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A Palavra de Deus não é dita em vão

Da edição de outubro de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


Jamais A Autoridade e o poder da Palavra de Deus foram declarados de forma mais concisa, embora profunda, do que no primeiro capítulo do Gênesis: “Disse Deus: Haja luz; e houve luz.” Em seis outras ocasiões, nesse relato da criação espiritual, Deus simplesmente falou “e assim se fez.”

O registro do alcance da Palavra de Deus não se limita a esse único capítulo. Por toda a Bíblia, encontramos indivíduos espiritualmente atentos, empregando a Palavra de Deus com impressionantes resultados curativos. Aqueles sanadores de então, que enunciavam a Palavra de Deus, tinham a expectativa de resultados concretos. Um deles, João, conta-nos o porquê. Ele escreve: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” “Verbo” significa justamente “Palavra”.

Se o Verbo, ou Palavra, é realmente o Princípio vivificador e a Verdade onipotente que chamamos Deus, porventura é de surpreender que um homem, coxo de nascença, tenha sido capaz de obedecer à ordem impelida por Deus e dada pelo apóstolo Pedro, para levantar-se e andar? Será inacreditável que, sob a ordem de Cristo Jesus, Lázaro, sepultado havia quatro dias, tenha obedecido, saindo vivo de seu túmulo?

Certamente, quando falo de ordem, não estou me referindo a “dizer” palavras, automática e rotineiramente, por maior que seja a ênfase e o entusiasmo com que as enunciemos, ou por maior que seja nosso desejo de que se cumpram. Meramente dizer a Palavra de Deus não faz com que ela seja uma ordem; é a compreensão da Palavra que a torna poderosa e dá força ao que é dito.

A Ciência Cristã mostra que as verdades expressas por Deus são fatos eternos sobre a existência de uma realidade espiritual. Essa realidade capacitou Jesus e seu discípulo Pedro a corrigir a comumente aceita, e não obstante nula, premissa material de que as várias fases da mortalidade (desde deficiências congênitas até a própria morte) sejam afirmações verdadeiras da vontade de Deus a respeito de qualquer um de nós.

A oração inspirada ajuda a elevar-nos acima dos falsos e desarmoniosos cenários humanos e a discernir essa realidade maravilhosa. Como no tempo de Jesus, esse discernimento torna-se evidente no que chamamos de cura espiritual.

Quando Jesus orava, quando ele declarava a Palavra de Deus para os outros, o pecado, a doença e a morte desapareciam imediata e completamente. Todos os cristãos reverenciam seu exemplo. Mas nossa reverência por ele e por suas poderosas obras não nos deveriam intimidar nem nos impedir de praticar a cura conforme seu padrão de confiança em Deus. Jesus mesmo disse que seus seguidores poderiam fazer, e fariam, obras até maiores.

O cerne do supremo êxito que Jesus tinha, ao realizar as curas, era a compreensão de seu relacionamento com Deus. Nosso Mestre afirmou que ele e seu Pai eram um, salientando, assim, a relação inseparável do homem com Deus, como Sua semelhança perfeita, ou reflexo. De acordo com a Ciência Cristã, Deus é como o sol e cada expressão individual de Deus é como um raio de luz. Nessa metáfora, vemos que embora um raio não possa brilhar sem sua fonte, tem as mesmas propriedades vitalizantes da fonte. Ele também brilha, dispersando a escuridão.

Em resposta à pergunta de Jesus: “Mas vós, ... quem dizeis que eu sou?” Pedro viu além da aparência pessoal corpórea e discerniu a verdadeira natureza espiritual de Jesus. Ao escrever sobre esse diálogo histórico entre o Mestre e o discípulo, a Sra. Eddy explica em Ciência e Saúde que a resposta de Pedro “expôs um grande fato: 'Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!' Isto é, o Messias é o que deste a conhecer — o Cristo, o espírito de Deus, da Verdade, da Vida e do Amor, que cura mentalmente.”

Nossa afirmação e conseqüente demonstração da Palavra de Deus devem ser imediatas. Nenhum obstáculo deve ser aceito como legítimo. Se constatamos que nossas orações e afirmações da verdade não têm efeito imediato, deveríamos assegurar-nos de que não há nada em nosso pensamento que esteja obscurecendo nossa capacidade clara e precisa de refletir a Deus, o único Ego infinito ou Mente. Descobri que o que tenta separar-me de minha fonte divina é sempre um certo grau de sentido pessoal.

Esse falso ego humano uma vez afirma orgulhosamente que é um autor independente e outra vez argumenta, com grande medo e autodepreciação, que nada pode fazer. O sentido pessoal é um modo equivocado e mortal de identificar a nós e aos outros como seres materiais finitos, separados de Deus. Receia, compete, inveja, esforça-se, retrocede. Não irradia luz, pelo contrário, absorve-a.

De forma ritualista e intelectualizada, o sentido pessoal apóia-se bastante na letra da verdade, mas não no seu espírito. Ao não admitir a eterna presença do Cristo, o espírito impessoal do Amor, o sentido pessoal apega-se, fria e temerosamente, a frases e chavões conhecidos. Sob a forma de egotismo, invade nosso pensamento com o propósito de impedir ou deter nossa irradiação da verdade. Em Miscellaneous Writings, a Sra. Eddy escreve: “O pensamento imbuído de pureza, Verdade e Amor, instruído na Ciência da cura metafísica, é o mais poderoso e desejável agente curativo sobre a terra.”

Quando não há ego pessoal para prestar testemunho de suas próprias mentiras, a luz divina da Verdade não encontra nenhuma dificuldade em penetrar e destruir a escuridão. Muitos estudantes da Ciência Cristã vivenciaram esses momentos maravilhosos, quando não somente falaram sobre Deus mas, de fato, pronunciaram Sua Palavra com autoridade, o que, inevitavelmente, resulta em cura.

Guardo com carinho a lembrança de uma experiência que ocorreu há alguns anos e que ilustra esse ponto. Uma tarde, meu filho, que estava na escola primária, voltou para casa sentindo-se muito doente, com o que pareciam ser sintomas de gripe.

Orei de todo o coração por pensamentos e palavras corretas que ajudassem meu filho. De imediato, ocorreu-me comentar com ele sobre a incapacidade de os sentidos físicos darem prova de Deus. Perguntei-lhe se ele poderia cheirar ou saborear a Deus. Ele deu uma risadinha e ambos concordamos que esses sentidos materiais não eram o auxílio adequado para conhecer a Deus.

O que aconteceu a seguir é ainda muito importante para mim e muito difícil de descrever. Senti estar transbordando de amor. Era mais do que um sentimento pessoal ou maternal de amor. Era realmente um sentido consciente de Deus, o Todo-Amor amando-me, com tal intensidade que pensei: “Ora essa, se Deus não parar, eu estourarei!” Em seguida reconheci que esse mesmo Amor estava amando meu filho como seu próprio reflexo espiritual. Senti que um sentido mortal de identidade estava cedendo, e isso capacitou-me a ser uma transparência mais clara do grande amor de Deus por Seu filho. Não apenas isso, mas compreendi que eu, de algum forma, era una com o Amor divino. Nesse instante não precisei pensar nem dizer nada. Em reverência, reconheci-me como reflexo do Amor, expressando o próprio amor de Deus.

Imediatamente, as feições de meu filho transformaram-se, ele sentou-se e disse, com incredulidade: “Desapareceu!” E assim foi. Ele estava totalmente bem. Tudo isso pode não ter durado mais do que um minuto e um resultado adicional foi que duas enormes verrugas que ele tinha havia três anos, sumiram na manhã seguinte. Meu filho compreendeu claramente que isso também fazia parte de sua maravilhosa cura. Mais tarde, quando questionado se aquela sensação linda de amor que ele havia sentido era meramente meu amor humano por ele, replicou: Não, mamãe, foi Deus, amando-me.”

Fiz desse tipo de cura uma meta, sabendo que todas as curas podem ser assim. Quando estou em posição de enunciar a Palavra de Deus, percebo que não somente devo esforçar-me para falar sem as trevas do sentido pessoal, para expressar-me com a luz e frescor de uma compreensão nova de Deus, mas também devo falar com a expectativa de que serei testemunha ocular da atuação auto-reveladora do Verbo de Deus. Eu devo ver e ouvir os resultados! Para ajudar minha expectativa, muitas vezes pondero sobre o que a luz faz.

A luz brilha, ilumina, desperta, penetra, guia, descobre, remove, revela, anima, transforma. Ela não pode ser deslocada pela escuridão. A luz penetra através da menor fresta e brilha em todas as direções; ela se espalha.

Como seguidores de Cristo, cada um de nós tem o privilégio de provar o poder e a autoridade do Verbo, aqui e agora. O que a Bíblia ensina não tem um término. Nossos “atos” continuam a confirmar a grande revelação de que Deus já falou, Sua obra está feita e é muito boa. A luz de nossa vida leva adiante essa mensagem.

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