhado com muito afinco e durante longas horas, para alcançar tal qualidade de música.
Da mesma maneira precisamos, a fim de demonstrar a beleza e a vitalidade da genuína vida espiritual, ser escrupulosamente bons, em outras palavras, temos de esforçar-nos continuamente para achar a profundidade e o centro de nosso ser em Deus, a fonte de todo o bem.
A Sra. Eddy reitera o ensinamento do Salvador, de que a bondade é a essência da Vida eterna. Escreve em seu livro intitulado Unity of Good: "A Vida é Deus, e Deus é o bem. Por isso a Vida permanece no homem, se o homem permanece no bem, se vive em Deus, que mantém a Vida por meio de um senso espiritual, não material, do ser."
No entanto, não estamos com freqüência à procura de satisfação em pessoas, em dinheiro ou em objetos, ao invés de buscá-la em Deus, a Alma, que é a fonte de tudo o que é realmente bom e substancial? Talvez já nos tenhamos defrontado com a sensação de vazio que adveio do desapontamento com alguma pessoa em quem procuramos a felicidade. O Amor divino tem o poder de preencher esse vazio em nossa vida. Em oração, podemos volver-nos a Deus de todo o nosso coração e sentir sempre mais que a bondade e o amor do Pai nos envolvem sobremaneira. Quando colocamos em Deus o centro de nossas afeições, encontramos uma fonte de amor muito mais rica do que jamais havíamos conhecido.
Ao depositar no Pai celestial nossa confiança de que Ele atenderá a cada uma de nossas necessidades, sentimos, pouco a pouco, a verdadeira alegria e satisfação cuja única fonte está em Deus. O Amor divino nos sustenta a cada passo, à medida que aprendemos a substituir a confiança em coisas materiais pela percepção e aceitação de valores espirituais perenes. A alegria já não vacila, quando está seguramente ancorada no amor de Deus. A bondade nos mostra mais a fundo a identidade espiritual do homem, que sempre se acha à vontade em Deus, a Vida, porque é o próprio reflexo de Sua bondade.
Ser bom jamais nos isola das pessoas. Ao contrário, estimula-nos a ser membros mais compreensivos de uma família, a ser companheiros mais atenciosos e a ter mais consideração, a ser melhores trabalhadores e melhores cidadãos. Ser bom faz realmente diferença. Sustenta um padrão de conduta cristã que eleva a sociedade e cura os males sociais.
O mundo necessita de pessoas preparadas para trabalhar com afinco na transformação das coisas para melhor. Surgem novas maneiras de levar bênçãos e cura aos outros, quando seguimos fielmente o Cristo no caminho da Vida eterna.
