Recentemente Falamos Com vários homens e mulheres que se dedicam à prática pública da cura pela Ciência Cristã. Pedimos a cada um para falar sobre seus primeiros anos nessa missão e sobre como haviam decidido devotar sua vida a ajudar os outros por meio da oração.
Cada um tem uma história diferente. Alguns são Cientistas Cristãos desde a infância. Outros estudavam a Ciência Cristã havia relativamente pouco tempo, quando começaram a ajudar outras pessoas, baseados no que estavam aprendendo. Entre nossos entrevistados temos um ex-vendedor, um capelão da Marinha dos Estados Unidos, uma ex-enfermeira, um ex-bancário, uma jovem mãe de quatro crianças, que também tomava conta de outros bebês. Como vêem, eles fogem a qualquer tipo de classificação ou estereótipo!
Talvez o único elo de ligação entre eles seja o fato de revelarem que, de uma forma ou de outra, sentem um desejo muito grande de ajudar os outros. Esse desejo abnegado pouco a pouco superou as outras expectativas de carreira ou realização, até tornar-se a coisa mais importante de sua vida.
Os comentários feitos por nossos entrevistados apontam para certos paradoxos inerentes à prática pública da Ciência Cristã. Por exemplo, não há dúvida de que se trata de um trabalho árduo que, muitas vezes, exige dedicação durante as vinte e quatro horas do dia; no entanto, todos referiram-se a essa missão como sendo sua maior alegria. Esse trabalho está intrinsecamente fundamentado na missão de cura de um galileu solitário que viveu há quase dois mil anos; no entanto, o método de cura espiritual que ensinou a seus seguidores tem provado ser eficaz na cura das mais “modernas” moléstias físicas, bem como na cura de problemas de relacionamento, preconceito, sensualismo, desesperança e injustiça.
Entrevistamos seis praticistas. Foi inspirador trabalhar com o material coletado durante as entrevistas, como sempre o é, quando preparamos material para esta publicação! Procuramos selecionar relatos que fossem úteis aos leitores, relatos que fossem vívidos, diferentes e nítidos. Tentamos, também, organizá-los de uma forma natural e fácil para a leitura. No entanto, ao trabalharmos com os textos, ficou claro que se tratava de uma compilação que continha mais do que meras palavras sobre uma ocupação “religiosa”. Os relatos mostraram que é possível, às vésperas do século vinte e um, viver uma vida totalmente dedicada à realidade do cristianismo prático.
Os praticistas com quem conversamos disseram que tinham grande desejo de ajudar os outros.
“QUANDO VOCÊ SABE QUE ENCONTROU A VERDADE ...”
Eu nasci na América do Sul, mas por um tempo morei na Inglaterra com uma família Cientista Cristã. O filho do casal havia sido curado, com o tratamento da Ciência Cristã, de uma séria lesão na coluna, depois de os médicos haverem perdido a esperança de que ele voltasse a andar. Eu o conheci quando já tinha dezenove anos de idade; era um jovem muito ativo que gostava de andar de bicicleta. Na ocasião, pensei: se alguma vez me encontrar numa situação difícil, vou recorrer à Ciência Cristã! No entanto, àquela altura eu pensava que era tudo uma questão de fé.
Mais tarde, quando voltei para meu país, assisti a uma conferência da Ciência Cristã, mas não consegui entender muita coisa. Um pouco depois, apareceu um tumor na cabeça de uma de minhas irmãs. Os médicos disseram que dentro de dois anos ela ficaria cega e morreria.
Então lembrei-me de que a Ciência Cristã cura. Procurei o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, pela cidade inteira. Não o encontrei em biblioteca alguma, mas finalmente encontrei uma pessoa que se dispôs a darme o livro. À medida que lia, comecei a perceber a natureza mental do que denominamos corpo físico. Compreendi claramente que nada está totalmente curado, a menos que Deus seja o sanador; ou seja, a menos que Deus nos cure, é somente a crença que muda. Por exemplo, se odiamos alguém e essa pessoa de repente não está mais à nossa volta, o ódio ainda permanece, a menos que seja curado.
Com o auxílio de uma praticista, minha irmã foi curada do tumor e viveu mais trinta anos. Também com o auxílio de uma praticista, um sobrinho foi curado do que havia sido diagnosticado pelo médico como varíola. Uma sobrinha, que sofria de asma desde a infância, também foi curada. Sua família tentara mudar de clima, de cidades, e assim por diante, mas a menina só foi curada depois de começar a freqüentar a Escola Dominical da Ciência Cristã. Minha mãe, apesar de não haver se tornado estudante dedicada da Ciência Cristã, mas gostar de freqüentar os cultos da igreja, foi curada, aos setenta anos de idade, de prisão de ventre, um mal que a molestara durante toda a vida.
De imediato amei a Ciência Cristã. Ao constatar que se tratava da verdade, quis fazer o que me fosse possível em prol dessa Causa. Sentia tanta alegria e satisfação, que só desejava fazer o melhor que pudesse. Meu único desejo era estudar e praticar a Ciência Cristã.
Tentei ajudar a outros tanto quanto me foi possível; foi um longo período de auxílio aos outros. Dentro de pouco tempo eu estava na prática pública da Ciência Cristã, apesar de ainda não ser praticista registrada no The Christian Science Journal e no Arauto. Aprendi que a prática pública é uma missão que nos absorve totalmente, todos os dias, inclusive aos sábados, domingos e feriados. De manhã à noite, sempre podia aparecer um pedido de ajuda. Também viajei a outros países para auxiliar pessoas que me haviam pedido ajuda.
Decidi-me pela prática pública da Ciência Cristã porque vi esse trabalho como um meio de ajudar na salvação da humanidade, não apenas como um meio de conseguir a cura física. Quando sabemos que encontramos a Verdade e quando sentimos o desejo de ajudar os outros, somos naturalmente guiados à prática pública da Ciência Cristã.
“EU SEMPRE QUIS CURAR”
O que me levou à prática da cura foi o amor de meus pais por Deus. Meu avô fora pastor metodista. Tanto ele quanto meus pais encaravam a vida da seguinte forma: “Como é que Deus vê esta situação?” A atitude de meus pais me influenciou muito, seu modo de viver, seu profundo amor por Deus.
Meu pai tinha muitos livros sobre a cura espiritual. Eu sempre quis curar. Desde criança eu sentia uma inclinação para a cura, apesar de não saber como ela poderia ocorrer. Movida por esse desejo, torneime enfermeira.
Ao longo dos anos, meu marido e eu freqüentamos várias igrejas, e num determinado momento, por intermédio de um amigo, meu marido ouviu falar da Ciência Cristã. Quando ele ficou sabendo, por um diagnóstico médico, que estava com “câncer em fase terminal” decidiu, com meu apoio, confiar na oração. Depois que ficou completamente curado, meus pais, meu marido e eu tornamo-nos dedicados estudantes da Ciência Cristã. Mais tarde meu pai foi curado de uma desagradável tosse que periodicamente o importunava.
A Ciência Cristã foi o que sempre procuráramos, um método de cura que está, sem distinção alguma, à disposição de todos para ser usado e praticado. Lembro-me de uma praticista que, quando eu a chamava em busca de ajuda, costumava dizer: “Vamos tratar de elevar o Cristo em nossa consciência.” Isso faz com que o trabalho de cura se torne independente da pessoa, não é mesmo? Abre o caminho para a cura.
As pessoas ingressam na prática pública da Ciência Cristã de forma muito natural. A cura de meu marido fez com que eu de imediato me comprometesse a aprender como curar a mim e aos demais. A prática é, na verdade, um desejo de conhecer a Deus melhor e de ajudar aqueles que têm o mesmo desejo. Também envolve o dedicado e diário estudo da Bíblia e da verdade explicada detalhadamente em Ciência e Saúde. Consiste, basicamente, de oração.
É muito importante sentir esse amor para poder ajudar nosso próximo a encontrar a Verdade. Com freqüência lembro-me do que Abigail Dyer Thompson escreve sobre como a Sra. Eddy encarava o tratamento pela Ciência Cristã. As palavras da Sra. Eddy, que ela cita em Reminiscências de pessoas que conheceram Mary Baker Eddy, são as seguintes: “Vi o amor de Deus circundando o universo e o homem, enchendo todo o espaço, e esse Amor divino permeava de tal maneira minha própria consciência, que eu amava com a compaixão do Cristo tudo aquilo que eu via.”
O tratamento pela Ciência Cristã consiste em reconhecer, em todas as circunstâncias de nossa vida, esse Amor divino que circunda e envolve todo o universo. Cada idéia tem de ser percebida no encanto e na plenitude da realidade espiritual. De certa forma, podemos dizer que esse é o início de todo tratamento, pois trata-se da percepção do Amor divino que enche todo o espaço, circunda e preenche o universo. Portanto, podemos concluir que o Amor circunda e preenche cada detalhe de nossa vida.
Progredi mais significativamente na prática pública da Ciência Cristã, quando aprendi a fazer melhor uso de meu tempo, quando aprendi a evitar coisas que pareciam inofensivas, mas que não conduzem à cura, como por exemplo, longas conversas ao telefone. Muitas vezes surpreendi-me ao constatar, depois de uma longa visita de um paciente a meu escritório, que o tempo inteiro havia sido dedicado a conversar e nenhum momento havia sido reservado para oração silenciosa. Estou convencida de que necessitamos da quietude da oração silenciosa para fazer calar o mal, para que possamos cingir como o Amor cinge.
A mensagem da Ciência Cristã, da Bíblia e de Deus é a de que estamos todos, aqui e agora, absolutamente dentro do reino de Deus. Nossa missão é expressar esse fato em nossa vida, aprendendo a ver, com mais persistência e convicção, o universo criado por Deus aqui mesmo, onde nos encontramos.
“DESDE CRIANÇA EU QUERIA AJUDAR OS OUTROS”
Desde criança eu desejava ajudar os outros. Meu maior desejo era ver o sofrimento desaparecer do mundo. Mais tarde, envolvi-me com campanhas de direitos civis nos Estados Unidos, pois queria ajudar as pessoas a conquistar certo grau de liberdade. Também queria vencer minhas próprias dificuldades.
Já era adulta quando conheci a Ciência Cristã. Eu havia me dedicado à literatura e escrevia; além disso, tinha quatro filhos, um deles recém-nascido. Depois de haver iniciado o estudo da Ciência Cristã, percebi que ela oferece conforto e respostas como nada mais o faz.
Foi nessa época que fiz o curso primário de Ciência Cristã, um curso intensivo de duas semanas com um professor autorizado de Ciência Cristã. A partir daí eu sabia o que queria: desejava dedicar-me à prática pública da Ciência Cristã.
Para aumentar meus rendimentos, comecei a cuidar de bebês em minha própria casa. Reservei, no entanto, u’a manhã por semana para orar sobre os problemas do mundo. Nessa ocasião eu deixava de lado tudo o que me estivesse preocupando e dedicava-me a orar sobre as notícias publicadas no The Christian Science Monitor e sobre o que havia visto ou ouvido em meu bairro. Pouco a pouco, as pessoas começaram a procurar-me em busca de ajuda e passei a aplicar o que compreendia sobre a Ciência Cristã, para auxiliá-las.
De início, foi difícil encontrar tempo para a prática pública da Ciência Cristã, pois eu tinha muitas coisas para fazer, muitas responsabilidades. No entanto, à medida que fiquei firme em meu propósito e cumpri aquelas poucas horas de oração a que havia me proposto, o caminho abriu-se para que eu pudesse desempenhar minha própria missão para com Deus.
“Meu maior desejo era ver o sofrimento desaparecer do mundo. Mais tarde, envolvi-me com campanhas de direitos civis nos Estados Unidos, pois queria ajudar as pessoas a conquistar certo grau de liberdade. ... Depois de haver iniciado o estudo da Ciência Cristã, percebi que ela oferece conforto e respostas como nada mais o faz. ”
Hoje vejo quanto foi útil a humildade que me foi exigida ao trabalhar com aquelas crianças. No início do capítulo “A Prática da Ciência Cristã”, em Ciência e Saúde, encontramos o relato da história de Maria Madalena ao lavar os pés de Jesus. Na prática da cura cristã não pode haver nenhum sentimento de ambição, nem de benefício próprio. Esses sentimentos tentam a todos. No meu caso, eu precisava da purificação, do batismo, da humildade. A humildade é muito importante na prática da Ciência Cristã. É a qualidade que nos auxilia a aprender a ouvir a Deus, a ouvir Suas respostas sanadoras.
Quando comecei a dedicar-me à prática pública da Ciência Cristã, eu não tinha uma escrivaninha bonita, nem um belo escritório, nem tampouco uma pasta para levar os papéis para o escritório. Não se trata de receber recompensas mundanas, mas sim de trabalho árduo, trabalho inteiramente abnegado, de estar disposto a ser, como referiu-se Jesus a Pedro, peneirado. Não seremos capazes de enfrentar a tempestade e o fogo da resistência da mente mortal ao trabalho realizado, a menos que estejamos imbuídos dessa disposição e tenhamos humildade suficiente para confiar inteiramente em Deus.
A prática da Ciência Cristã nada tem a ver com a imagem de uma pessoa muito bem vestida, sentada a uma bela escrivaninha, num elegante escritório. Trata-se, na verdade, de humildemente volver-se ao poder do Espírito. Nossa vida humana muda de tal maneira, que somos praticamente formados de novo, somos re-equipados. Tudo o que for de importância secundária desaparece. Nossos horários mudam. Aprendi a exercer muito mais disciplina ... a ter calma, resistência, reagir menos para poder expressar a necessária força espiritual. Com isso, ficamos menos impressionados com a doença ou com o pecado e somos capazes de ver a cura divina para cada caso.
Meu marido não é Cientista Cristão e tive de resolver essa situação com ele, pois eu precisava de seu apoio para algo que ele não compreendia inteiramente. Precisávamos da renda de meu trabalho e, sob o ponto de vista financeiro, tivemos momentos muito difíceis. Aprendi, porém, a confiar em Deus. Esse é um aprendizado que inclui expressar alegria quando estamos sendo perseguidos! Não há maior alegria do que ver as pessoas serem curadas, sentindo o amor abrangente de Deus.
Um dos fatores mais importantes do trabalho de cura é estar disposto a exercê-lo. Eu não era uma “metafísica brilhante”, tampouco uma Cientista Cristã com décadas de experiência. Na realidade, eu estudava a Ciência Cristã fazia apenas quatro ou cinco anos. No entanto, se estivermos dispostos, prontos para sermos moldados por Deus, modelados para o trabalho, assim o seremos.
”EU SIMPLESMENTE QUERIA SERVIR A DEUS ASSIM, DESTA MANEIRA”
Meu amor pela Ciência Cristã foi o que me levou ao trabalho de cura pela Ciência Cristã, o reconhecimento de seu potencial de ajudar os outros. Compreendi, também, que eu poderia dedicar toda minha vida a esse trabalho.
Logo depois de terminar a universidade, comecei a trabalhar com vendas e estava me saindo muito bem, mas não me sentia totalmente satisfeito. Pouco depois fui convocado para o serviço militar. Orei para que Deus me mostrasse o que fazer, que rumo tomar, depois de dar baixa.
Comecei a perceber que não era necessário esperar indefinidamente para exercer a dedicação total à prática pública da Ciência Cristã. Até esse ponto, eu pensara que a prática era uma atividade que iria acontecer naturalmente, depois de aposentarme. No entanto, estava começando a compreender que poderia ir em busca do estudo e do trabalho de cura, que tanto eu amava, sem necessidade de esperar, pois era algo que o mundo precisava mais do que qualquer outra coisa.
Para mim, um dos pontos mais importantes foi aprender a buscar idéias na Mente, a orar em busca de idéias espirituais que pudessem ser úteis aos outros. A questão básica é servir. Se aqueles que estiverem pensando em dedicar-se à prática da cura procurarem descobrir como podem servir e abençoar, serão naturalmente conduzidos à prática pública e as pessoas serão naturalmente atraídas a eles em busca de ajuda.
Lembro-me do início de minha carreira no trabalho de cura, quando meus rendimentos não eram abundantes. Ao chegar ao escritório eu nem olhava para a correspondência que havia chegado pelo correio, para evitar verificar se, entre elas, havia algum cheque de pagamento por meu trabalho. No entanto, me volvia à Mente divina em busca de idéias que pudesse usar na cura e no auxílio aos outros. Mais ou menos um ano depois de haver começado a dedicar-me à prática pública da Ciência Cristã, mas antes de estar registrado no Journal, trabalhei um ano e meio num emprego de meio expediente. Ao final desse período eu havia conseguido pagar as dívidas assumidas anteriormente e a prática estava, então, me sustentando.
Quando comecei no trabalho de cura, era tamanho meu sentimento da missão a ser cumprida, que não importava o que viesse a ser necessário para cumprir essa missão, limpar chão, ou qualquer outra coisa. Eu só queria cumprir essa missão, simplesmente queria servir a Deus dessa forma. Nada, literalmente, nada mais importava. Creio que foi essa idéia de missão que fez diferença em meu trabalho.
“TEMOS DE AMAR ESSE TRABALHO COM TODO O NOSSO CORAÇÃO”
Quando eu tinha uns vinte e poucos anos fiquei muito doente. Depois de minha cura pela oração, quis dedicar minha vida à prática da cura espiritual. Quando enfrentamos uma situação como essa, a cura de uma doença grave por exemplo, passamos a compreender que não há nada real, a não ser Deus, Sua totalidade.
Uma das lições mais importantes que tive de aprender foi o verdadeiro conceito de corpo, que o homem não é definido pelo corpo humano. O praticista e o paciente não trabalham para provocar uma mudança num corpo material, mas para que o pensamento desperte para o que é o ser espiritual. O corpo responde a uma mudança no pensamento. Precisamos ser transparentes ao poder do Espírito, Deus, para que ocorra a cura em todos os níveis de nossa experiência.
Temos de dedicar todo o nosso coração ao trabalho de cura e temos de amar esse trabalho. A Sra. Eddy escreve no Manual de A Igreja Mãe que “Deus exige de nós todo o nosso coração. ...“ Sem dúvida, servir a Deus e ao homem é tudo o que me interessa, desde a cura que tive. Certa vez uma mulher pediu minha ajuda e eu lhe disse: “É com amor que vou ajudá-la.” Fez-se um longo silêncio. Perguntei-lhe se ainda estava ao telefone. Ela simplesmente disse: “Eu acredito no que disse.” Amar esse trabalho de todo o nosso coração, eis a substância da prática pública da Ciência Cristã.
Todos estão famintos de amor, todos desejam sentir o amor de Deus. Aqueles que têm fome e sede de justiça serão fartos!
“O TRABALHO DE CURA É O TRABALHO MAIS RECOMPENSADOR QUE EXISTE”
O que me atraiu ao trabalho de cura foi o desejo de ajudar. Depois de haver feito o curso primário de Ciência Cristã, com um professor, muitas pessoas começaram a pedir-me ajuda por meio da oração, colegas do banco em que eu trabalhava, amigos e familiares. Mais tarde, três anos depois de haver terminado a universidade, fui eleito Primeiro Leitor da igreja filial da qual era membro. Enquanto me preparava para os cultos, eu pensava comigo mesmo: “Como gostaria de poder dedicar minha vida a esse tipo de oração e estudo.”
Depois, durante a guerra, servi na Marinha dos Estados Unidos, como capelão. Meus treze anos na Marinha foram repletos de trabalho de cura. Recebi pedidos de ajuda logo que cheguei à base. As curas espirituais que presenciei durante aqueles anos, de tuberculose, câncer da mama, pneumonia, problemas conjugais e de emprego e muitos outros, serviram de base para meu trabalho posterior na prática pública da Ciência Cristã.
Eu precisava ver a eficácia da lei de Deus, do poder sanador que fundamentava essa atividade. O trabalho de cura é o que há de mais recompensador no mundo. Trata-se de compreender o poder de Deus por meio da oração.
Para mim, o caminho para ingressar no trabalho de cura exigiu a purificação e a espiritualização de meu pensamento. Tive de deixar que a prática andasse lado a lado com minhas demais atividades, até que a prática superou todos os demais compromissos. Há uma lei de Deus que guia cada um para a forma e o meio corretos de exercer a prática pública da Ciência Cristã. Somos capazes de curar quando nos mantemos firmes nessa lei e nos desfazemos de todo sentimento de responsabilidade ou de capacidade pessoal.
Uma das lições mais importantes que aprendi foi a que exigiu encontrar o caminho em meio ao labirinto da resistência humana, quando decidi dedicar-me de fato à prática pública, sem dispor de fundos que me sustentassem. Tive de compreender que os infinitos recursos do Espírito constituem o poder que apóia o desdobramento de minha atividade de cura. Quando me afastei da Marinha e decidi ingressar na prática pública da Ciência Cristã, deixei para trás um ordenado e a promessa de uma aposentadoria. Descobri, porém, que eu era capaz de confiar no Espírito e apegar-me ao fato de que, por meio da prática, eu estava ampliando meu conceito de serviço prestado a Deus. Eu sabia que podia confiar nEle para mostrar-me o caminho e que Ele supriria as necessidades de minha família. Passaram-se dois anos até ter provas tangíveis disso.
Certa feita, durante os primeiros anos, ficamos sem dinheiro e a resposta que nos veio foi a de fazer um empréstimo com um dos maiores bancos da cidade. O gerente de empréstimos disse-me: “Jovem, você não dispõe de recursos, não tem condições de oferecer garantias. Vou fazer o empréstimo baseado no que seu rosto me inspira.” E fez.
Os supostos limites da materialidade desaparecem diante do ponto de vista espiritual. Chegar a um ponto de vista espiritual pode significar uma ressurreição. A Sra. Eddy deixa isso bem claro em Ciência e Saúde, quando se refere ao efeito que a ressurreição de Jesus exerceu sobre seus discípulos, ajudando-os “a elevaremse, como também aos outros, da apatia espiritual e da crença cega em Deus, até a percepção das possibilidades infinitas.” Essa é uma poderosa afirmação sobre a cura espiritual e sobre a realidade da Vida.