Da Minha Cama, podia ver uma gravura representando um corredor solitário, esforçando-se para subir uma ladeira comprida e íngreme, sob a luz dos derradeiros raios de sol. Meu pai dera-me essa gravura quando eu cursava a 8a série. Embaixo estava escrito: "Para ser de fato o primeiro, é preciso constante esforço para ultrapassar a si próprio, não a competição." Eu participava de corridas na escola e gostava daquele pensamento, apesar de não conseguir ver como se relacionava com as corridas, ou com qualquer outra atividade de minha vida, uma vida em que a competição com outros requeria tanta atenção e energia.
Eu aprendera, na Escola Dominical da Ciência Cristã, que nosso valor se encontra em Deus, só em Deus. Provém de uma profunda percepção espiritual de si próprio como sendo filho de Deus, da capacidade de se perceber cada um da maneira como Deus o criou, à Sua imagem e semelhança, espiritual e completo. Essa percepção não resulta de um processo de melhoramento físico ou psicológico, mas de crescimento individual em compreensão da realidade espiritual como fato atual da vida.
Mas opondo-se ao ensinamento que eu recebera na Escola Dominical, estava a sensação muitas vezes intimidante, impetuosa e derrotista de que, para ter valor, eu tinha de ser melhor do que os outros em tudo o que fazia. Em qualquer aspecto da vida (trabalho, esportes, estudos, relacionamentos e assim por diante), há pressão para se melhorar de maneira a alcançar o topo da pirâmide imaginária do sucesso material. Essa perspectiva abre a porta à dúvida e ao desânimo, porque é raro não haver alguém já um passo à frente, saindo-se melhor.
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