Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Deus nos dá uma mente sadia

Da edição de fevereiro de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


Ver Um Leão acorrentado, agachado para o salto, não deve aterrorizar um homem." Essa frase de Ciência e Saúde, de autoria de Mary Baker Eddy, sempre me chama a atenção. Quero dizer, um leão pronto para saltar é algo de meter medo. Mas se o leão estivesse acorrentado, bem, eu me sentiria em segurança.

Às vezes, parece que o mundo está cheio de leões preparados para o salto, como se uma porção de coisas terríveis estivessem para acontecer. Mas quando descobrimos a Deus e Seu poder, reconhecemos que, por mais terríveis que as coisas pareçam ser, Deus já as acorrentou. Ainda que saltem, não chegarão a lugar nenhum.

Deus é bom. E Deus nos ama. Sabendo mais acerca do amor e da bondade de Deus, achamo-nos sempre em segurança sob Seu cuidado e direção. Nunca existe razão legítima para se ter medo. Aliás, Deus acorrenta até mesmo o medo.

Lembro-me de quando comecei a aprender essas coisas. Logo ao iniciar o segundo ciclo de escolaridade, eu sentia às vezes muito medo à noite, sem nenhum motivo. Pelo menos, sem um motivo que eu pudesse identificar claramente. Todas as noites esforçava-me para adormecer o mais rapidamente possível e temia acordar no meio da noite.

Minha família estudava a Ciência Cristã e eu frequentava a Escola Dominical da Ciência Cristã. Possuía meus próprios livros, a Bíblia e Ciência e Saúde, e comecei a deixá-los junto de mim, na cama. Fazia isso porque sabia que a resposta a todo problema se acha em Deus e esses livros ensinavam a verdade sobre Deus. Por vezes, se acontecia de acordar durante a noite, acendia a luz e me punha a ler.

Naquela época, um de meus versículos bíblicos preferidos era este: "Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação."

Antes de tudo, isso me dizia que, como Deus não me tinha feito covarde nem medrosa, eu não precisava sentir-me tal em momento algum. Podia lutar contra o medo, ao invés de pensar: "Sou assim mesmo."

O referido versículo também me assegurava haver-me Deus dado uma mente sã. A meu ver, "o espírito de poder, de amor e de moderação" equivalia a inteligência, calma, paz e confiança, uma mente sadia, enfim. À noite, eu queria ardentemente essas qualidades. Precisava aprender que nada do que Deus tinha feito seria desafiado ou modificado.

Creio que ninguém entre meus amigos, ou mesmo em minha família, suspeitava de minhas lutas noturnas. Mas o fato de que as pessoas da família sempre se voltavam a Deus, quando estavam em dificuldades, foi de grande auxílio. Vi várias curas serem realizadas. Às vezes, sentia vontade de contar à família ou a amigos os meus temores noturnos, mas não sabia como exprimi-los em palavras. Durante o dia, esse medo parecia ridículo até a mim mesma.

Eu sabia que uns comprimidos de calmante me ajudariam a despertar somente pela manhã, mas também sabia que ingeri-los não resolveria de fato coisa alguma. Nem comprimidos nem sono iriam livrar-me do que quer que estivesse me perturbando e não iriam me convencer de que tudo estava bem. Eu sabia que a paz verdadeira, a maneira correta de pensar, não vem da inconsciência.

Os pensamentos corretos, as idéias verdadeiras, vêm de Deus. E isso porque Deus é a Mente. As idéias verdadeiras não surgem daquilo que as pessoas classificam como cérebro, ou daquilo que vemos com os olhos, ouvimos com os ouvidos, sentimos com o tato, o gosto, ou o olfato. Esses sentidos físicos podem cometer enganos. Além disso, eles não podem entender o Espírito, nem o que é eterno. Assim, os pensamentos que vêm pelos sentidos físicos não são fatos, não são verdadeiros nem confiáveis. Podem desaparecer e ser esquecidos tão depressa como uma bolha de ar se desfaz na água corrente.

Podemos deixar as informações baseadas na matéria passarem rápidas e se desfazerem como aquelas bolhas. Não precisamos acolher as crenças materialistas, nem examiná-las, estudá-las, ou tentar guardá-las.

Precisamos, isso sim, ater-nos às idéias verdadeiras, as idéias que vêm do Espírito, Deus. Fazer isso é oração. É amar as idéias que Deus nos dá e é agir de acordo com elas. É identificarmo-nos como idéias inseparáveis de Deus, como expressões do Amor, da inteligência, da bondade.

O pensamento correto está resumido apropriadamente no Primeiro Mandamento: "Não terás outros deuses diante de mim." A Sra. Eddy escreve, acerca desse mandamento, em Ciência e Saúde. "Esse mim é Espírito. Por isso, esse mandamento significa: não terás inteligência, vida, substância, verdade, amor, que não sejam espirituais." Isso é bem simples. Ainda que pareça bastante difícil obedecer a esse mandamento e deixar de temer circunstâncias materiais, é possível fazê-lo. Pois toda vez que nos voltamos para Deus sinceramente, ficamos aptos a ver Seu poder em ação conosco.

No meu caso, não aprendi isso tudo de uma vez só. Aprendi-o pouco a pouco. E descobri que não precisava conhecer tudo a respeito de Deus para poder sentir Sua presença sanadora. Lembro-me de muitas noites em que encontrava algo dito por Cristo Jesus, ou descobria uma idéia em Ciência e Saúde que eu sabia ser verdadeira, e isso me transmitia segurança. Embora o medo sumisse e voltasse durante todo o ciclo colegial, fiquei cada vez mais fortalecida em minha compreensão de que o bem é o único poder curativo.

Nas horas difíceis, eu me sentia muito diferente de meus colegas de escola. Sei, agora, que entre minhas amigas e amigos alguns também se sentiam isolados. Aparentavam ser "normais", assim como eu parecia ser "normal". Mas, tal como eu, também tinham suas dificuldades.

Por algum tempo eu indaguei o que causaria esse problema. Perguntava-me se estaria ligado a acontecimentos do passado.

Mas, persistindo em aprender mais sobre Deus e a identidade que Ele me dera, ficou evidente para mim que, como Deus é Tudo e "viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom", não havia causa para algo ruim. Se algo não tem causa nenhuma, não existe. Ficar procurando uma causa é como tentar dar-lhe realidade.

À medida que continuava a me apegar à verdade de que Deus é o único Criador, aos poucos parei de inquirir ou explorar o passado à procura de explicações.

Lembro-me de ter pensado bastante, naquele tempo, em confiança e fé. Sabia que Deus era o bem todo-poderoso e que eu estava amparada e protegida por Deus. No entanto, devido a minhas dúvidas, por vezes quando tentava orar eu entrava em conflito comigo mesma. Felizmente, a Ciência Cristã nunca exige que deixemos de questionar, nem que confiemos cegamente num Deus desconhecido. A Ciência Cristã nos explica a natureza de Deus e a natureza do mal. Isso nos indica em que confiar. Ao colocar em prática o que aprendemos, alcançamos uma compreensão espiritual da realidade e da presença de Deus, realidade essa que os sentidos físicos não podem ver, ouvir nem sentir.

E em razão dessa compreensão espiritual que a Ciência Cristã é Ciência, não apenas uma filosofia ou uma teoria religiosa. Não precisamos nos contentar com a esperança de que o homem seja perfeito e esteja em segurança. Podemos dar provas disso ao confrontar, com aquilo que sinceramente compreendemos ser verdadeiro, o que quer que nos faça duvidar de Deus. Eu estava consciente disso e apreciava muito essa característica da Ciência Cristã. Dava-me ânimo para continuar desafiando a perturbação mental e a procurar a Verdade e uma paz verdadeira.

Em meu primeiro ano de faculdade, pedi auxílio a uma praticista da Ciência Cristã. Ainda não me era possível definir o problema com palavras, por isso apenas informei a ela que desejava seu auxílio. Disse-lhe que iria ler o livro Ciência e Saúde do princípio ao fim e perguntei-lhe se me apoiaria nisso. Concordou. Fiquei muito contente por ela não me haver feito perguntas.

Não fiz quase nenhuma outra coisa, durante aproximadamente cinco dias e na maior parte das noites subsequentes. Mas quando terminei de ler o livro, a verdadeira natureza de Deus e do homem criado à Sua imagem me pareceram uma coisa lógica. Sentia-me calma. Com a melhor compreensão acerca de Deus, veio-me a aceitação natural do Espírito e de mim mesma como espiritual e permanente.

O medo desapareceu. Quando lembrava dele, parecia-me como uma ilusão, um hábito, que não podia mais prender minha atenção. Não digo que, depois daquela vez, nunca mais tenha sentido medo. Mas aquele medo intenso, irracional, cessou logo, completamente. Já transcorreram muitos anos e continuo livre.

Creio poder dizer que vi o leão atado com correntes. Vi que essas correntes são inquebrantáveis, leis que não podem ser despedaçadas, porque são leis divinas. Em outras palavras, vi que não há ameaça, não há perigo para a idéia espiritual de Deus, isto é, você e eu. Nada pode ferir uma idéia de Deus.

Compreender as leis de Deus nos enche de confiança quando oramos. Não se trata, porém, de confiar em nossa oração e, sim, de confiar na Verdade que guia nossas orações e a vida. Apoiar-nos na Verdade faz-nos sentir em segurança, de modo natural e inteligente, com uma mente sadia.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / fevereiro de 1992

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.