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Superstição

Da edição de maio de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


Que Mal Há em ler o horóscopo diário, em não aceitar acomodações num décimo-terceiro andar ou evitar gatos pretos? Todavia, cada vez que fazemos isso, permitimos que a superstição nos influencie. Muitas pessoas, ainda que não se considerem supersticiosas, continuam a procurar e a seguir orientação obtida da posição das estrelas ou dos planetas, da numerologia, de folhas de chá, cartas e outros sinais esotéricos.

Ora, não provém esse hábito de sentimentos de incerteza, medo ou desamparo perante acontecimentos humanos, que muitas vezes parecem fora de nosso controle? Volver-se a conjeturas, porém, não nos mostra como obter segurança permanente. Para alcançar segurança e domínio sobre nossa “sorte”, temos de volver-nos desses sinais materiais mutáveis para Deus, o bem permanente.

A superstição renega a Deus. Baseia-se no medo ao desconhecido, numa crença de que o acaso governa o mundo e, de modo mais específico, nossa vida. Tende a restringir a atividade de Deus ao plano do inexplicável ou sobrenatural. Se temos o sincero desejo de ser cristãos, de seguir o Cristo na vida diária, podemos, de bom grado, abandonar os hábitos supersticiosos e procurar, com confiança e humildade, compreender o controle e governo de Deus.

A Sra. Eddy, escreve em Ciência e Saúde: “Tal como às aves do céu, a superstição arrebata a boa semente antes que tenha brotado.” A boa semente, Jesus explicou em sua parábola do semeador, é “a palavra do reino” (Mateus).

Essa mistura de superstição e religião ocorre quando se pensa que Deus é uma combinação do bem e do mal ou que Ele pode ser confrontado por um poder contrário, seu igual, chamado diabo, ou Satanás. Deus é total e inteiramente bom. Deus, a Verdade divina, não criou o mal nem o tolera. Aliás, a presença de Deus destrói o mal.

A idéia de que Deus é apenas bom e causa só o bem provém do primeiro capítulo do Gênesis, no qual se repete seis vezes que o que Deus criara era bom. A sétima e útima vez é a mais veemente de todas: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.”

Tampouco existe um poder que se oponha a Deus. Nos textos originais, em hebraico no Velho Testamento e em grego no Novo Testamento, as palavras traduzidas como Satanás e diabo significam: “o adversário, aquele que se opõe, ou falso acusador.” Satanás, ou diabo, é a crença de que exista um poder oposto a Deus e não um poder real contrário a Deus ou por Ele criado. A Bíblia não nos anima a aceitar essa crença, a nos preocupar com ela ou a temê-la, mas a rejeitá-la. “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”, escreve Tiago.

Não se vence aquilo que aparece como o mal neste mundo, tentando prevê-lo, apaziguá-lo ou utilizá-lo. Cristo Jesus denunciou o diabo, ou mal, como sendo uma mentira. Temos de rejeitar a superstição com o mesmo vigor com que Jesus o fez, pelo reconhecimento de que é contrária a Deus e a Seu Cristo. Isso abre o caminho para o verdadeiro progresso, tanto humano quanto espiritual.

Em algumas regiões, a quiromancia está voltando a ser popular. Em outras, nunca deixou de o ser. Há alguns anos, era popular ler-se a palma da mão em festas. Parecia muito inocente, como as crenças supersticiosas em geral parecem ser. Alguém analisava as linhas da mão de outra pessoa e fazia predições de quantos filhos ela teria, quantos anos viveria, etc. Para mim, não era mais do que um passatempo. Porém, ao fazer o curso primário de Ciência Cristã, o professor mencionou especificamente várias formas de superstição e a importância de rejeitá-las a fim de abrir caminho para o Cristo. Seu comentário com relação à quiromancia e outras coisas semelhantes foi: “Não se deixem enganar com tais coisas!”

Vi, de imediato, que era isso o que eu estivera fazendo. Ainda que não acreditasse nas predições, eu não estava pondo o peso de meu pensamento do lado do bem, a Mente divina todo-sábia e todo-amorosa e, nessa medida, estava contribuindo para a neblina mental que parece obscurecer, para a percepção humana, o infinito poder e presença de Deus. Ciência e Saúde declara com franqueza: “A superstição e a compreensão nunca se podem combinar.”

Sem controle, a superstição solapa a capacidade de avaliação e de ação sábia. A vítima dessa confusão mental auto-imposta acaba sofrendo de medo, ou então de excessiva confiança em si mesmo. Tal como Lönnrot em “La Muerte y la Brújula”, um conto do famoso autor argentino Jorge Luis Borges, acabamos procurando significado místico em números ou nomes onde não há nenhum, ficando presos numa teia de nossa própria fabricação.

A crença supersticiosa não tem poder nem influência, sem nosso consentimento mental. Portanto, podemos rejeitar a superstição em todas as suas formas. Ao reconhecermos quão antípodas a superstição e a verdade espiritual são, deixamos de tentar ter dois senhores. Nossa compreensão do único Deus, totalmente bom e onipotente, se aprofunda e, assim, nutrimos e irrigamos a boa semente do Cristo, plantada na consciência humana.

Amados, não deis crédito a qualquer espírito:
antes, provai os espíritos se procedem de Deus,
porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora.
Filhinhos, vós sois de Deus,
e tendes vencido os falsos profetas,
porque maior é aquele que está
em vós do que aquele que está no mundo.

1 João 4:1, 4

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