Com freqüência os pais contam histórias dos filhos e de quando estes eram pequenos. Mas alguns desses relatos ultrapassam a mera recordação e falam de um tipo de fundamento firmado na experiência espiritual. No segmento abaixo, duas mães relembram quantas curas e amparo receberam, em sua vida e na vida de seus filhos, graças ao amor cristão.
: Uma das coisas que costumava pensar, quando meus filhos começaram a ir à escola, era como seria eu capaz de seguir a declaração bíblica que diz: “Todos os teus filhos serão ensinados do Senhor.” Eu a tomei como uma promessa literal da orientação de Deus, mas reconheci, também, minha responsabilidade em lhes dar valores espirituais. Sem contar que eles já estavam recebendo ensinamentos enganosos, de vizinhos, amigos e familiares, e é claro, da televisão.
: Eu também me preocupava. Esperava que as informações errôneas fossem contrabalançadas em casa com nosso estudo, em família, da Lição Bíblica conforme consta no Livrete Trimestral da Ciência Cristã, e pela Escola Dominical. Estávamos habituados a orar juntos e penso que as crianças naturalmente compreenderam que em nossa vida existe algo mais do que cultura material.
Anna: Ser “ensinado do Senhor”, pelo menos do meu ponto de vista, significa ensinar às crianças a verdade da natureza real do homem e seu relacionamento com Deus.
Jesse: Falávamos muito sobre as fontes da informação. As crianças aprenderam que é importante verificar de onde vem a informação sobre eles e o mundo à sua volta. Entenderam que não precisavam aceitar as coisas tal como as recebiam. Podiam, no entanto, relacionar sua vida diretamente com as verdades espirituais ensinadas na Bíblia e no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy. Falávamos desse assunto com freqüência, mesmo quando os pequenos já estavam no segundo grau. Trocávamos idéias sobre histórias bíblicas e as aplicávamos a acontecimentos e valores correntes. Na escola, às vezes, eram alvo da troça dos colegas e chegou um momento em que nem me confidenciavam o quanto recorriam à oração.
Anna: Eu acho que uma vez que as crianças tenham sentido bem fundo o amor e o poder curativo de Deus, isso fará para sempre parte delas.
Jesse: Meu filho era goleiro no time de hóquei no gelo e obteve curas maravilhosas por meio da oração, como por exemplo, de um choque violento e de uma lesão num braço. O mais importante, porém, foi a ausência significativa de lesões. Os jogos de hóquei no gelo são muito violentos; fui a todos e testemunhei algumas lesões bem graves. Naquele tempo, nem sempre estava ciente de que meu filho estava orando quando disputava uma partida, no entanto, mais tarde descobri que era isso que ele fazia. Uns anos depois, seu instrutor de esqui disse-me que jamais vira outro rapaz descer pistas traiçoeiras com tamanha ausência de medo. Quando relatei essa conversa ao João, ele disse-me que isso não era nada comparado com o medo que tivera de vencer ao jogar hóquei. “O que você quer dizer com 'vencer’ ”?, perguntei. Ele respondeu, como se fosse a coisa mais natural: “Orar e saber que Deus está cuidando de mim. Como é que você pensa que eu me saí tão bem?”
Anna: Minha filha também disse coisas parecidas sobre sua época de universidade. Ela dizia não gostar de “falar de Deus e de assuntos afins. Mas mamãe, faz parte de mim, quer vá à igreja com regularidade, quer não, porque essa é minha maneira de pensar. É claro que Deus está comigo, o bem é natural."
Como seu marido não é Cientista Cristão, você achava necessário provar a ele que se pode depositar plena confiança na cura cristã?
Jesse: Sim, com efeito. Um praticista da Ciência Cristã uma vez disse-me que eu precisava agir com mais leveza, caso contrário meus filhos pensariam que o mundo é um péssimo lugar, pois sua mãe estava sobrecarregada com a oração. Ele queria que meus filhos e eu lembrássemos a alegria que advém de provar que Deus está sempre conosco e que Seu poder é fidedigno.
Esse era um ponto muito importante, porque eu tinha medo, como se eu fosse responsável pelos acontecimentos, como se eu devesse transformar crianças doentes em crianças saudáveis e assim por diante. Não é essa a forma como a Ciência Cristã funciona. As crianças e eu tínhamos de compreender que Deus já fez tudo e tudo foi feito com perfeição. O homem é espiritual, completo; quanto mais aceitarmos e compreendermos esse fato espiritual, mais nossa vida e nosso corpo expressarão com naturalidade a saúde.
Quando meu filho mais novo tinha vinte meses e ainda não falava, aprendi uma poderosa lição sobre como Deus cuida perfeitamente de Seus filhos. Uma noite de inverno, após o jantar, estava escuro e frio lá fora, ele destrancou a porta da rua e saiu. Nós vivíamos próximo de alguns cruzamentos muito movimentados e quando descobri o que acontecera, corri para o telefone e liguei para um praticista da Ciência Cristã. Eu mal conseguia me fazer compreender, tentando explicar a quantidade de trânsito a essa hora e que o João nem sabia dizer o nome dele. Também liguei para a polícia e depois saí à procura dele. O único pensamento claro que eu tinha é que Deus é nosso Pai-Mãe.
Decorreu mais de uma hora até que a polícia ligasse e trouxesse o João de volta. Ele percorrera mais de um quilômetro e foi encontrado por uma senhora na parte da cidade onde o tráfego é mais intenso. Quando telefonei para o praticista, ele de imediato disse: “Ótimo! O que é que você aprendeu com isso?” “A vigiar meu filho melhor”, respondi. “E que mais?” perguntou ele. E aí percebi o que ele queria que eu visse: que Deus está sempre, sempre cuidando de Seus filhos. O Criador é o Pai cuidadoso.
Mas os extraordinários detalhes de como Deus realiza Seu trabalho não se evidenciaram senão doze anos mais tarde. Eu estava com esse filho sendo apresentada a um grupo de pessoas e uma das senhoras, ouvindo nosso sobrenome, exclamou: “Tu és o João, não és?” E então ela contou o que acontecera naquela noite. “Era hora de trânsito intenso e eu estava naquele cruzamento, os carros passando a alta velocidade. E de repente, aquela criatura mínima, sem casaco, atravessou a rua às escuras. Repentinamente, tudo parou. Todos os carros pararam; não havia um barulho sequer, em parte alguma. Ficou tudo completamente imóvel e eu fui buscá-lo no meio da rua e dei-lhe a mão. Foi impressionante.
Anna: Talvez seja melhor explicar essa responsabilidade por nossos filhos. Como pais, é nossa responsabilidade, e alegria, tomar conta deles, alimentá-los, vesti-los, pagar suas contas, cuidá-los na doença e na saúde.
Jesse: Concordo plenamente, mas quando eu falo de falsa responsabilidade, refiro-me a outra coisa. Não podemos pensar por eles; não podemos determinar sua individualidade, ou quais serão seus gostos pessoais e suas preferências. Não é habilidade nossa saber tudo; Deus sabe tudo. Nós nos apoiamos na Ciência Cristã porque é o meio mais eficaz de prover nosso bem-estar; por isso se torna uma verdadeira responsabilidade transmitir e seguir os ensinamentos básicos que Cristo Jesus deu. Seguir suas palavras e obras não é ter apenas fé cega ou nos socorrer com Deus quando surge uma crise. Esforcei-me para mostrar isso aos meus filhos. Tratávamos de estudar a Bíblia e o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, escrito pela Sra. Eddy, para alcançar uma compreensão melhor de Deus e Sua lei e para ver como é que toda Sua criação é governada pela lei espiritual, não por suposições ou pelo acaso.
Anna: Se não conhecemos as leis do país onde vivemos, podemos não saber que estamos sendo governados por elas, ou como recorrer a elas em busca de proteção. Portanto nosso papel, como cristãos e pais, é conhecer o amor e o poder de Deus e transmiti-los a nossos filhos, pois, quando compreendidos, se tornam a lei de nossos atos e pensamentos e regem nosso bem-estar mental e físico.
Jesse: Posso ilustrar como isso funciona. Quando meu filho Bill era pequeno e ainda estava na escola maternal, apareceu-lhe uma doença de pele bastante séria, que lhe cobriu a maior parte do corpo e deixou feridas abertas. Tendo em conta nossa preocupação, um experiente praticista da Ciência Cristã ajudou-nos, fazendo inclusive visitas ao menino. Embora meu marido tivesse tido esse problema na infância, tendo sido até hospitalizado, ele concordou em confiar na Ciência Cristã, por um tempo.
Eu sentia-me, de fato, sobrecarregada por ter necessidade de provar que era u’a mãe responsável e que Deus e a oração são eficazes na cura física. Essa doença persistiu, mas por fim, em duas ocasiões, registraram-se dois acontecimentos notáveis, um deles, quando uma amiga afirmou: “Em Deus não há irritação.”
Comecei a pensar nessa afirmação e decidi agir de acordo com ela, isto é, sendo receptiva a Deus, eliminando reações e traços de irritação, fosse a propósito das freqüentes viagens de negócios de meu marido, o mau comportamento das crianças, ou qualquer outra razão. Decidi ser obediente a Deus, mantendo meus pensamentos tão bons e puros quanto possível.
Meu marido, porém, lançou um ultimato: se nosso filho não ficasse curado rapidamente, ele teria de ir a um hospital. No dia seguinte, para piorar a situação, Bill estava com sarampo. Soluçante, telefonei ao praticista: “Agora o Bill não só tem aquelas feridas como também está com sarampo!”
Calmamente, o praticista disse-me que a única coisa errada era a crença de que alguma outra coisa além da lei de Deus poderia ter controle sobre a situação. Precisávamos reconhecer a perfeição do homem sob a lei de Deus e ver que não existe outra lei. Nem o medo, nem a matéria, nem a irritação fazem parte da criação de Deus. Recordo ter alcançado um reconfortante reconhecimento da verdadeira identidade espiritual de meu filho, assegurando-me que nenhuma adversidade poderia tocá-lo.
Essa era uma verdade curativa e no domingo seguinte Bill estava inteiramente livre. As feridas sararam em pouquíssimo tempo, e o sarampo também, simplesmente desapareceu.
Anna: Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy diz: “A Ciência Cristã declara que a Mente é substância e também que a matéria não sente, não sofre, nem goza. Deves manter esses pensamentos firmemente em mira. Deves ter presente a verdade do ser — que o homem é a imagem e semelhança de Deus, em quem toda a existência é isenta de dor e é permanente.” Essa é nossa verdadeira responsabilidade como pais e podemos exercê-la vendo o cumprimento da lei de Deus de forma prática.
