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Algumas idéias sobre a Ciência Cristã e os esportes

Da edição de outubro de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


A Prática De esportes pode ser encarada como um extraordinário laboratório, onde podemos aprender alguma coisa sobre a natureza do homem como reflexo de Deus. O desempenho de uma pessoa é afetado positivamente quando seu pensamento é espiritualizado e disciplinado pelo Cristo, a Verdade. Muito do que aprendemos acerca da natureza de Deus e do homem por meio da prática de esportes, quando os enfocamos a partir de um ângulo cristāmente científico, pode ser facilmente aplicado a outros aspectos de nossa vida.

Assim sendo, como devemos orar acerca de nossa participação em atividades esportivas? Como podemos julgar o que realmente é progresso e aprimoramento? Será correto “orar” a Deus, pedindo que Ele nos ajude a fazer cestas espetaculares no basquete, ou fazer mais gols no futebol, ou duplas piruetas na patinação, ou duplos saltos mortais na ginástica? Será que está certo orar para que sejamos escalados para uma boa posição ou para que nosso time vença?

Obviamente, é um engano pensar que se pode usar a Deus e a Ciência Cristã para produzir, de algum modo, superatletas materiais com músculos mais desenvolvidos, supersistemas cardiovasculares e assim por diante. A Ciência Cristã não funciona dessa maneira. Deus não Se expressa como matéria ou em forma física, pois Deus é Espírito infinito. Por isso, o reflexo de Deus expressa a substância do Espírito. Assim, embora os sentidos físicos sustentem a noção de que as pessoas são unicamente orgânicas, a verdade é que a criação de Deus, incluindo o homem, é totalmente espiritual. À medida que nos familiarizamos mais com os fatos espirituais do ser, começamos a nos livrar das limitações mentais e físicas. À luz da Ciência Cristã, um objetivo mais elevado para a prática do esporte é provar a nós mesmos, passo a passo, que o homem é espiritual e reflete exclusivamente a Deus, o Espírito onipotente, ilimitado e infinito. Em certa medida, o atleta tem a função de ser, cada vez mais, uma testemunha da natureza de Deus.

Como já foi dito, a natureza de Deus é espiritual. A matéria e os organismos materiais não são os meios pelos quais Deus Se expressa. Entretanto, muitas das coisas que vemos ao nosso redor podem dar-nos lampejos da natureza do Espírito divino. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde, o livro-texto da Ciência Cristã: “Para a mente mortal, o universo é líquido, sólido e aeriforme. Interpretados espiritualmente, os rochedos e as montanhas representam idéias sólidas e grandiosas. Os animais e os mortais apresentam, metaforicamente, a gradação do pensamento mortal, que se eleva na escala da inteligência .... As aves que voam sobre a terra, sob o firmamento dos céus, correspondem às aspirações que se elevam para além e acima da corporalidade, rumo à compreensão do Princípio divino e incorpóreo, o Amor.” E, mais adiante, diz ela: “O Espírito é simbolizado pela força, pela presença e pelo poder ....” Assim também, muitas qualidades que se manifestam no desempenho esportivo, tais como precisão, delicadeza, força, calma e equilíbrio, rapidez, suavidade, inteligência, quando interpretadas espiritualmente, podem sugerir-nos a natureza da criação de Deus.

Pedir a Deus que nos mostre Sua bondade, é uma das formas mais simples de oração. Mas nós podemos ir muito além disso. Podemos encontrar nossa identidade em nossa união com o Deus infinito, o bem, e podemos começar a reconhecer que, em realidade, Deus Se reflete em nós, pois somos o homem criado por Deus, Deus possui tosa a capacidade e, por ser o homem o reflexo de Deus, o homem pode expressar a Deus em infinitas modalidades. Isto significa que cada um dos atributos de Deus pode ser utilizado por nós em Seu louvor. Nossa capacidade não é pessoal, é refletida. Segundo o evangelho de João, Cristo Jesus afirmou: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai.” Nossa tarefa é ser suficientemente desprendidos a fim de deixar a Deus expressar-Se em nós.

Esse tipo de oração e de raciocínio, que parte de um ponto de vista fundamentado na verdade espiritual, é muito poderoso. É muito diferente da “preparação psicológica”, da auto-hipnose ou da mentalização. Os desejos pessoais e os motivos egoístas são descartados. Reconhecemos a Deus como origem e fonte de todas as capacidades e valorizamos o fato de que, como imagem e semelhança de Deus, nós refletimos essas capacidades.

Como podemos empregar esses conceitos espirituais nos esportes, para lidar com a pressão, a competição, o treinamento e o aprimoramento que eles envolvem?

Consideremos o primeiro item: a pressão. O que ajuda a eliminar os temores latentes a respeito do desempenho é a compreensão do fato de que há um só Deus, uma só Mente divina infinita. Eis um exemplo. Um jovem participava de um importante jogo de beisebol na universidade. Importante, porque sua equipe estava em meio a uma apertada disputa pela vitória no campeonato. Quase ao final do jogo, uma bola rasteira passou-lhe por entre as pernas. De onde estava, ele olhou para o técnico, para os companheiros de equipe e para as arquibancadas lotadas (onde se encontravam sua nova namorada e todos os seus colegas de quarto na universidade). Sentiu o peso da pressão e do embaraçoso momento. Tremia só de pensar que outras bolas poderiam ser arremessadas em sua direção. Foi então que começou a orar.

Havia tempo que o jovem vinha orando a respeito do fato de que Deus é Tudo, e de que Ele é, em realidade, a única Mente. Submeter-se ao que lhe parecia ser o julgamento de muitas mentes pessoais separadas de Deus, não estava de acordo com o fato espiritual de que há uma Mente só. Reconhecia que Deus é a única Mente que realmente o julgava. E ele sabia que nunca poderia desapontar (ou impressionar) a Mente única. Com isso seus ombros relaxaram. A pressão acabou e ele sentiu que estava jogando somente para glorificar a Deus. O fato de ter sido capaz de compensar a falha com a bola rasteira, fazendo depois uma bela jogada que somou pontos para sua equipe, foi completamente secundário em relação ao maravilhoso fato de ter mudado seu pensamento da submissão a muitas mentes para a demonstração do fato de que Deus é a única Mente real, que governa toda açāo em Sua criação espiritual.

Isso leva ao segundo ponto: a competição. Aos olhos de Deus, o Amor divino, todas as Suas criações são amadas igualmente. A bondade de Deus nunca age a favor de alguém em prejuízo de outrem. Um ponto de vista mais elevado sobre o objetivo da competição poderia ser o empenho de expressar mais plenamente nossa natureza espiritual como filhos de Deus, desempenhando nossa atividade apenas para Deus. Assim, a competição que travamos é com nosso próprio desempenho.

Por meio da competição, podemos descobrir um senso mais elevado da liberdade inata que o homem goza como idéia de Deus. No entanto, deixar-se envolver em luta por autoglorificação ou engrandecimento do ego pessoal sob os holofotes de um campo esportivo, só nos fecha os olhos ao verdadeiro aprimoramento. A competição deveria servir para manter à frente e no centro de nosso pensamento os fatos do ser que dizem respeito à nossa relação com Deus. O renomado concertista de piano Malcolm Frager, após vencer o famoso Concurso Internacional de Piano Rainha Elizabeth da Bélgica, declarou: “Eu sabia que não estava competindo com ninguém, a não ser com meu próprio desempenho anterior.” Christian Science Sentinel, 3 de agosto de 1974.

Assim, quando alguém, a qualquer momento, dá testemunho da bondade de Deus, isto abençoa a todos e pode beneficiar todos os envolvidos. Refletir a Deus só pode trazer bênçãos. Deus ama cada um de nós individualmente. Nosso lugar exclusivo nesse amor está intacto e é permanente. Nem mesmo muitas especulações ou temores podem mudar essa verdade. Fica impossível especular ou temer que alguma outra pessoa possa tomar nosso lugar no reino de Deus, quando se compreende que Ele necessita e aprecia cada idéia de Sua criação. Um número não pode substituir outro; as idéias de Deus não são criadas para serem depois substituídas por outras. Quando subordinamos a força de vontade, podemos descobrir onde e como expressar melhor a Deus em nossa vida.

No que concerne à prática dos esportes, é importante lembrar que nossas marcas nos treinos são realmente tão importantes quanto as alcançadas na competição em si. Considerando que nossos motivos no esporte são os de expressar e glorificar a Deus, será que um bom desempenho na competição seria “melhor” do que nos treinos? É claro que não. Um bom desempenho em si, aliado a um motivo correto, é tudo o que importa. E todo momento é o momento exato para um bom desempenho.

O aprimoramento, pois, a partir dessa base espiritual, é normal e natural. “Deus expressa no homem a idéia infinita que se desenvolve eternamente, que se amplia e, partindo de uma base ilimitada, eleva-se cada vez mais,” escreve a Sra. Eddy em Ciência e Saúde. Como Deus é infinito, nosso potencial, em verdade, é ilimitado. Quando formos além da fixação de metas meramente em termos de escores e estatísticas, não seremos limitados por números ou medidas. Seremos livres para suplantar crenças limitadoras, tais como força de vontade, força muscular e capacidade pessoal. Perceberemos com maior clareza nossa relação individual com Deus como Sua imagem e semelhança. Então, estaremos verdadeiramente vivenciando o fato de que toda atividade e todo desempenho são para a glória de Deus.

As seguintes linhas de um hino do Hinário da Ciência Cristã poderiam servir como oração para qualquer atleta:

Minhas mãos só agirão
Ao impulso do Amor.

Eis meus pés, que estarão
Prontos para Te seguir.


Eis inteiro meu pensar,
Meu desejo é Te servir.


Teu eu sou, ó Deus e Rei,
No presente e no porvir.

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