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“Quem casa quer casa”

Da edição de abril de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


Quem Casa Quer casa” é um ditado muito usado em meu país, por quem vai se casar. Mostra como é universal o anseio por uma moradia, um lar.

No nosso caso, não foi diferente. O pequeno apartamento em que morávamos já não era adequado para nossa família em fase de crescimento. Além disso, não havia lugar para as crianças brincarem. Desejávamos tanto ter um lugar nosso, que nós pudéssemos comprar, mas isso não nos parecia possível. Tínhamos bastante medo e pouco dinheiro. Nem sequer nos qualificávamos para os planos de casa-própria patrocinados pelo governo.

Como estudante de Ciência Cristã, entretanto, eu havia muitas vezes me voltado para Deus, a fim de obter a cura por meio do que estava aprendendo a respeito de Sua onipresença e de Sua lei. Começara a entender que Deus é um Pai amoroso que cuida perfeitamente de Sua criação espiritual. Muitas vezes tal compreensão espiritual mais profunda havia trazido cura.

À medida que orava acerca da necessidade que sentíamos de uma habitação adequada, compreendi que podemos livrar a nós mesmos, e ajudar a livrar a outros, do medo e da limitação que procuram obstruir o progresso. Aprendera na Bíblia que Deus é Amor divino onipresente. Ao ler Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy, eu aprendera que tudo aquilo que nega esse Amor onipresente não é o poder ou a presença que talvez pareça ser, mas é uma negação da verdadeira Vida, Deus.

A partir desse fundamento, comecei a compreender que é Deus quem governa o homem, não a falta de oportunidades, a inflação, as circunstâncias, nem qualquer outra situação humana. Além disso, eu havia começado a entender que tudo o que é dessemelhante de Deus tem apenas poder aparente, na proporção em que acreditamos nisso e aceitamos um falso senso de governo. Naturalmente, esse “acreditar” tem um significado profundo. Vencer tal medo ou ignorância requer uma regeneração de nossa vida, que se dá pelo poder do Cristo, a Verdade. Não se trata de simplesmente mudarmos de uma crença desagradável para outra que é agradável. O que se faz necessário é desafiar honestamente a situação humana e atentar para Deus, que revela à Sua idéia espiritual, o homem, Sua verdadeira natureza, vontade e afeição.

À medida que, mediante a oração, rejeitamos o mal, reivindicando de todo o coração nossa união com Deus, o Amor divino, começamos a demonstrar, isto é, a ver as evidências de nosso relacionamento ininterrupto com o Amor divino sempre presente. Isso traz cura e ajustes na vida diária, atendendo a toda necessidade humana.

A existência humana, num sentido profundo, é muito semelhante a um sonho, ou seja, não é o que parece ser. Podemos sonhar que estamos voando e tal sonho parece bem real. Quando acordamos, no entanto, estamos em casa, na nossa própria cama. Poderíamos dizer que a única coisa que muda é o estado de consciência, pois nunca realmente saímos de casa. Da mesma forma, compreendi que o problema que estávamos enfrentando com relação a nossos recursos limitados era muito parecido a um sonho, pois negava a verdade de que estávamos aos cuidados de Deus, recebendo Sua provisão para nossa vida.

Quando somos levados por conceitos materiais, como a crença de que nunca há o suficiente para todos, ou quando somos influenciados pelos temores que nos cercam, temor por nossos lares ou pela situação econômica, não estamos conscientes da herança que o homem recebeu de Deus. Quando nos voltamos para Deus, compreendendo que Ele é a fonte de todo o bem e que não existem limites para Sua bondade, podemos então nos apoderar de Seu imutável conceito de justiça e igualdade para todos, de amor e progresso contínuo para toda a Sua criação. Fazendo isso, colocamo-nos do lado de tudo o que é real.

Foi isso o que eu fiz. Afastei os pensamentos limitadores que me vinham à mente e voltei-me para a Bíblia. Ali, no Evangelho de Mateus, encontrei esta incisiva afirmação de Cristo Jesus: “Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?”

Pensei assim: se os pássaros têm direito a seus ninhos, então todas as pessoas podem aspirar a ter uma habitação que atenda a suas necessidades. Deus, o Amor divino, cuida de todos, Seu amor não deixa ninguém de fora. Também encontrei uma passagem em Ciência e Saúde que apresenta a mesma idéia: “O pássaro da neve canta e paira em meio às rajadas de vento; não apanha catarro por ter molhado os pés, e arranja uma residência de verão com mais facilidade do que um nababo.” (Nababo é uma palavra originária da Índia que designa uma pessoa rica e importante, originalmente um oficial provincial.)

Gradativamente, fui adquirindo mais certeza desses fatos espirituais. Quanto mais orava, mais confiança eu sentia em que a criação de Deus é perfeita, completa, abundante e certamente não tem becos sem saída. Ao orar, afirmava mentalmente a bondade e a proteção de Deus e negava aquilo que é dessemelhante do bem. O medo, a preocupação e a desesperança se calaram. Passei a encarar o problema de um ponto de vista espiritual, levando em conta a criação completa e perfeita de Deus, em que nada nos pode faltar.

Continuamos a procurar e logo achamos um apartamento num prédio em construção. Mas havia também a necessidade de ganharmos mais. Dentro de uma semana, consegui um emprego como secretária executiva, embora tivesse apenas três meses de experiência anterior. Com isso, pudemos comprar o apartamento. Naturalmente, ficamos felizes com esses acontecimentos que, a meu ver, são o fruto daquilo que eu estava aprendendo sobre Deus. Por isso, não foi surpresa compreender que as descobertas espirituais que eu vinha fazendo eram adequadas também para ajudar uma outra pessoa, ou seja, nossa empregada.

Em alguns países, ter empregada é considerado sinal de riqueza. Mas em outros, não é necessariamente assim. Muitas pessoas de condições modestas têm alguém para ajudá-las em casa. Ter alguém que cuide da casa é uma solução para as famílias em que marido e mulher trabalham fora. Ao mesmo tempo, isso é uma ajuda para os de situação mais modesta, que precisam muito de trabalho.

Essa empregada estava construindo uma casa de alvenaria na favela. Aquilo de que mais precisava eram as janelas. Devido à inflação galopante, mesmo coisas simples como janelas tinham ficado tão caras, que estavam além de suas posses. Ela era receptiva às verdades espirituais que estavam ajudando nossa família na procura de uma moradia melhor. Eu, de boa vontade, compartilhava com ela o que estava aprendendo e como estava orando. Falei-lhe do grande amor de Deus por Seus filhos. Disse-lhe que, cada vez que se lembrasse das janelas, pensasse no amor de Deus, que nunca falha. Assegurei-lhe que ela já tinha os meios espirituais para conseguir aquilo de que necessitava. Oramos juntas. As primeiras duas janelas tinham sido compradas após longo esforço, mas depois de começar a orar, ela pôde comprar as outras duas em pouquíssimo tempo.

O amor de Deus é realmente universal e ilimitado. À medida que progredimos espiritualmente, mediante uma compreensão sempre maior de Deus e da unidade do homem com Ele, nossa vida reflete a luz do Cristo, a Verdade, e conseguimos ajudar a iluminar a vida de outros. Ninguém é deixado fora de seu verdadeiro lar espiritual, ou seja, a consciência da imediata presença e poder de Deus.

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