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A cura de Murphy

Da edição de outubro de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


Murphy é um lindo cavalo de raça, com o pêlo castanho escuro. Nasceu em nossa fazenda e sempre ficou conosco. Um dia, fui ao estábulo como de costume para levar Murphy até o pasto. Percebi que ele mal conseguia dar um passo além da porta. Relutava em seguir-me. Normalmente, ele procurava ir à minha frente e chegar primeiro ao portão que levava ao pasto.

Olhei com atenção e vi que os cascos e as patas deviam estar lhe causando muita dor e Murphy estava querendo deitar-se. Ora, os cavalos raramente se deitam por muito tempo, a menos que haja algum problema. Às vezes, no início da primavera, eles se espreguiçam no chão, tomando o sol morno da época, mas na maioria das vezes eles se sentem bem de pé.

Murphy dava duas ou três passadas e depois tentava se deitar. Eu procurava mantê-lo de pé, mas depois de um minuto e um ou dois passos, ele se deitava de novo. Outros membros da família se revezaram em fazê-lo andar.

Enquanto isso, eu não ficava só me arrastando ao lado dele. Eu orava. Orava com fervor para compreender mais sobre Deus como criador do homem e do universo. Como Deus, o Espírito, é o único criador, Sua criação, inclusive meu cavalo, é espiritual. Embora Murphy fosse um animal, e não uma pessoa, era um bom amigo e eu queria que ele estivesse bem. A Ciência Cristã havia me ensinado que o homem é a idéia mais elevada de Deus e que, embora os animais sejam Suas idéias menores, nem por isso deixam de fazer parte de Sua criação e de receber os cuidados dEle. À medida que orava, compreendia com mais clareza que o único poder ou lei que governava a criação, era Deus, o Princípio divino. Nenhuma idéia, maior ou menor, poderia estar fora da jurisdição do Amor, o bem.

A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “O Amor dá à menor idéia espiritual poder, imortalidade e bondade, que brilham através de tudo, assim como através do botão transparece a flor. Todas as variegadas expressões de Deus refletem saúde, santidade, imortalidade — Vida, Verdade e Amor infinitos.”

Orei para estar mais consciente das qualidades espirituais que essa idéia menor apresentava: força, movimento, obediência, lealdade, beleza e graça. Como essas qualidades têm origem em Deus, o Espírito, e são expressas em Seu universo espiritual, elas não podem ser subtraídas de Sua criação espiritual. Eu sabia que essas qualidades têm o impulso de Deus, não são limitadas por músculos e ossos.

Durante a maior parte do dia, continuamos a encorajar Murphy a ficar em pé. Houve progresso; quando a noite chegou, ele já ficava em pé, mordiscando a grama, sem procurar se deitar.

Na manhã seguinte, já estava andando um pouco melhor e continuou a melhorar nos dias que se seguiram.

Mais para o fim da semana, veio o ferreiro para lixar os cascos de Murphy e acertar as ferraduras. Ele tirou a ferradura de uma das patas e chamou-nos alarmado: “Este cavalo esteve muito doente.” Ele disse que era um problema de laminite e, nesse caso, parte do casco estava separado da pata e o cavalo não tinha uma superfície dura para se apoiar.

Eu sabia que devia continuar a orar por Murphy. Pensei sobre a palavra separação como uma crença. Na Bíblia, o apóstolo Paulo falou sobre separação: “Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?”

Mais adiante, Paulo escreveu: “Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.”

Pensei em como isso fora claramente demonstrado na vida de Cristo Jesus. Todas as suas curas e ensinamentos haviam provado que a criação de Deus não poderia ser separada de Seu amor, nem poderia deixar de sentir esse amor. Certamente, esse inocente animal não poderia dar origem à crença de separação.

Comecei a vigiar com cuidado meus pensamentos todos. Mantive bem claro em minha mente o fato de que eu não poderia ser separada do amor de Deus. Não havia separação possível da harmonia de Sua presença. Dei um basta a meu medo de que algo acontecesse com Murphy e comigo e passei a dedicar meu pensamento a uma compreensão mais ampla da presença constante e não-dividida de Deus, Seu todo-poder, Sua lei divina de Amor, imparcial, impessoal e inseparável.

À medida que eu reconhecia melhor minha união com Deus, compreendia que nada poderia separar-me de Sua lei que tudo governa, nem parte alguma de Sua criação poderia ser separada dessa lei.

Chegou a hora de o ferreiro voltar. Ele trouxe Murphy para fora e tirou-lhe a ferradura. De repente, chamou: “Venha ver isso! Venha ver esse casco!”

Quando olhei para o casco, o ferreiro indicou: “Veja! A pata e o casco se juntaram novamente.” Olhei, e realmente não havia mais nenhuma separação. Ele murmurou para si mesmo: “Só Deus poderia ter feito isso.”

Murphy continua em atividade. Ganhou prêmios em exposições nacionais. Recentemente, recebeu o troféu máximo na feira estadual. Eu me rejubilo com a presença da lei da perfeição espiritual, que governa Seu universo inteiro, inclusive a mim e Murphy.

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