Contatos freqüentes com Cientistas Cristãos (especialmente nesta região que era chamada República Democrática da Alemanha) levaram-me a pensar, inúmeras vezes, no estudo da Bíblia em seu sentido mais amplo, no que se refere tanto à aplicação prática da Ciência Cristã, quanto à disposição pessoal de ser ativo no movimento (inclusive trabalhando para a igreja).
Parece-me que, a esse respeito, há a necessidade urgente de estímulo; existem tantos conceitos antigos a serem superados e conceitos novos a serem explorados. Talvez este artigo possa contribuir nesse sentido e inspirar-nos a que aproveitemos as oportunidades de maneira mais consciente e constante.
Estou Com Tanto trabalho que não sei por onde começar. Simplesmente não tenho tempo para ler a Lição-Sermão.”
"Estou tão inquieto. Não consigo me concentrar no que estou lendo na Bíblia nem em Ciência e Saúde, da Sra. Eddy. E não entendo absolutamente nada do que leio.”
“Se meu marido (esposa, colega de quarto, amigo ...) perceber que estou lendo esses livros, vai me aborrecer.”
Talvez você já tenha ouvido essas ou outras explicações parecidas, como pretextos para não se aproveitar a oportunidade de estudar a Bíblia com regularidade. Elas identificam algumas maneiras através das quais freqüentemente a sugestão mortal se faz ouvir.
Em geral, essas sugestões aparecem sob a forma de circunstâncias externas que atrapalham o estudo. Elas pretendem opor-se à nossa inclinação plenamente natural de adquirir uma compreensão mais profunda sobre Deus, através do estudo da Bíblia. Como esses “bons motivos” parecem convincentes, não? Mas será que daríamos crédito a esses argumentos se os observássemos atentamente? Cristo Jesus disse certa vez: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.” Vamos ponderar sobre essas “interferências”.
Por exemplo, será que é verdade que estudando a Bíblia perdemos um tempo que poderia ser mais bem aproveitado para outras coisas, como dormir? Ao invés de ser uma tarefa adicional, esse estudo proporciona um início de dia cheio de paz e inspiração. Com essa base espiritual, nossa atividade diária se desenvolve de modo mais harmonioso, mais produtivo e com maior significado. Esse estudo ajuda a harmonizar nossa consciência com a lei divina, fazendo com que se tornem naturalmente visíveis tanto nossas próprias qualidades habilidades divinas, quanto as de nosso próximo.
Adquiri o hábito de levantar-me, toda manhã, uma hora mais cedo do que o normal, para estudar a Lição-Sermão com calma. Em decorrência disso, percebo que, à noite, quando faço um retrospecto de minhas atividades do dia, penso com mais alegria e gratidão em meu trabalho. Reparei também que agora consigo executar minhas tarefas em menos tempo e com menor desgaste de energia, mas com maior satisfação. O fato de eu ter renunciado a uma hora de sono pela manhã, tornou-se fonte de muitos benefícios para o dia todo.
O segundo argumento: “Estou tāo inquieto ...” é, em realidade, um efeito que pretende apresentar-se como se fosse uma causa. Qual é o motivo dessa intranqüilidade? A força de vontade humana, a idéia de que estamos em desacordo com Deus ou conosco mesmos, a crença em mais de um Deus, em mais de um Espírito. Entretanto, se estivermos dispostos a buscar a lei de Deus, admitir sua validade para nós mesmos e aceitar sua autoridade suprema, conseguiremos nos acalmar. A tentação de ceder às pressões ou de tentar mudar as coisas unicamente por meio do esforço humano também terá menos efeito sobre nós, à medida que as verdades espirituais ocuparem nosso pensamento e permitirmos que elas guiem nossa vida. A Verdade divina naturalmente propicia paz. Ela também é onipotente. Ao ocupar nosso pensamento, a verdade espiritual de Deus nos proporciona uma liberdade mental e uma paz interior que nem sequer imaginávamos e, por conseguinte, nossa consciência desperta para o fato espiritual.
No livro The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, a Sra. Eddy aconselha: “Amados Cientistas Cristãos, mantende vossa mente tão repleta de Verdade e Amor que o pecado, a doença e a morte não possam nela penetrar. É óbvio que nada pode ser acrescentado a uma mente que já está repleta. Não há porta através da qual o mal possa entrar nem espaço algum para o mal ocupar, em uma mente plena de bondade. Os bons pensamentos são uma armadura impenetrável; com eles revestidos, estareis totalmente protegidos dos ataques do erro de qualquer espécie.” Se, porém, após termos estudado a Lição-Sermão, ainda tivermos a sensação de que não entendemos quase nada do que lemos, não nos preocupemos. Nesse caso, como acontece em qualquer atividade honesta que desempenhamos, nossa obediência e empenho sincero têm sua recompensa.
A Verdade nos proporciona proteção e auxílio sempre presente, mesmo quando não a compreendemos totalmente. Reconhecer esse fato e ter fé na Verdade significa que confiamos na ação da lei divina; significa que estamos mais perto da essência dos ensinamentos de Cristo Jesus.
Podemos confiar plenamente no fato de que as idéias divinas estão conosco todos os dias. Assim, como uma canção que nos volta ao pensamento, as idéias divinas também voltam sempre, quando delas necessitamos, renovando constantemente nossa confiança. Certos de que Deus carinhosamente nos proporciona todos os pensamentos corretos, podemos nos livrar do medo, da tensão, da agitação e da ansiedade, entregando-nos aos cuidados de Seu amor.
Vejamos agora o terceiro exemplo. Será que é realmente sensato ou razoável deixar de estudar a Bíblia porque estamos preocupados com a opinião dos outros a nosso respeito, ou mesmo para evitar conflitos? Para responder a essa pergunta, talvez tenhamos de formular outra: acaso essa perspectiva que temos dos outros não precisa de cura? Essa maneira de pensar, baseada na suposição de que há muitas mentes em conflito, indica a necessidade de adquirirmos um conhecimento mais completo e sanador da realidade de que Deus é a Mente divina, a Mente una e única. Para esse fim, o estudo das Escrituras é indispensável.
Só pode ser uma inversão dissimulada da Verdade, acreditar que nossa obediência ao preceito bíblico: “Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”, poderia de alguma forma instigar conflitos. Isso certamente não exclui a possibilidade de encontrarmos oposição à Ciência Cristã. Se não nos deixarmos intimidar por essa resistência e mantivermos confiantemente nossa posição, seremos recompensados por nossa sinceridade e lealdade, como o foi Daniel em sua vitória na cova dos leões. Com nosso estudo da Bíblia, alcançamos a humildade espiritual para expressar a paciência e o amor que vencem a resistência e curam.
Com a força espiritual revigorante e inspiradora que advém da Lição-Sermão, fica natural volver-se a Deus para resolver problemas. Os estudantes de Ciência Cristã aceitam este artigo de fé que aparece em Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy: “Como adeptos da Verdade, tomamos a Palavra inspirada da Bíblia como nosso guia suficiente para a Vida eterna.” Aproveitemos a oportunidade de ser “adeptos da Verdade”. Tomemos a mão de Deus, carinhosamente estendida, e deixemos que nossa vida seja guiada pela Palavra inspirada da Bíblia, como foi revelada pela Ciência divina. Se soubermos de outros “bons motivos” para crermos que não dispomos de tempo, em nossa vida, para o estudo da Bíblia, podemos sempre anular essas sugestões, pois são meras fábulas materiais. Teremos então muitos motivos para sentir alegria e gratidão.
Deus é o nosso refúgio e fortaleza,
socorro bem presente nas tribulações.
Portanto não temeremos ainda
que a terra se transtorne,
e os montes se abalem no seio dos mares;
ainda que as águas tumultuem e espumejem,
e na sua fúria os montes se estremeçam. Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus,
o santuário das moradas do Altíssimo.
Deus está no meio dela:
jamais será abalada;
Deus a ajudará desde antemanhã.
Salmos 46: 1–5
